Um dos maiores dramaturgos do teatro no Brasil, Nelson Rodrigues, teve obra usada como inspiração para o espetáculo “Viúva, Porém Honesta”, do grupo pernambucano Magiluth, atração do segundo dia de Palco Giratório – abertura nacional, realizado nesta quinta-feira (20).
A peça conta a história de Ivonete que resolve virar mulher “honesta” após a morte de seu marido. Uma das estranhas decisões de sua nova conduta é nunca mais sentar. O pai da jovem, diretor de um dos mais influentes jornais do país, resolve então convocar renomados especialistas para solucionar o problema da filha.
Giordano Castro, ator e integrante do grupo, comenta que dentre os textos de Nelson Rodrigues, “Viúva” era aquele em que o grupo conseguia empregar mais a sua linha de pesquisa. “É um texto que liberta o ator e possibilita que quem está em cena interprete todos os personagens. Desta forma, cada um pode empregar suas características, construindo e desconstruindo”, afirma.
“Gostei da forma como o grupo empregou humor em uma obra que geralmente é mais pesada, como a de Nelson Rodrigues”, ressalta a atriz e comunicadora Emilli Sousa.
O diretor do espetáculo, Pedro Vilela, conta que este é o primeiro ano em que o grupo participa do Palco Giratório. “Sempre tivemos muita vontade de estar no festival, pois ele se configura hoje como uma das principais políticas públicas em torno do teatro no Brasil”, diz. Ele acrescenta que a possibilidade de diferentes companhias, de diferentes estados, circularem pelo Brasil e intercambiar práticas é magnífica.
Sobre o grupo
Magiluth é um grupo de pesquisa continuada que completa dez anos de trajetória com sete espetáculos teatrais no currículo. Já desenvolveu intervenções urbanas em Recife com o apoio do governo e criou Festival de Teatro de Rua do Recife – Trema, incentivado pelo Sesc de Pernambuco.
Performance
Dentro da programação especial da mostra, o Grupo Soufflé de Bodó Company (RO/AM) apresentou o espetáculo de dança "Curuminzado - Apresentação A (Escovação)", na Praça Aluísio Ferreira. O artista Francis Madson, que assina a concepção geral e coreografia, propõe uma reflexão sobre os curumins (crianças) manauaras, através de questionamentos sobre a vivência dessas crianças habituadas com o universo indígena, infiltradas na sociedade urbana de Manaus.
Fonte: Folk Produções
Terça-feira, 26 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)