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Cultura de Vilhena sofre com desmonte da Fundação Cultural

Vilhena pode perder verbas oriundas do Governo Federal


Cultura de Vilhena sofre com desmonte da Fundação Cultural - Gente de Opinião

A Fundação Cultural de Vilhena, autarquia responsável por gerir a cultura do município, está longe de ser perfeita, mas a atual conjuntura política do município de Vilhena está piorando muito a situação, pois com a cassação do Prefeito Eduardo Japonês, a Cultura foi a primeira a ser impactada, a saída do antigo Presidente da Fundação, França Silva, para assumir a cadeira na Câmara de vereadores deixou o cargo vago por cerca de 15 dias. 

Após esse período sem um gestor, o Prefeito interino, Ronildo Macedo, nomeou um Presidente conhecido pelos artistas locais, visto que o Djavan Santos foi presidente da Fundação em 2017 e nesse período tomou diversas decisões que prejudicaram a cultura municipal, há inclusive matérias sobre fatos na época, entenda clicando aqui. No atual momento, com menos de uma semana no cargo, o Presidente já possui outras matérias que tratam sobre a maneira como gerencia a Fundação, como o texto publicado essa semana em jornal local, leia aqui.

Os artistas de Vilhena, preocupados com o andamento da pasta, reuniram-se na noite dessa segunda-feira, 1º de agosto, para discutir uma pauta a ser levada ao atual Presidente da Fundação, na tentativa de estabelecer um diálogo com o órgão. Em contraponto à iniciativa, o Presidente que havia concordado em se reunir com a classe, no dia 04 de agosto (quinta-feira) desmarcou a reunião na manhã dessa segunda-feira, sem justificativa plausível. 

Sem as condições mínimas de execução, com um gestor que não parece ter preocupação nenhuma com a classe artística e com diversas exonerações e pedidos de afastamentos dos cargos, a Fundação Cultural de Vilhena corre o risco de perder de vez o pouco espaço que havia conquistado. Os problemas já existentes tendem a se agravarem, como o o sucateamento dos equipamentos públicos, visto que o município está com a Biblioteca Municipal Monteiro Lobato fechada há mais de 3 anos.

Na reunião desse segunda-feira, artistas vilhenenses redigiram uma carta aberta à comunidade relatando as preocupações atuais, visto que além de gerenciar as verbas fixas da Fundação, o município receberá cerca de 900 mil reais oriundos da Lei Paulo Gustavo que deverá ser aplicada até 31 de dezembro/2022. Além dos valores da Lei Aldir Blanc 2 que serão destinados ao município no ano de 2023. O impacto que a não aplicação desse valor pode causar no município é enorme, pois essa quantia deixará de circular no comércio local. 

Durante a reunião, os artistas programaram o 1º Fórum de Cultura de Vilhena/2022 a ser realizado na próxima terça-feira, 9 de agosto, às 19h, no Auditório da Biblioteca da Universidade Federal de Rondônia Campus Vilhena.

A classe artística, na tentativa de dialogar com a gestão, irá formalizar convite ao prefeito interino de Vilhena, Ronildo Macedo, e ao presidente da Fundação Cultura de Vilhena, Djavan Santos a fim de que se façam presentes no Fórum para debater a gestão da cultura no município. Pois, a Fundação estava no caminho do diálogo em uma construção mais colaborativa e participativa, havendo troca entre artistas e gestão, sendo essa a melhor forma de gerir o órgão de cultura.

Estão convidados a participar do 1º Fórum de Cultura de Vilhena/2022 a comunidade artística do município e a comunidade em geral. 


Confira a Carta Aberta da comunidade artística e/ou de produção em arte de Vilhena:

Nós, comunidade artística e/ou de produção em arte, viemos por meio desta manifestar nossa preocupação quanto ao período de transição política no município, sobretudo quanto à Fundação Cultura de Vilhena, uma vez que no momento o município passa por uma transição política, o que também impacta a Fundação Cultural de Vilhena. A preocupação, para além da continuidade do movimento de fomento à produção e consumo artístico cultural de editais municipais, relaciona-se também quanto à sequência das Leis nº 14.399, de 8 de julho de 2022, a Lei de Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, e Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022, conhecida como Lei Paulo Gustavo, haja vista que o aporte recebido pelo município passaria a casa de um milhão de reais, demandando diálogo com a categoria artística, fora os trâmites legais para lançamento das minutas dos editais. Frente a isso, nós, comunidade artística e/ou de produção cultural, manifestamos nossa preocupação e desejo por um cenário democrático de redistribuição de subsídios, de ampliação de produção e consumo de arte/cultura no município de Vilhena, bem como a existência de um diálogo aberto e desburocratizado entre Fundação Cultural e toda a categoria.

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