Segunda-feira, 26 de setembro de 2022 - 14h47
O Banco Central estabeleceu
limites para a cobrança da tarifa de intercâmbio (TIC) e para o prazo de
liquidação de operações de cartões pré-pagos e de cartões de débito. A TIC é a
remuneração paga ao emissor do cartão, a cada transação, pelo credenciador do
estabelecimento comercial, que é quem aluga as maquininhas de cartão para os
comerciantes.
A nova regulação estabelece o
limite máximo de 0,5% a ser aplicado em qualquer transação de cartões de débito
e 0,7% aplicado em qualquer transação de cartões pré-pagos. Também deverá ser
obedecido o mesmo prazo para disponibilização dos recursos aos estabelecimentos
comerciais, independentemente de o cartão ser de débito ou pré-pago.
A resolução foi adotada pelo
BC após consulta pública e passa a vigorar a partir de 1º de abril de 2023.
Segundo o órgão, esta tarifa representa um custo que o credenciador repassa ao
estabelecimento comercial que, por sua vez, repassa ao consumidor.
“As medidas visam a aumentar a
eficiência do ecossistema de pagamentos, estimular o uso de instrumentos de
pagamentos mais baratos, possibilitando a redução dos custos de aceitação
desses cartões aos estabelecimentos comerciais, além de possibilitar reduções de
custo de produtos aos consumidores finais, de forma a proporcionar benefícios
para toda a sociedade”, explicou em nota.
Segundo a autarquia a medida
também aumenta a transparência para os participantes do mercado quanto aos
custos envolvidos na transação e facilita a supervisão da aplicação da regra.
O BC esclareceu que, em
relação à regulamentação anterior, a nova norma simplificou a forma de
aplicação do limite para a TIC dos cartões de débito. Antes, havia uma
definição cumulativa de média ponderada de 0,5% e valor máximo por transação de
0,8%, agora passará a ser apenas de um percentual máximo por operação. A medida
ainda eliminou as exceções previstas para transações não presenciais e com uso
de cartões corporativos.
No caso dos cartões pré-pagos,
ao estabelecer o limite máximo de TIC, o Banco Central reconhece a “sua importância para a inclusão
financeira da população de menor renda e para a digitalização da atividade de
pagamentos, com a consequente redução da utilização dinheiro para realizar pagamentos”.
Para o BC, a uniformização do prazo de liquidação das transações, seja com
cartões de débito ou pré-pagos, também possibilita melhores condições para a
gestão de fluxo de caixa dos estabelecimentos comercias, além de reduzir
eventuais custos de antecipação de recebíveis.
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