Quinta-feira, 20 de abril de 2017 - 05h01
O escritor, poeta e professor José Valdir Pereira, que reside hoje em Fortaleza – CE, está em Porto Velho – RO, desde meado do mês de março, lançando sua última obra, desta vez um livro infantil – “A Estrelinhas e Seus Amigos”. O livro é um misto de textos, poesias e poesias musicadas. Todas as músicas do livro estão cifradas com as devidas partituras.
Valdir deve está chegando a uma dezena de livros publicados ou mais. Publicou livros sobre a história de Rondônia, livros técnicos sobre educação e fundamentalmente livros de poesias, daí, preferir ser chamado de poeta, e mais, é romântico, prefere o codinome de “poeta das flores”.
“A Estrelinha e Seus amigos” já foi lançado em vários locais aqui em Porto Velho e já está agendado para lançamento em Buritis, Guajará Mirim, Cacoal e Vilhena e quem tiver interesse em adquirir o livro infantil do professor Valdir, está disponível na Livraria Leitura no Porto Velho Shopping.
O livro
Apesar dos pesares, apesar da dor, da ilusão, dos desencontros que marcam a raça humana no planeta terra, José Valdir Pereira, apesar de admitir tudo isso, é um otimista. E como otimista, apesar de pautar alguns dos seus textos e poesias ( músicas) do seu livro infantil com a temática do desencontro ( tema recorrente no seu fazer poético), ele corre, se enverga, pula, dá uma cambalhota nos sentimentos e no seu escrito e termina por afirmar que o homem tem salvação e que caminhamos em busca de um mundo melhor e de paz. Senão Vejamos.
O tema do desencontro acompanha o poeta em parte do livro; na poesia/música “ A tristeza do sapinho” ( canta-se o amor que se perdeu na espera de outro): A minha sapa,/ foi embora e me deixou,/ agora estou sozinho,/ sem a sapa meu amor...Não fique triste meu sapinho, uma sapa vai, outra sapa vem/ Hoje você está sem a sapa, amanhã a sapa tem.). No mesmo caminho vai a linda poesia/música “ A estrelinha lá no céu” ( aqui o autor fala do amor esperado que vai chegar ) e na música “A sereia” o tema é o amor perdido. Na poesia “ O velho trem no Brasil tem...”, a temática é o desencontro do medo do futuro: Pobrezinho, sem passageiros, sem ninguém,/ vai pro ferro velho, depois de um constante vai-e-vem./ Valha-me Deus!/ Será que vai ser assim comigo também?/ Ferro velho de alguém?/ Assim, que nem o velho trem.../ Olha o trem! Cadê o trem.
Mas, se quatro poesias/ músicas, denunciam o desencontro que existe tanto por aí – até para mostrar, creio, que o mundo infantil não é só de alegria e beleza como muitos pensam - o restante do livro é outra coisa, carimba o verso do poetinha Vinicius de Moraes : “A vida é a arte do encontro”.
Na poesia de abertura “É natal...” o poeta nos convida a celebrar a chegada de Cristo: “No nosso coração, vem derramar, a paz de que precisamos,/ Aumentar o amor que ainda é pouco, e a felicidade de amar”. E por aí vai desfilando o amor paternal, o amor fraternal, o congraçamento e a celebração entre as vidas.
Alguns textos assumem um jeito meigo e afável, com dose professoral. O que seria inevitável, uma vez que, o autor passou toda sua a vida como professor em diversas disciplinas, do ensino básico ao universitário; este perfil está nítido no texto “ O mar, um amigo para lembrar”, onde faz um canto à sua filha e ao mesmo tempo ensina como se deve aproveitar o mar sem se “queimar” e sem afogar-se.
O livro “A Estrelinha e Seus Amigos” estar recheado de mensagens de esperança, da ingenuidade inteligente que não é boba e principalmente de esperança na fraternidade humana. Coisa que o professor e poeta José Valdir acredita, e que nós todos, para viver, precisamos acreditar.
Valdir com seu texto perseguiu o dito pelo escritor de fábulas infantil Jean de La Fontaine – “ se quiser falar ao coração do homem, há que se contar uma história. Dessas que não faltam animais, ou deuses e muita fantasia. Porque é assim, suave e docemente que se despertam consciências”. E acreditem! Ele conseguiu.
“A Estrelinha e Seus Amigos” está recheado de animais, deuses, sobretudo, fantasias. É a sua conscientização da missão de despertar consciências que levou certamente o professor Valdir fazer esse longo e difícil exercício de escrever para as crianças. Missão cumprida. Mas, tem mais. Para finalizar o poeta deixa uma mensagem de esperança para que o homem não se destrua, como está se destruindo, na valorização exacerbada do material, do ter. Cobra que toda criança merece e deve receber presentes todos os dias, não necessariamente materiais, mas sim, aqueles que chegam à alma e ao coração, como: amor, carinho, paciência e compreensão.
Convencionou-se que literatura infantil é para criança. Sabemos ser isso uma falácia. O livro do poeta Valdir, pelo propósito, é um livro para crianças, e, sobretudo, para adultos. É leitura obrigatória para adultos. Lembrando o psicanalista suíço Carl Gustav Jung: “Em todo adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita cuidado, atenção e educação incessante. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e torna-se completa”. A leitura de “A Estrelinha e Seus Amigos” ajuda nesse propósito.
Explica a psicóloga clínica Rosemeire Zago, junguiana: “É preciso amar primeiro nossa criança, para depois amarmos outras pessoas e recebermos amor; do contrário sempre escolheremos, inconscientemente, relacionamentos doentes e destrutivos, recriando padrões da infância. Hoje o resgate da criança interior é o elemento mais importante do trabalho terapêutico. Ouvir essa criança é essencial ao processo de torna-se único. A necessidade de encontrar a criança interior faz parte da jornada de todo ser humano que se encaminha na direção do autoconhecimento e de sua totalidade”. “A Estrelinha e Seus Amigos” ajuda nessa tarefa terapêutica de nos devolver a nossa criança, daí ser, leitura obrigatória para adultos.
No mais, diante de tanta desonra, cinismo e desfaçatez , que estamos presenciando, infelizmente, no nosso dia a dia, o livro do poeta José Valdir é um pingo de luz, de alerta, de que ainda é possível ter esperança na raça humana, que ainda é possível nos salvar e ajudar a salvar o próximo.
Adaides Batista – Dadá
compositor popular, poeta e jornalista
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