Quarta-feira, 11 de julho de 2007 - 07h59
O professor José Maria de Mesquita Jr, Mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), ministrou o módulo "Resíduos Industriais", desenvolvido dentro do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental, que está sendo ministrado na Faculdade São Lucas, pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (IBAPE), Regional Rondônia (Ibape/RO), com apoio do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea/RO).
Segundo Mesquita Jr, os resíduos sólidos representam hoje uma das mais complexas questões com que se tem que lidar para evitar degradação do meio ambiente e problemas à saúde humana. Ele frisou que a situação do manejo de resíduos sólidos no país é preocupante, principalmente no que diz respeito à questão da disposição final, uma vez que 63,6% dos municípios brasileiros utilizam lixões como forma de disposição dos resíduos sólidos urbanos, 18,4% utilizam aterros controlados e 13,8% dispõem os resíduos em aterros sanitários.
Na opinião do professor Mesquita Jr, uma das dificuldades existentes no trato do problema está no fato de que os resíduos sólidos apresentam um problema particular, pois percorrem um longo caminho produção, uso, geração, descarte, coleta, tratamento e disposição final e envolvem diversos atores, de modo que o tratamento meramente técnico tem apresentado resultados pouco animadores.
Outra dificuldade, conforme o especialista da UERJ, está ligada diretamente aos recursos envolvidos. Devido ao aumento considerável na produção per capita de resíduos e à aglomeração urbana acelerada que vem se verificando em nossas cidades, são necessários investimentos vultosos para a aquisição de equipamentos, treinamento, capacitação, controle e custeio de todo o sistema de manejo de resíduos sólidos. "De natureza complexa, o problema não é simplesmente técnico, pois sua gestão envolve a compreensão, o trabalho e o atendimento às dimensões econômica, social e ambiental", observou Mesquita.
No que diz respeito aos resíduos industriais, Mesquita Jr destacou que aqueles que têm características perigosas geram uma situação ainda mais preocupante, pois o gerenciamento inadequado pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente e problemas muito sérios à saúde humana, sendo conhecidos diversos caos de destinação de resíduos de forma incorreta que causaram extinção de espécies da fauna e da flora e mortes de pessoas, além de outros danos mutagênicos e teratogênicos. O modulo "Resíduos Industriais" teve como objetivo transmitir conhecimento aos técnicos da região para que possam enfrentar o desafio de tratar os resíduos industriais de forma adequada para que não ocorra a degradação do meio ambiente nem comprometimento da saúde humana, garantindo a qualidade de vida das gerações atual e futura.
José Maria de Mesquita Jr é Mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Engenheiro Químico Faculdade de Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com ampla experiência em gestão ambiental e de resíduos sólidos, tendo ocupado cargos de chefia e técnicos em importantes instituições públicas, como na Secretaria Especial do Meio Ambiente (Atual Imaba), na Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), e Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro. É consultor para projetos de Meio Ambiente e Resíduos Sólidos, Professor da Ensur participante de congressos e seminários, Coordenador do Comitê de Resíduos Sólidos da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), Coordenador do Fórum Estadual Lixo e Cidadania, membro de diversas câmaras técnicas, comissões e grupos consultivos em sua área de atuação, autor de estudos e pesquisas sobre meio ambiente e controle da poluição. Além disso,tem diversos trabalhos técnicos publicados.
Fonte: Chagas Pereira
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