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Histórias reais ajudam na construção dos personagens do espetáculo Lete


Para retratar a vida de uma população que vê a história da sua cidade transformada a partir da instalação de uma usina hidrelétrica, o elenco do espetáculo “Lete” buscou nas comunidades ribeirinhas, movimentos sociais e em bares de Porto Velho, histórias reais de quem sentiu na pele o processo de transformação histórica e cultural local com a instalação das grandes obras noHistórias reais ajudam na construção dos personagens do espetáculo Lete - Gente de Opinião Rio Madeira. O resultado dessa vivência poderá ser conferido a partir do dia 16 de maio, no Teatro Um do Sesc Esplanada, na peça que marca a estreia da Beradera Companhia de Teatro nos palcos da capital.

O dramaturgo e diretor do espetáculo Rodrigo Vrech explica que o processo de pesquisa para o texto iniciou há cerca de três meses, a partir de encontros com historiadores, busca em bibliografia sobre a região, reportagens e o contato direto com moradores das localidades de Jacy-Paraná, Cujubinzinho e Nazaré.

Rodrigo conta que teve contato com uma cultura regional forte e preservada em Nazaré. Já em Jacy-Paraná se deparou com uma localidade que teve sua realidade rapidamente transformada com a chegada das usinas, ponto que ele acredita ter sido importante para o processo de criação da peça. “A partir disso, pudemos conhecer dois extremos, uma comunidade mantém sua identidade cultural inalterada, e outra que foi tomada por milhares de trabalhadores de todas as partes do país”.

Em Cujubinzinho, todo o elenco teve a oportunidade de viver um dia de beradeiro, tendo a oportunidade de acompanhar o dia a dia da comunidade e as brincadeiras de criança no rio. Foi nesta oportunidade que o ator Yuri Brugnari teve a chance de, pela primeira vez, entrar em uma voadeira. “Faço um personagem que, em umas das cenas, entra em uma voadeira pela primeira vez, e a experiência me trouxe uma nova visão e percepção deste sentimento do personagem”, explica Brugnari.

Nascida em Porto Velho e com a infância marcada pelas brincadeiras no sitio da família às margens do Rio Madeira, a atriz Gisele Stering acredita o público se identificará com as histórias retratadas no espetáculo. “A peça fala do nosso processo histórico, da nossa criação e formação da nossa identidade”, diz.

Ainda como parte da pesquisa e laboratório para a construção dos personagens, o elenco participou, no último domingo (21) do movimento nacional do Dia do Basta, que em Porto Velho aconteceu na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, onde Gisele, assim como a sua personagem, discursou e incentivou os presentes a lutarem por seus direitos e pelo que acreditam e acabou ovacionada pelo público presente. 

Quem também teve a chance de interagir com o público real através de seu personagem foi a atriz Andressa Silva que, junto com os demais integrantes da Beradera, conheceu diversos bares de Porto Velho, onde tiveram contato com pessoas que vivem na realidade do submundo da droga e prostituição. “Foi um momento em que eu mais me senti humana, que me coloquei no lugar daquelas pessoas e o desespero que as levaram a viver desta forma”, relata Andressa, quem em umas das cenas vive uma prostituta ainda adolescente.

Até a estreia da temporada de “Lete”, Rodrigo Vrech explica que o processo de pesquisa não para e que novas vivências deverão ser realizadas, com o objetivo de dar cada vez mais realidade e sentimento ao espetáculo.

Ficha Técnica

Contemplado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) através do edital Prêmio Myriam Muniz de Teatro 2012 para montagem cênica, com o apoio do Ministério da Cultura (Minc), “Lete” estreia no dia 16 de maio no palco do Teatro 1 do Sesc Esplanada. O espetáculo segue em temporada até o dia 2 de junho com todas as apresentações gratuitas.

A peça conta com trilha sonora original do cantor Bado; figurino de Einstein Berguerand; iluminação de Rodrigo Vrech e Osias Cardoso; cenário e direção musical do próprio grupo; comunicação Folk Produções e desing gráfico de Moisés Costa. O espetáculo é uma realização da Associação Trilhos Culturais (ATC), Azagaia Núcleo de Criações e Beradera Companhia de Teatro.

Para saber sobre "Lete" e seus bastidores, acesse: www.facebook.com/beraderaciadeteatro

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