Segunda-feira, 20 de agosto de 2012 - 08h05
Tradução foi feita diretamente do chinês arcaico e inclui comentários clássicos acerca dos aforismos, fundamentais para a compreensão dos textos (Wikimedia) |
Agência FAPESP – A Editora Unesp lançou no dia 17, na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, o livro Os Analectos, que procura resgatar o pensamento original de Confúcio, pensador chinês que viveu entre 551 e 479 a.C.
A obra foi traduzida, de forma pioneira, diretamente do chinês arcaico para o português e inclui os comentários clássicos acerca dos aforismos. A coordenação da edição é de Giorgio Sinedino, adido cultural da Embaixada Brasileira em Pequim, que concluiu Os Analectos após quase sete anos de estudos diários e vivência da cultura chinesa.
De acordo com a Unesp, os comentários não constam das outras edições em português, embora sejam fundamentais para a compreensão dos aforismos. Complexos até mesmo para leitores já versados em Confúcio, esses pequenos textos, sobre os quais cabem olhares múltiplos, contemplam diversas possibilidades semânticas, como demonstram as diferentes interpretações dos próprios comentadores tradicionais.
Os comentários que integram a obra foram cuidadosamente compilados de fontes variadas por Sinedino e adaptados, de modo a facilitar a compreensão pelo leitor contemporâneo. Também para tornar a leitura mais fluente foram editados na sequência dos aforismos, e não em notas de rodapé.
Os Analectos representam uma visão de mundo e uma espécie de código ético e de conduta que foi fundamental para a vida familiar e pública na China antiga e continua presente em vários aspectos da sociedade chinesa de nossos dias.
Segundo Sinedino, a atualidade da obra é atestada inclusive pela pujança contemporânea da China. O tradutor identifica no pensamento de Confúcio a defesa da livre competição, visível na economia chinesa. Para ele, inclusive, “a liderança da economia pelo estado na China não se deve ao comunismo, mas ao confucionismo”.
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