Quarta-feira, 31 de janeiro de 2024 - 10h21
Denomina-se guerra
fiscal, a concorrência entre Estados da Federação na disputa por investimentos
e instalações de empresas em seu território.
Esta concorrência fiscal ocorre, pois, cada Estado tem sua autonomia
para legislar sobre quanto de imposto irá cobrar sobre determinada atividade. Embora tenhamos discussões judiciais a
respeito, atualmente o Confaz, órgão formado por todas as unidades federação,
tem tomado as rédeas e encontrado consensos.
Acenando com redução de
impostos, a unidade da federação atrai investimentos e empregos. Novas fábricas, centros de distribuição e
desembaraço de mercadorias em seus portos são atraídos desta forma.
Podemos citar o exemplo
do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, onde várias empresas paulistas, dentre
outros estados, passaram a importar via Santa Catarina por este cobrar um
imposto na importação menor do que São Paulo. O que justifica desembaraçar por
lá, apesar do aumento do custo logístico.
Como resultado disto, o
Estado de Santa Catarina cresceu e gerou empregos e investimentos, e vem
quebrando sucessivos recordes na sua arrecadação.
Ao mesmo tempo o Estado
de São Paulo e sua arrecadação não deixaram de crescer. O Porto de Santos,
continua necessitando de investimentos em sua estrutura para atender a sua
demanda cada vez mais crescente. Neste
caso temos a “guerra dos portos” como um subproduto da “guerra fiscal”
O termo mais adequado é
livre concorrência, a exemplo do mercado.
Concorremos com os chineses e indianos, pois lá o imposto é menor. Um
par de meias ou uma calça jeans atravessam o mundo e chegam aqui no Brasil a um
preço menor do que a meia ou calça
aqui fabricados. O motivo é simples: os impostos lá cobrados
são menores do que aqui.
Livre concorrência é o
que faz o mercado crescer, antes da privatização, telefone era privilégio de
poucos, declarava-se a linha telefônica como um bem da declaração de renda, e
quem não tinha recursos para comprar um telefone podia alugar uma linha.
Veio a privatização, e atualmente
as empresas de telefonia, competem entre si para oferecer o melhor plano, maior
pacote de dados, pelo menor preço. Mesmo
assim, oferecendo serviços a preços menores elas não deixam de crescer. Aliás é o preço menor que a faz crescer e
expandir.
Não podemos deixar de
citar também o porto de Vitória no Espírito Santo, o porto de Alagoas na
Paraíba, Os Estados do Nordeste que atraíram todas as empresas calçadistas gaúchas, o Estado de
Goiás nos anos 90, ao atrair várias empresas paulistas, e mais recentemente o
Estado de Minas Gerais, notadamente o município de Extrema são outros grandes exemplos
onde esta prática deu certo.
Hoje os nordestinos com
poucos recursos, não precisam mais vir a Paulo em busca de emprego, pois as
empresas calçadistas e automobilísticas lá instaladas necessitam e absorvem
esta mão de obra.
Este é o verdadeiro crescimento
e inclusão social, quando criamos trabalho, distribuímos riqueza ao invés de
simplesmente distribuir renda nos programas sociais, criados há décadas e que
apenas criam dependência e voto.
O Estado que não abre
mão de reduzir seus impostos, perde a oportunidade de fazê-lo. Pois o investimento que nele seria feito vai
para outro Estado. Aumento de carga é nocivo para a economia, é só aumentar a
carga que as empresas vão embora. A
guerra fiscal, mostra que o inverso também é verdadeiro. Trata-se de matemática simples. O que é melhor
100% de nada ou 50% de alguma coisa concreta?
Nos exemplos citados
todos os Estados que atraíram investimentos reduzindo seus impostos ganham uma
arrecadação que antes não tinham, empregos, serviços, investimentos
imobiliários, qualidade de vida, pessoas saindo da linha de pobreza.
Vejamos a cidade de Camboriú
que está ao lado de Itajaí, hoje concentra os maiores prédios do país. Vejamos
também o crescimento da cidade de Extrema em Minas Gerais, vejam o Porto de
Vitória, e o Estado do Espírito Santo, sem falar no Nordeste que está se
industrializando e se tornando um polo automotivo e calçadista. Hoje em dia o nordestino não precisa mais vir
para São Paulo em busca de emprego, pois as empresas foram para lá, onde o
imposto é mais barato.
Por este motivo
responsabilidade fiscal é o caminho para o país crescer, ou seja, o país não
gastar mais do que arrecada com impostos, pois gastando mais do que arrecada
sempre vai ter necessidade de arrecadar mais impostos.
Deveríamos ser capazes
de entrar em guerra ou concorrência fiscal com outros países, para que possamos
desenvolver nossa indústria e exportar aquilo que hoje importamos da China.
Nossas indústrias já se
instalaram na China, Indonésia, Taiwan, Vietnã, e mais recentemente temos
algumas empresas indo para os vizinhos Paraguai e Uruguai. Empregam lá, geram dinheiro lá e vendem para
cá, simplesmente porque a carga tributária lá é menor.
Enquanto nossas
indústrias se instalam em outros países, aqui ficamos discutindo na reforma
tributária a divisão do bolo dos impostos, União quer ficar com a fatia maior.
Redução de impostos,
que abriria o caminho para nos tornarmos competitivos, atrair investimentos e
empregos, foi assunto proibido na reforma tributária, ninguém sequer levantou
esta bandeira até o momento.
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