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Teatro: Porto Velho foi palco de grandes espetáculos


Teatro: Porto Velho foi palco de grandes espetáculos  - Gente de Opinião

A única Capital da região Norte a receber o Palco Giratório em sua temporada 2012 pôde mostrar para a população que o teatro é uma opção de entretenimento acessível e lazer saudável para a família.


Com programação variada e atrações para todos os públicos, o Festival Palco Giratório trouxe para Porto Velho espetáculos premiados e de renome nacional, além de montagens de destaque no cenário regional. Desde o dia 1º a comunidade porto-velhense assistiu a apresentações de dança, musicais e espetáculos infantis que prenderam a atenção da garotada e lotaram o Teatro Um do Sesc Esplanada todos os dias.

Este ano os espetáculos saíram dos palcos do teatro e foram para onde estava a população. Ruas e praças das zonas Zul e Leste receberam os artistas, bem como hospitais e escolas públicas.

Andressa Romão, coordenadora do Festival Palco Giratório em Porto Velho, diz que o objetivo do evento é possibilitar o acesso das pessoas à arte. “O Palco vai aos hospitais levar os espetáculos a quem não pode ir ao teatro. Seguimos a máxima de que o artista deve ir onde o povo está", destaca.
 

Acessibilidade

A acessibilidade de pessoas que muitas vezes não podem ir ao teatro também foi um ponto forte desta edição, que contou com a tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) com o intérprete Marcos Grützmacher, da Associação de Professores, Parentes, Intérpretes e Amigos de Surdos do Estado de Rondônia (APPIS).

Foi a primeira vez que Beatriz Gomes, surda, assistiu a uma peça teatral, e gostou do que viu. “Gostaria que tivessem mais espetáculos como este, para que nós, surdos, tenhamos a chance de comparecer”, disse, com a ajuda do intérprete Marcos, que salienta que o universo do teatro é muito novo para eles, pois nunca haviam tido a chance de acompanhar, devido a falta de acessibilidade.

Outro estudante, também surdo, Tiago Quirino, disse que tinha preconceito com o teatro, por nunca ter tido a chance de assistir, e ter essa oportunidade foi importante para ele, que pretende acompanhar as próximas apresentações.


Oportunidade

Além de mostrar e difundir as montagens regionais para outras localidades, o Palco Giratório também funciona como um canal de intercâmbio entre atores e profissionais de diferentes equipes que atuam no mesmo segmento em regiões distintas.

“Além da troca de informações com cada um, os grupos refletem a cultura local. O boi-bumbá a cultura rondoniense e nós a pernambucana. Essa troca de pedaços do Brasil é muito boa e só o Palco Giratório proporciona”, diz Maria Paula, diretora do diretora do grupo Grial que se apresentou no último dia 2.

Além do intercâmbio, os artistas participaram da “Substação”, um espaço para o experimento e performances com linguagens artísticas que fogem do espaço convencional do teatro.

“É uma maneira de inserir os artistas com essa linguagem contemporânea, além de oferecer as oficinas para os artistas locais”, afirma Andressa Romão.

Ao percorrer as ruas de Porto Velho como um cachorro guiado por sua dona, o estudante do curso de interpretação oferecido pelo grupo “O Imaginário”, Mahamoud Baydoun chocou a população que interpretou a performance de várias formas. A mais popular é, sem dúvida, a de que o homem que não anda na linha a mulher trata dessa forma.
 

Destaque

O espetáculo infantil “Avoar” surpreendeu a todos quando foi além de mostrar as cantigas de roda na apresentação. O musical resgatou a infância de quem já tem filhos e estes não brincam como antigamente.

“Avoar”, uma produção do Grupo Raízes do Porto, foi o único espetáculo a ter duas sessões seguidas no mesmo dia. Ambas com o Teatro Um do Sesc Esplanda lotado.

Suely Rodrigues, diretora do espetáculo, conta que esta é uma peça que sempre será atual. “Avoar é um resgate às antigas cantigas de roda, a canções antigas, que os vovôs cantavam para os seus filhos, mas que se perderam de geração após geração”, afirma.

Ela diz ainda que a apresentação busca trabalhar a saída das pessoas de seus prédios e casas, que vivem isoladas em seu mundo, sem a troca de experiências diretamente com o ser humano. “Os pais ficam até mais encantados que as crianças por estarem relembrando a infância e suas brincadeiras”, destaca a diretora.
 

O Festival

Criado e gerenciado pelo Sesc desde 1998, o Palco Giratório oferece ao público a oportunidade de apreciar a arte.

Para Adriana Zanki Cordenonsi, professora universitária, o Palco Giratório é, sem dúvida, o evento de teatro mais importante da cidade. “É uma das únicas oportunidades do público porto-velhense assistir peças de diferentes Estados do Brasil”, afirma.

“A vontade era de ter tempo e disponibilidade para ir assistir a grande maioria das peças, mas consegui ir em algumas. Todas impressionaram pela qualidade, pela atenção aos detalhes, pela preocupação com o público que, em muitos casos, está indo ao teatro pela primeira vez na vida”, comenta o funcionário público Daniel José Pinto.

O diretor regional do Sesc Rondônia, Waldy Fernando Bastos, diz que realizar um evento deste porte não é fácil, por conta da limitação de recursos, mas o resultado é gratificante. “Nossa equipe é pequena, mas é corajosa”, ressalta.

Fonte: Folk Produções
 

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