Quarta-feira, 11 de outubro de 2006 - 06h06
Sílvio Santos
Dizem que, quem espera sempre alcança ou então, que os últimos serão os primeiros e por aí vão os ditos populares, que cabem como uma luva dentro daquilo que pretendemos passar aos nossos leitores. O mundo das artes cênicas porto-velhense vive reclamando que a capital de Rondônia é a única no Brasil a não possuir um teatro. Antigamente se usou complementar a frase com o termo "não possuir um teatro", aí o Marcio Meira considerado à época, Ministro Adjunto da Cultura, veio a Porto Velho participar de um Seminário sobre cultura que aconteceu lá no Sest/Senat e disse que, estávamos cometendo uma injustiça ao propalar, que Porto Velho não tinha teatro "Aqui onde estamos agora, é um teatro (referindo-se ao teatro do Sest/Senat local onde ele proferia palestra) e olha, um dos mais bem aparelhados que conhecemos", foi o suficiente para inserirmos em nossas reclamações o termo, "a única Capital de Estado que não tem um teatro oficial ou administrado pelo governo".
Vale salientar, que o governo estadual começou a construir o tão sonhado teatro (aquele cuja construção está em ruínas na esplanada das secretarias) em meados da década de 90, ou seja, no governo Raupp e até hoje, a obra está empacada, dentro do mato. Acontece que essa mesma obra, muito em breve, deve ser retomada já que o governador Ivo Cassol conseguiu junto ao Banco do Brasil a verba necessária para a sua conclusão, "o dinheiro já está na conta do governo estadual", declara o governador em seus discursos. São 22 milhões depositados pelo BB para que a cidade possa desfrutar do tão sonhado Teatro Oficial. De acordo com fontes governamentais a oba já está sendo licitada e deve começar se não agora, pelo menos no início do próximo ano.
Cremos que até o final do ano de 2007 o Teatro Oficial seja inaugurado.
Recentemente, o prefeito Roberto Sobrinho reuniu a imprensa e convidados e apresentou no pátio das oficinas da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré o projeto de revitalização do complexo ferroviário, que abrange o galpão das oficinas e os armazéns que ficam mais à beira do Madeira.
Justamente em dois dos três galpões que serviram como armazém de carga, quando o trem e o plano inclinado funcionavam, contam em suas plantas, com salas de teatro para aproximadamente 200 poltronas (cada).
As obras nesses armazéns já começaram, o que nos dá o direito, de prevê, que também até o final do próximo ano, teremos mais duas salas de espetáculo com estrutura para receber peças teatrais.
Na mesma noite, Roberto Sobrinho anunciou a construção da Escola Técnica que já está em fase avançada de construção ali na rua Henrique Dias por trás da Capitania dos Portos onde também contará com um teatro com 200 lugares.
Essa obra, de acordo com a placa que a identifica, deve estar pronta até o final deste ou no mais tardar até março de 2007.
Então vejamos, até o final de 2007 Porto Velho que até então era a única Capital de Estado a não possuir um teatro oficial, contará com 4 salas de teatro oficiais, sendo três administradas pela prefeitura municipal e uma pelo governo estadual. Somadas as poltronas que essas salas de espetáculos vão receber, o público de Porto Velho terá à sua disposição nada mais, nada menos, que 1.400 lugares, já que o teatro do governo estadual em sua planta original, nos informa que vai contar com 800 espectadores sentados.
Se formos contar com os 200 lugares do Teatro Um do Sesc e com os 150 lugares do Teatro do Sest/Senat o público porto-velhense em 2007, terá 1.750 poltronas à sua disposição para assistir aos mais variados espetáculos teatrais.
Ainda tem o teatro municipal que funciona apenas como escola de dança, na rua Joaquim Nabuco com a Duque de Caxias.
É aí que surge a pergunta. Será que teremos platéia para tanta poltrona?
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