Quinta-feira, 4 de julho de 2024 - 16h04
Nesta
sexta-feira (05 de julho), as ações do Projeto Cine Itinerante “Do mar do
Caribe à beira do Madeira: Educação, Arte e Cultura cinematográfica em
instituições de Ensino”, seguem na Escola Pé de Murici, em Porto Velho (RO). As
atividades, desenvolvidas pela Bibliotecária/Documentalista do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Cledenice Blackman,
visam aproximar alunos da sétima arte por meio do cinema itinerante em três
escolas municipais e IFRO Campus Porto Velho Calama.
O Cine
Itinerante é um projeto de extensão do Campus Porto Velho Calama,
institucionalizado via Edital nº 3/2024/PVCAL - CGAB/IFRO, de 23 de janeiro de
2024 - Edital de Institucionalização das Ações de Extensão - Fluxo Contínuo. O
projeto também foi submetido, aprovado e contemplado pelo Edital de Chamamento
Público nº 001/2023/FUNCULTURAL para seleção de projetos artísticos culturais
que contemplem o desenvolvimento e a produção de obras audiovisuais no
município de Porto Velho-RO, no âmbito da Lei Complementar nº 195 - Lei Paulo
Gustavo, de 8 de julho de 2022, do Decreto nº 11.453, de 23 de março de 2023, e
do Decreto nº 11.525, de 11 de maio de 2023.
As
atividades na Escola Pé de Murici, voltadas especialmente para alunos dos
4º e 5º anos, ocorrerão nos seguintes horários: 8 às 9 h/10 às 11h (manhã) e 14
às 15 h/16 às 17h (tarde). Na oportunidade, será exibido o documentário
“Festival do Mar do Caribe à Beira do Madeira 2022 (dia 1)”, com bate-papo após
a exibição.
O projeto Cine Itinerante “Do mar do Caribe à beira do Madeira: Educação, Arte e Cultura cinematográfica em instituições de Ensino”, segundo Cledenice, objetiva contribuir para o cumprimento da Lei nº 10.639/03, posteriormente alterada pela lei nº 11.645/2008, que orienta a obrigatoriedade para os estudos, e consequentemente, produções literárias sobre a cultura afro-brasileira, suas nuances, e inclusão no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e para o atendimento da Portaria nº 470, de 14 de maio de 2024, que institui a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico- Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ). “O projeto contribui para combater o racismo estrutural, tendo em vista que, conforme o Anuário de Segurança, o estado de Rondônia é o 2º estado do país com mais casos de racismo”, explica Cledenice.
Areal da Floresta
No dia 21 de junho, alunos e servidores da Escola Areal da Floresta, em Porto Velho, puderam acompanhar o início do Projeto Cine Itinerante “Do mar do Caribe à beira do Madeira: Educação, Arte e Cultura cinematográfica em instituições de Ensino”. Foram realizadas quatro sessões de exibição do documentário “Festival do Mar do Caribe à Beira do Madeira 2022 (dia 1)”, nos períodos matutino e vespertino.
Segundo Cledenice Blackman, a proposta é disseminar o conhecimento decolonial produzido na universidade sobre tradição cultural portovelhense/amazônida, destacando as influências afro-amazônicas caribenhas inglesas. “É importante a população ter acesso a esses conhecimentos. Com o projeto, propomos que esse acesso seja por meio das artes integradas. Dessa forma, por meio do documentário, os alunos da Escola Municipal Areal da Floresta tiveram contato com música, performance teatral, história e poesia. Acredito que dessa maneira conseguimos estimular a criatividade e a participação”, destaca.
Para a Diretora da Escola, Eliene Morais Siqueira, a atividade cultural com os alunos foi de extrema importância. “As crianças são uma semente. Então, estamos plantando uma sementinha agora para colher lá na frente, para termos uma sociedade melhor, mais igualitária. Esses momentos são muito importantes, e eles vão lembrar para o resto da vida deles. E trazer essa história que é pouco conhecida, é bem importante”, comenta a gestora, que é descendente de afro-antilhanos. “Eu me sinto muito orgulhosa, tenho orgulho de fazer parte dessa história, porque por muitos anos ficou muito fechado, e com esse trabalho que a Cledenice Blackman está fazendo, dá uma visibilidade maior, não só para os nossos familiares, mas pra todos que vieram para construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré”.
A Supervisora da Areal da Floresta, Ana Tessia Calixto Silva, corrobora com a importância em apresentar a história local para os alunos. “Gostei muito da ação, porque é a história dos pioneiros que eu observei. E as crianças, desde cedo, têm que começar a saber como começou o Porto Velho, quem foram os primeiros a chegar aqui, como os barbadianos que vieram para cá”, aponta.
Um dos alunos que se divertiu durante a sessão de cinema foi o Derek, do 1º ano A. Muito atento no momento em que Cledenice falava sobre o projeto, ele explicou para os coleguinhas de turma o que era uma cápsula do tempo. “É uma máquina que faz a gente voltar no tempo”, disse. Outro aluno que gostou da experiência audiovisual foi o Lucas Gabriel Sousa, que também já sabia o que era uma máquina do tempo. “Vi em outro filme”, disse, enquanto interagia com outros colegas, comendo pipoca.
Quem também acompanhou de perto a atividade foi a Professora Magaly Pereira Braga Silva. Para ela, o momento do filme foi de descobertas e interações. “No primeiro momento, a gente verificou eles curiosos, queriam ver, conhecer, aí depois eles ficaram um pouco dispersos, mas depois veio a música e eles ficaram animados, batiam palmas. Nessa primeira infância, é muito importante esse momento cultural pra eles. Às vezes, muitos não têm essa oportunidade em casa, daí têm na escola e esse momento é singular, cada um vai levar um pouquinho pra casa, eles vão contar lá o que viram aqui”, relata.
Outra professora que acompanhou os alunos nas sessões audiovisuais foi Valcione Alves dos Santos, que leciona no 1º ano D. Ela avaliou como positiva a ação em ambiente escolar. “Super importante pela questão das crianças conhecerem um pouco da história de Rondônia, conhecerem um pouco aquilo que muitas vezes não é falado em casa. Então o cinema vindo para a escola esclarece muito, até para os professores também”, avalia.
Ana Carolina Galvão, estudante do curso técnico em Edificações do IFRO Campus Porto Velho Calama, participa do projeto de extensão auxiliando em vários momentos. “Eu acho muito emocionante, muito importante trazer essa história da nossa família, da nossa cidade, de como chegamos aqui, como foi fundada a Estrada de Ferro. É importante a tia Cleide [se referindo à Cledenice, proponente do projeto] também trazer isso para as escolas municipais, pois as crianças precisam aprender desde pequenininho, né? Gostei muito de trabalhar com as crianças, eles são meio impacientes, mas a gente dá uma conversada e tudo se resolve”, diz animada.
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