Sexta-feira, 13 de agosto de 2021 - 10h04
Desde quando a economia se firma
como um ramo do conhecimento humano, enquanto corpo mais sistematizado, algumas
das formulações dos seus postulados, foi na perspectiva de estabelecer nos seus
limites, o que deve ser produzido, como produzir, e para quem produzir.
Essa formulação feita evidentemente, traz consequências nos seus aspectos fundantes, considerando a
quem deveria caber o papel, no tocante a cada uma dessas atividades. É o que
chamamos de circuito, dos bens e serviços a serem realizados, à partir da sua
produção, passando pela distribuição, até se chegar ao seu consumo final.
Aqui são suscitados alguns dos
dilemas da economia. Nesse sentido, vimos escolas de pensamento, sendo criadas
no tempo histórico, como instrumentos para responderem a esses dilemas. O
principal deles, diz respeito a escassez de recursos disponíveis na natureza, e
as necessidades humanas, que são ilimitadas. Como estabelecer a alocação ótima
desses recursos, de tal sorte que eles saciem as necessidades básicas das
pessoas? Reside aqui, um outro dilema da economia.
Nos primórdios da nossa
civilização, esses elementos não estavam colocados, considerando o tamanho da
população existente na face da terra, e o estado rudimentar das suas
estruturas. Na medida que as sociedade foram evoluindo, suas estruturas se
modificando, a população aumentando, novas demandas foram surgindo.
À medida que as sociedades vão
ficando mais complexas, mais difícil vão ficando as respostas, para os desafios
que se colocam, numa dinâmica que se estabelece nas relaçoes dos diversos
atores, agentes, instituições, que atuam nessas sociedades.
Voltando ao foco inicial. São essas
as condicionantes dadas, que exigem da economia enquanto ciência, formulações
no campo do conhecimento, na promoção de instrumentos de políticas econômicas,
visando estabelecer o equilíbrio entre a demanda dos bens e serviços produzidos,
e a repartição desses bens e serviços, com as firmas e os indivíduos que
compõem uma estrutura social em sua totalidade.
É nesse contexto que surge e assume
importância, o profissional da área da economia. Um imenso campo de atuação,
bem como de realidades extremamente complexas. Imenso pela ampla dimensão dos
elementos que o constitui, complexo, pela gama de relações que se dão, tanto na
esfera das ações do público, como nas atividades da esfera privada, com suas
múltiplas determinações em abrangência e intensidade.
Nessa perspectiva, cabe ao
economista, com a sua sólida formação teórica, e o sentido prático das
decisões, contribuir com o seu conhecimento,
para um proceso, em que possam ser formuladas alternativas, visando a
intervenção através de ações, políticas, planos e programas, elaborados de
forma consistente, através de análises criteriosas, que sejam capazes de
responderem aos graves desafios, que se impõem à realidade da vida econômica de
uma sociedade devidamente organizada, considerando as questões conjunturais,
bem como as de ordem estruturais que a determinam.
Importante ressaltar, nos marcos
das dimensões econômicas, que o desempenho do economista, no âmbito da
microeconomia, como também dos agregados macroeconômicos, é de fundamental
importância, nas ações a serem imprimidas, e que deva levar em conta, a sua
sensibilidade individual. Isso necessariamente implica estar atento, às propostas
que lhes cabe formular, em termos de decisões, no processo da sua intervenção,
na medida que as consequências advindas dessas intervenções, impactam outros
campos da atividade humana, principalmente o social. É crucial para o conjunto
de uma dada sociedade, que a mera racionalidade econômica, enquanto instrumento
de decisão, não seja o único caminho a ser perseguido, na medida que para além
dos aspectos estritamente econômicos, há vidas humanas que pulsam em outras
dimensões.
Isso posto, do ponto de vista do
concreto, penso que o profissional de economia, quando tenha que fazer
escolhas, levando em conta os instrumentos que disponha, diante dos desafios
que lhes são colocados, deva sopesar mais o seu espírito de consciência social,
de humanidade, para além do cálculo frio das equações econômicas. Dito de outra forma bem objetiva, num mundo
profundamente desigual, onde as necessidades básicas de um povo, estão distante
do seu alcance, e onde a riqueza está concentrada nas mãos de alguns poucos,
entre a racionalidade econômica que salva a economia, opto pela sensibilidade
humana que estabeleçam políticas que salvem vidas.
Um Feliz dia do Economista!!!
Bibliografia consultada:
- Princípios de Economia - Roberto
Martins Passos Otto Nagomi
- Economia dos conflitos Sociais -
João Bernardo
- Ensaios sobre Economia política
Moderna: teoria e história do pensamento econômico - vários autores - J. Amadeo
Edward (org)
- Introdução à Economia: uma
abordagem estruturalista - A. Castro; C. Lessa
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