Terça-feira, 26 de fevereiro de 2019 - 20h02
O coaching não é um fenômeno recente, nem fruto da modernidade. É um processo pedagógico antigo, criado e utilizado por Sócrates na Grécia Antiga. Embora ainda seja relativamente pouco disseminado nas organizações e nos programas de desenvolvimento das lideranças.
Para entender a metodologia gostaria de elucidar a sua história. Você já ouviu falar em Maiêutica? É uma linha filosófica elaborada por Sócrates no século IV a.C., que procura dentro do Homem a verdade. Através de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, ela possibilita ao homem o conhecimento de si mesmo.
A famosa frase “conhece-te a ti mesmo” dá início à jornada interior da humanidade, na busca por um caminho que conduz à prática das virtudes morais. É como um iceberg: o que conhecemos seria a ponta a emergir sobre a imensa quantidade de coisas que estão submersas. O papel do coaching é auxiliar as pessoas a conectarem a imensa quantidade de fatos que não conseguimos enxergar e não conhecemos.
O coaching ganhou visibilidade com Timothy Gallwey, professor de tênis, que aborda a prática esportiva como um jogo interior. Gallwey desenvolveu uma metodologia diferenciada para ajudar as pessoas a aperfeiçoarem sua capacidade de jogar tênis. Seu método partia do princípio da habilidade inata que o corpo humano possui de aprender a movimentar-se.
O coaching no Brasil é um tema relativamente novo, porém com muitos vieses sobre a sua metodologia e aplicação. Mas o seu crescimento é constante, especialmente nos grandes centros, onde se concentram também as grandes empresas e organizações.
O papel do coaching no desenvolvimento organizacional e da liderança é potencializar o aprendizado e ajudar na eliminação dos estereótipos na gestão de pessoas. Nesta nova era da informação o trabalho é menos físico e muscular e muito mais cerebral, mental, relacional e inclusivo.
Entendo e acredito que o coaching potencializa os programas de treinamento e desenvolvimento. Vale a pena lembrar que não são excludentes e nem concorrentes, mas sim complementares na estratégia do fortalecimento das competências empresariais.
O coaching aliado aos programas tradicionais de liderança como a Universidade Corporativa, o MBA, entre outros programas, é um caminho virtuoso. Ainda mais se for internalizado e praticado, pois a teoria sozinha não resolve problemas, nem traz resultados.
O coaching acelera, aumenta a curva de aprendizagem dos líderes através de sua metodologia, além de questionar e impulsionar a aplicabilidade de novos conhecimentos, novas ideias e comportamentos, seja frente a sua equipe, pares e superiores.
Neste espaço individual e personalizado também é trabalhado o alinhamento dos valores, visão e missão organizacionais e pessoais, potencializando novos hábitos para novas competências. Aqui o centro é o profissional e a pessoa: “o movimento é de dentro para fora”. Por isso, via de regra é impactante e gera valor agregado de imediato.
Outro fator importante a destacar no cenário atual é a diversidade, um valor exigido na sociedade e reconhecido pelas organizações. As pessoas não se veem como commodities, há um incentivo social e cultural em defesa da singularidade.
O líder-coach é sem dúvida o líder do futuro. Mais humanizado, mais eficiente em criar equipes de alta performance e com plenas capacidades de atuar na nova Industria 4.0.
Coaching e indústria 4.0
A indústria 4.0 é um conceito que engloba as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia da informação em processos de manufatura. A partir de Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços, os processos de produção tendem a se tornar cada vez mais eficientes, autônomos e customizáveis.
Diante desta realidade: se a “Internet das Coisas” é customizável, seria um contrassenso não trabalhar com métodos customizáveis no desenvolvimento e fortalecimento dos líderes. Aqui, novamente o coaching ocupa um rol importante de protagonismo para atender esta realidade que já chegou. Onde a colaboração, senso crítico e flexibilidade são competências chaves.
As organizações inovadoras em gestão de pessoas, já consideram o coaching como ferramenta para o desenvolvimento de seus colaboradores, consequentemente, o crescimento de seu negócio.
Artigo por: Tânia Ludovico, coaching empresarial e executiva de RH na innovativa Executivos Associados.
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