Terça-feira, 31 de dezembro de 2024 - 12h15
A Escola
Livre de Arte e Cultura Diversidade Amazônica reafirmou seu papel transformador
na cultura e no fortalecimento da identidade afro-brasileira em Rondônia ao
promover a oficina de dança "Batuques e Raízes Afro-Amazônicas".
Realizada entre outubro e novembro de 2024, a iniciativa envolveu 50
participantes em dois polos: Vilhena e a Comunidade Quilombola de Santa Cruz,
localizada em Pimenteiras do Oeste.
Com carga
horária de 20 horas, a oficina uniu teoria e prática para explorar as ricas
tradições afro-brasileiras, tendo como objetivo principal a valorização e
preservação das raízes culturais da Amazônia. A atividade, que contou com
interpretação em Libras, faz parte do projeto da Escola Livre de Arte e Cultura
Diversidade Amazônica, que foi selecionado pelo Edital Escolas Livres de
Formação em Arte e Cultura - Programa Olhos d’Água, do Ministério da Cultura.
Sob a
orientação de Lucas Souza, graduado em Dança pela Universidade Federal do
Ceará (UFC), os participantes foram imersos em uma experiência que transcendeu
o aprendizado técnico. As aulas proporcionaram um mergulho profundo na
história, no simbolismo e na espiritualidade das danças afro-brasileiras.
“A ideia
era que os alunos compreendessem o significado por trás de cada passo, gesto e
movimento, conectando-se às suas origens e reconhecendo a força de suas raízes
culturais. Os batuques e movimentos que exploramos são expressões da
resistência e criatividade do povo afro-brasileiro. É uma forma de manter viva
essa herança cultural”, explicou Andréia Machado, coordenadora do projeto.
Lucas
Souza também destacou o impacto emocional e cultural das atividades. “Foi uma
alegria ministrar a oficina para os alunos, que responderam de forma incrível.
Essa experiência mostrou a força das nossas tradições e como elas podem
transformar vidas”, afirmou.
A oficina
trouxe reflexões profundas e impacto significativo para as comunidades
participantes, especialmente na Comunidade Quilombola de Santa Cruz, onde as
tradições afrodescendentes são parte intrínseca do cotidiano. Rillary Serrath,
uma jovem da comunidade, compartilhou a transformação que viveu ao longo das
aulas.
“Cada
movimento que aprendemos tem uma história, uma força que nos conecta aos nossos
antepassados. Senti um orgulho enorme de quem sou e de onde venho. Essa
experiência mudou minha forma de enxergar minha própria identidade”, relatou.
Tailane
Macedo, outra participante, reforçou a importância da iniciativa. “Foi
fundamental para valorizar a cultura afro-brasileira e fortalecer nosso senso
de pertencimento. Essa oficina nos ajuda a compreender melhor nossa história e
o papel que desempenhamos na manutenção de nossas tradições”, disse.
Com a
oferta gratuita, a oficina eliminou barreiras financeiras, garantindo
oportunidades igualitárias para todos os interessados. Ao final das atividades,
os participantes receberam certificados, e uma apresentação especial está sendo
planejada para eventos culturais em Vilhena e na Comunidade Quilombola de Santa
Cruz.
A oficina
de dança é parte de um amplo conjunto de ações promovidas pela Escola Livre de
Arte e Cultura Diversidade Amazônica, que já inclui atividades como oficinas de
fotografia, grafite e produção de vídeos documentários. Essas iniciativas têm
como foco democratizar o acesso à arte e fortalecer a educação cultural em
Rondônia.
Como
parte da Rede Nacional de Escolas Livres, a Escola Livre de Arte e Cultura
Diversidade Amazônica reafirma seu compromisso com a inclusão e a valorização
da diversidade. Andréia Machado acredita que projetos como esses são essenciais
para o futuro da cultura e da sociedade.
“A arte é
uma ferramenta poderosa para a transformação social e para o resgate da nossa
identidade coletiva. Quando promovemos a educação cultural, estamos investindo
em um futuro em que nossas tradições são preservadas e nossa diversidade é
celebrada”, concluiu.
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