Quinta-feira, 28 de dezembro de 2017 - 09h03
Por Humberto Pinho da Silva
O que vos vou narrar, são casos passados, há muitos anos: dois, em Vila Nova de Gaia; e um, na cidade do Porto.
Todos desconhecidos do grande público, porque, os intervenientes, apenas revelaram, o que lhes acontecera, a amigos e familiares.
O primeiro, passou-se na Rua Soares dos Reis, 117, em Gaia, residência de Francisco Pinto de Sousa Figueiredo, casado com Dona. Augusta Lencastre e Menezes:
Estando em oração, diante do santuário, envolta em acolhedora penumbra, de súbito, luz forte, irradia da imagem de Jesus, iluminando toda a sala.
Ficou assombrado e confuso. Pensou que a claridade intensa, e ao mesmo tempo suave, que não lhe ferira a vista, fosse fruto da imaginação. Uma simples alucinação visionária.
Ao regressar ao quarto, contou à esposa, o que lhe acontecera, manifestando a sua preocupação.
Também ela, que estava deitada, vira a “luz”, da sala contígua, e também não descortinara donde surgira a misteriosa claridade.
Francisco Figueiredo, que nascera a 29 de Janeiro de 1880, é pai do ex-deputado socialista, Menezes Figueiredo.
Outro caso insólito:
Dona Júlia Rosa da Silva Paulos, certa manhã, com amigas, fora assistir à missa, na igreja de S. Francisco, no Porto.
Ficara em oração, após o culto.
Ao sair, com as amigas, pela porta lateral, depara estranha procissão, de fiéis, trajados de vestes desusadas, caminhando lentamente, entoando hinos desconhecidos.
Receosas, retrocederam.
Ao interrogarem, mais tarde, o sacerdote, sobre o estranho cortejo, este declarou-lhes que não houvera qualquer procissão nesse dia.
Ficaram estarrecidas, e interrogavam-se sobre a singular e misteriosa visão.
Dona Júlia, vivia na Rua General Torres, 157, em Gaia. Faleceu a 23 de Maio de 1937.
Era cunhada de Dona. Ana Leopoldina, amiga da “ santinha” de Arcozelo.
O último caso, também bastante curioso – e mais conhecido, – é o de Ermelinda Vieira, natural de Baião, que vivera na Barrosa, em Gaia, na Rua Carlos Guedes de Amorim, 114 - casa 2.
Pela Quaresma, apareciam-lhe estigmas, nas mãos e no rosto; feridas que desapareciam na Páscoa.
Dizem que passava dias em extasie.
Era visitada, entre outros, pela vicentina Dona Cândida Pacheco, pelo Padre Correia, do Candal, e pelo Padre Vitorino, de Santa Marinha.
Quando faleceu, a 27 de Maio de 1969, saiu de casa em caixão aberto, acompanhado pela banda “1º de Agosto “, seguida por multidão, que a acompanhou até ao cemitério.
Graças a Joaquim Leite, Presidente da Junta de Santa Marinha (que atendeu o pedido do povo da Barrosa,) encontra-se numa capela, à entrada da porta superior do cemitério.
São três casos, quase desconhecidos, dignos de registo, ocorridos com gente de Vila Nova de Gaia, que fazem pensar e meditar.
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