Quarta-feira, 4 de julho de 2018 - 05h12
Os agricultores do reassentamento Riacho Azul, em Porto Velho, realizaram nesta última sexta-feira (29) a 5ª edição da festa anual da mandioca. O objetivo foi chamar a atenção dos consumidores da capital para sua cultura agrícola mais tradicional. As comunidades do Riacho Azul e São Domingos, distante menos de 15 quilômetros da capital, são formadas pelos agricultores tradicionais mais próximos de Porto Velho. É uma população remanescente dos antigos moradores das margens do Rio Madeira, na faixa onde hoje está instalada a usina de Santo Antônio e seu lago, cujas famílias foram indenizadas ou reassentadas em uma área próxima, para continuar suas atividades tradicionais, como: a pesca e a produção de farinha de mandioca.
A festa da mandioca atrai gente das comunidades vizinhas e da cidade de Porto Velho, que foram em busca de diversão e das novidades gastronômicas desenvolvidas com orientação de extensionistas da Emater-RO e apresentadas pelos produtores para degustação na festa. Outros buscam apenas um reencontro com os aromas e sabores dos alimentos mais tradicionais, como o tradicional pé de moleque, iguaria feita de massa de mandioca puba (massa extraída da mandioca fermentada, muito utilizada na produção de bolos e biscoitos entre outros) e assada na folha de bananeira ou a saborosa farinha d’água, bolos de macaxeira e os beijus de goma.
A conversa corrente entre os participantes da festa era naturalmente sobre a produção de mandioca e as referências saudosistas de suas vidas, quando ainda viviam às margens do Rio Madeira. Alguns estão satisfeitos com nova vida no reassentamento, conseguiram aumentar a produção de farinha e substituíram as antigas farinheiras, totalmente manuais, por novas, com fornos automatizados, mas mesmo assim, dizem que “a vida lá na beira do rio era mais fácil, porque tinham fartura de peixe e a produção na várzea era mais diversificada”, diz Jose Carlos Alves, ex-presidente da Associação dos Produtores do Reassentamento Riacho Azul.
Os agricultores garantem que a assistência técnica ajudou a melhorar a produtividade, eles aprenderam novas técnicas e conheceram insumos novos, principalmente adubos químicos que eles ainda não identificam pelos nomes, referindo-se a eles pela cor ou pela forma de apresentação, granulado ou pó.
Numa roda onde estavam Zé Carlos, Paulo Chaves e um dos filhos da dona Neura (Neuraci Monteiro do Nascimento) uma das principais produtoras de farinha e líder na comunidade, o comentário era que o insumo que mais tinha ajudado a melhorar a produtividade do cultivo de mandioca, tinha sido “aquele pretinho”, provavelmente estavam se referindo ao adubo granulado super fosfato triplo.
Nem todos os reassentados eram agricultores de fato, alguns eram
pescadores que plantavam a mandioca apenas para o consumo familiar, mas
que agora se dedicam mais à produção da cultura, como é o caso do Zé
Carlos que praticamente abandonou a pesca para produzir farinha. Hoje
ele já automatizou seu forno e comprou trator para o preparo da terra e
transporte das raízes de mandioca, e relata que quando foi reassentado,
recebeu da Santo Antônio Energia uma roça de dois hectares já plantada,
mas por causa do preparo do solo muitas plantas morreram e a
produtividade foi de apenas 48 sacas de farinha por hectare.
No
segundo ano, preparou os mesmos dois hectares e recebeu adubo e três
toneladas de calcário, também fornecidos pela Santo Antônio Energia,
porém foram insuficientes para a terra preparada. “Mesmo assim melhorei a
produtividade para 60 sacas de farinha por hectare”, diz o produtor
ressaltando ter continuado a melhorar a produtividade, conseguindo, já
no ano seguinte, produzir 80 sacas por hectares e espera, neste ano,
tirar 90 sacas de farinha por hectare cultivado.
A festa da
mandioca para os produtores do Riacho Azul não é só diversão e
confraternização, é também uma oportunidade para dar visibilidade aos
seus produtos no mercado distribuidor e consumidor e, ao mesmo tempo,
apresentar às autoridades estaduais e municipais as potencialidades e
carências da comunidade.
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