Fizeram parte das atrações, feira do artesanato e apresentações artístico-culturais com os bois bumbas Malhadinho e Flor do Campo, Caribé e Banda, grupo de rap, Silvio José e Silvio Santos, entre outros que trabalham a cultura e o folclore regionais.
A programação foi aberta no domingo (29), às 17h, com a Feira do Artesanato, na Praça dos Pioneiros (Praça da EFMM), onde na segunda-feira, pela manhã, houve celebração ecumênica, seguida da abertura da Exposição de Selos de Trens e Ferrovias, na agência dos Correios; e palestra sobre a ferrovia, na escola Alkindar Brasil Arouca. No final da tarde ainda foi realizado sarau da Academia de Letras de Guajará-Mirim, na Câmara Municipal; feira do artesanato, encerrando à noite com o Parque da Cidade, na Praça dos Pioneiros com várias atrações, entre elas a apresentação dos bois bumbas.
Também na segunda-feira, o governador Confúcio Moura falou, de Brasília, por telefone, com os moradores da região, através da Rádio Educadora, quando destacou a importância da ferrovia e os planos de restauração.
Ainda como parte das comemorações, de 14 a 20 de maio acontecerá a exposição fotográfica "Estrada de Ferro Madeira Mamoré: Trilhos e Sonhos, a lendária Ferrovia do Diabo". Além disso, no decorrer do ano, em todos os eventos realizados pela Secel, a exemplo do Arraial Flor do Maracujá e o Duelo na Fronteira, haverá atrações paralelas alusivas ao centenário. Agora, o governo estadual está empenhado na agenda em comemoração ao centenário da inauguração da ferrovia, em 1º de agosto.
De acordo com a história, foi em março de 1867, por ordem do imperador dom Pedro II, que uma comissão chefiada por Franz Keller foi criada para fazer os estudos preliminares para a construção de uma ferrovia na área das cachoeiras do rio Madeira. Após conseguir o aval do governo boliviano e a permissão brasileira para a construção, Church, na Inglaterra, conseguiu financiar o seu projeto com a condição de que a firma inglesa Public Works fosse a empresa construtora. No dia 26 de junho de 1872, pelo menos 25 engenheiros ingleses, com grande quantidade de material, desembarcaram em Santo Antônio do Madeira, que seria o ponto inicial da ferrovia. Um ano depois, sem haver assentado um único trilho, eles abandonaram tudo ao relento, vencidos pelas doenças que assolavam a região.
Após várias tentativas frustradas, em 1907 o empreendedor Percival Farquhar criou a Madeira Mamoré Railway Co. e por meio dela contratou os serviços da empresa May & Jakyll que se juntou à John Randolph, formando a May Jakyll & Randolph, responsável pela construção. Os trabalhos seriam supervisionados pela Madeira – Mamoré Railway Co.
No final de 1909, a ferrovia já contava com 74 quilômetros construídos e Farquhar conseguiu junto ao governo brasileiro o arrendamento da ferrovia e de vários seringais, pelo prazo de 60 anos. Já em 7 de setembro de 1911, os trabalhos de implantação da ferrovia chegavam a Abunã e, em 30 de abril do ano seguinte, atingiram Guajará-Mirim, sendo inaugurada no dia 1º de agosto. Dos homens contratados pela empresa construtora, num total de 21.8l7, haviam falecido 1.522 durante o período da construção.
Na década de 30 (como reflexo da grande recessão que começou em 1914, e que levou Farquhar à falência e entregar a administração da ferrovia a investidores ingleses e canadenses), as atividades foram paralisadas durante 8 dias. Com o contrato vencido, por determinação do presidente Getúlio Vargas, Aluízio Pinheiro Ferreira, assumiu a direção. Já em 1966, o então presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, determinou a erradicação da ferrovia, que seria substituída por uma rodovia. A reativação do trecho de sete quilômetros, de Porto Velho a Santo Antônio ocorreu em 1980. Mas hoje encontra-se novamente parado.
Fonte: Decom