Terça-feira, 16 de março de 2021 - 19h41
Ana
Beatriz Almeida de Carvalho tem apenas 10 anos e está próxima de entrar para o
seleto grupo de alunos da Escola do Teatro Balé Bolshoi no Brasil, uma das
instituições mais respeitadas no mundo da dança. Após superar uma etapa com
4.673 concorrentes de 18 estados brasileiros e representantes estrangeiros, ela
está de malas prontas para embarcar com a mãe Katiele Almeida e a professora
Maria Rita do Nascimento para Joinville, Santa Catarina, onde acontecerão
outras fases da seleção.
“Ela é muito focada no que faz. Em 2020, as aulas
foram todas ‘on line’ e a Ana Beatriz participou de todas, com acompanhamento
da professora Rita”, diz Katiele, sem esconder o orgulho. Ela sonha com o
sucesso da filha e com outra conquista. “Gostaria que em nossa cidade surgisse
a cultura do espetáculo de balé. É um evento maravilhoso. Pena que muitas
pessoas nunca tenham assistido ainda”, lamenta.
A sede da Escola de Balé Bolshoi fica em Moscou e
sua única filial está localizada no Brasil. Todos os anos, centenas de alunos brasileiros
e estrangeiros disputam vagas na instituição. O rigoroso processo seletivo, por
conta da pandemia de Covid-19, iniciou com vídeos encaminhados pelos
candidatos. A fase presencial inicia agora.
APOIO MUNICIPAL
Projetos de alcance social e mudanças de vida de
muitas famílias têm pautado ações de diversas pastas da Prefeitura de Porto
Velho. Estas iniciativas incluem a primeira-dama Yeda Chaves, que presta apoio
desde o início da trajetória da aluna-bailarina.
A secretária Gláucia Negreiros, da Secretaria
Municipal de Educação (Semed), diz que não faltará ajuda para a representante
de Porto Velho na seleção da Escola do Teatro Bolshoi. Mãe, professora e a
estudante viajam nesta quarta-feira (17), para Joinville.
Ana Beatriz faz parte de um projeto da Escola
Municipal de Ensino Fundamental João Ribeiro Soares, que é coordenado pela
professora Maria Rita do Nascimento.
“A Semed estimula, por meio da Divisão de Arte e
Cultura, o desenvolvimento das atividades esportivas, artísticas e de dança. E
as atividades de balé fazem parte deste trabalho”, destaca Gláucia Negreiros.
Segundo ela, Ana Beatriz é um exemplo do sucesso destas políticas públicas.
DETERMINAÇÃO
Se a pandemia trouxe obstáculos para o cotidiano
de Ana Beatriz, em nada afetou sua determinação. A partir de quinta-feira (18),
ela terá uma série de provas que precisarão ser vencidas para concretizar o
sonho.
Se for vitoriosa em todas as fases e entrar para a
Escola Bolshoi, a rotina de Ana Beatriz e sua de mãe vai mudar. “Sendo
aprovada, ela vai estudar lá. Serão oito anos em Joinville”, diz a mãe da
pequena bailarina.
A alegria da professora Maria Rita do Nascimento
não é menor que a da pequena bailarina Ana Beatriz e sua mãe Katiele. Ela atua
na rede municipal de ensino e é ex-aluna do Teatro Municipal de Porto Velho.
Rita acumulou experiência em cursos no Brasil e no exterior. O currículo é
enriquecido pelo fato de ter feito aula com Isolina Rabelo, professora do
Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Professora desde os 18 anos, Maria Rita teve outro
aluno com passagem pela Escola do Teatro Balé Bolshoi. Segundo a professora, a
falta de recursos financeiros prejudica a maioria das crianças que têm
interesse pelo balé. “Os patrocínios são escassos e os pais são obrigados a
bancar os gastos”, revela com tristeza.
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