Domingo, 9 de agosto de 2015 - 09h05
Até bem pouco tempo era comum ouvir-se por aqui que por falta de um ambiente próprio, leia-se “de um teatro”, Porto Velho não tinha uma movimentação cultural do nível de uma capital, ainda mais de uma capital que sedia um grande número de faculdades, cursos superiores e tem uma população universitária bem representativa.
Durante longo período quem aguentou o peso de sediar os espetáculos, com todas dificuldades inerentes de sua estrutura mas contando com uma equipe capaz de superar desafios para que houvesse espetáculos, foi o Teatro Um do Sesc/Esplanada. Em setembro do ano passado a obra que levou exatos 20 anos para ser construída foi inaugurada, o Teatro Estadual, na realidade um complexo com duas salas de espetáculo, uma com mil lugares, esta chamada pomposa, e merecidamente, Palácio das Artes e outra com 250, mas contando com toda estrutura necessária, o “Teatro Guaporé” – que, aliás, vem sendo não aproveitado.
O funcionamento do Teatro Estadual trouxe, especialmente para o portovelhense, a sensação de que enfim temos um local digno de se ir e degustar a cultura que a dança, a música e o teatro cênico é capaz de oferecer e, como consequência, temos uma programação grande que vem sendo cumprida e que promete mais ainda, mas que exige dos programadores alguns fatores na seleção do que vai ser apresentado e muita atenção com quem vai ali.
E por que ter atenção “com quem vai ali’. Justamente porque há pessoas que vão ao Teatro mas esquecem que aquele patrimônio deve ser preservado e bem conservado não apenas por quem o administra mas, também, por quem o frequenta.
Em qualquer evento é possível ver pessoas adultas entrando com bebida ou pipoca, colocando os pés nos encostos das cadeiras ou, então, pais que levam suas crianças (Ótimo, continuem!) mas cometem o erro de deixar que elas pisem nos assentos das cadeiras e, durante os espetáculos, fiquem subindo e descendo as escadarias, fazendo barulho e, com certeza, prejudicando a concentração de quem está em cena.
Sim, o nosso Teatro – aliás, o complexo que ele forma – posicionado de forma majestosa num dos locais de maior tráfego da Capital, sem qualquer dúvida está fazendo sua diferença. Mas fará mais ainda com seleção melhor do que será apresentado e, também, no processo de educar, especialmente jovens e crianças, que aquela casa de espetáculos não pode permitir comportamento de quem vai ao cinema ou outro qualquer lugar público onde são comuns observar cenas que já são vistas, de forma lamentável, no Palácio das Artes.
Considere-se dito!
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