Terça-feira, 27 de março de 2007 - 23h15
Os historiadores Abnael Machado de Lima, Odete Marao, Solano Lopes e Francisco Matias querem que o Governo do Estado e a Prefeitura de Porto Velho impeçam a distribuição nas escolas e em outros lugares, do Livro Educativo Ilustrado "O Surgimento de Porto Velho".
Eles alegam que há erros graves e que elas comprometem todo o material. Todos citam os textos da página 13, onde os autores dizem que a Lei Complementar 41 que criou o Estado foi assinada no palácio Presidente Vargas, quando de fato foi no palácio da Alvorada, em Brasília, e também que o ministro do Interior leu na sacada do Presidente Vargas a primeira Constituição do Estado e nomeou o coronel Jorge Teixeira governador, outros erros porque a Constituição foi promulgada dia 6 de agosto de 1983 e quem nomeou o governador foi o presidente da República, fatos confirmados por todas as fontes ouvidas.
O ex-presidente do Conselho Estadual de Educação e historiador Abnael Machado de Lima propõe até que o Ministério Público intervenha, "para evitar que haja informação histórica errada sendo levada para nossa população, e eu não cito apenas os estudantes porque adultos que não conheçam a nossa História podem acreditar naquilo que a revista está mostrando". Abnael quer que o Governo e a Prefeitura mandem recolher todo material "porque foi feito com dinheiro público e essas instituições, com outras, aparecem como patrocinadoras".
Para o professor Solano Lopes, de História Regional da Uniron, "essa publicação, com tais erros, deve ser tirada de circulação e proibida para menores e adultos porque distorce fatos históricos". Solano lembra que "se permitindo a circulação da revista se pode gerar problemas sérios para quem usar essas desinformações num concurso público, por exemplo".
A professora Odete Marao, mestre em História, também é favorável a que a publicação "O Surgimento de Porto Velho" seja retirada de circulação. "Eu até proponho que ela seja novamente editada, mas passando por uma revisão total inclusive ortográfica. E até me proponho a ajudar na revisão histórica".
Já o historiador Francisco Matias disse ter "levado um susto quando li o material. Isso porque tudo que estudei, pesquisei e até fui testemunha, como nos casos da instalação do Estado e da Promulgação da Constituinte de 1983, estão distorcidos na revista". Francisco Matias entende que "o melhor caminho é proibir a circulação do material, mandar recolher tudo e ter muito mais cuidado para não continuar distorcendo fatos históricos nem datas ou funções".
Fonte: Lúcio Albuquerque
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