Terça-feira, 15 de junho de 2021 - 13h18
A Comissão de Habitação e Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa
de Rondônia se reuniu em sessão ordinária na manhã desta terça-feira, 15, para
discutir a situação de grandes empresas devedoras de impostos ao Governo do
Estado. Sob a presidência do deputado Alan Queiroz (PSDB) e com a participação
dos deputados Anderson Pereira (Pros), Cirone Deiró (PODE), Chiquinho da Emater
(PSB), Ismael Crispin (PSB) e Adelino Follador (DEM), a comissão recebeu
prefeitos de todo o estado, de forma presencial e remota, e na pauta a
discussão da possibilidade de um projeto que vise a cobrança por parte do
Governo do Estado de grandes empresas devedoras.
Na opinião dos deputados e dos próprios
prefeitos, esses recursos devidos pelas empresas precisam ser cobrados pelo
governo do estado o mais breve possível, pois seriam de vital importância para
o equilíbrio das contas do estado e especialmente para os municípios, que estão
sentindo muito os reflexos da Pandemia do Covid-19, com a queda de arrecadação
e o aumento do volume de investimentos, principalmente na área de saúde e ação
social.
Para o deputado Alan Queiroz, é de extrema
importância que o governo do Estado encaminhe à assembleia Legislativa um
projeto que busque alternativas para que o governo do estado receba esses
recursos de impostos devidos por empresas, que têm grandes reflexos para os
municípios, uma vez que 25% de tudo o que é arrecadado, é de direito dos
municípios “e são recursos imprescindíveis para que os municípios possam
sobreviver a atual situação, não só no que diz respeito ao equilíbrio das
contas, mas também para possíveis investimentos nas mais diversas áreas.
O deputado Cirone Deiró (PODE) destacou que a
economia dos municípios passa por dificuldades e não pode abrir mão tão
facilmente do recurso. Ele reafirmou a necessidade de discutir seriamente o
tema de maneira a não prejudicar ninguém.
O deputado lembrou que, há dois anos atrás,
ele propôs o Refaz para empresas do estado, mas o limite de empresas
beneficiadas já foi atingido. Segundo ele, os 25% do recurso que são repassados
aos municípios são de grande necessidade pois são os próprios municípios que
decidem como eles serão investidos, ao contrário dos recursos liberados através
de emendas que atendem a objetivos já pré-definidos.
O deputado Anderson Pereira (Pros) foi
taxativo ao afirmar que o legislativo estadual e o governo do estado terão de
ter a sensatez de avaliar e decidir o que é melhor para o povo de Rondônia.
“Vamos buscar um caminho de acerto para fortalecer os municípios, o estado, sem
deixar de atender os anseios da população, mas sem frustrar a legislação. É um
assunto polêmico, mas muito importante e necessário que retomemos a discussão
para que possamos encontrar o melhor caminho”, disse, lembrando que projeto
semelhante já tramitou na Casa em um passado recente, mas foi retirado pelo
governo do estado para melhores ajustes e não retornou.
O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves
(PSDB), representando a Associação Rondoniense dos Municípios (AROM) destacou
que, mesmo com a diminuição da dívida da de uma das principais devedoras que a
Energisa, prejudicando a destinação de recursos aos municípios, as contas de
energia não sofreram alteração. Ele lembrou que durante o período da pandemia,
os municípios estão gastando muito mais e arrecadando menos, precisando dos
recursos e que se esses valores entrarem nos cofres do estado e dos municípios,
quem sai ganhando é a população, com investimentos na saúde, educação,
infraestrutura e demais setores.
Participando de forma remota, o prefeito de
Urupá e presidente da Arom, Célio Lang (PP) pediu que “o governo do Estado e a
Assembleia Legislativa olhem com carinho essa situação, que poderá salvar os
municípios, principalmente nesta época de pandemia. É um dinheiro que está
parado, que é devido por essas grandes empresas, que o estado precisa cobrar,
de uma forma ou de outra e que pode virar obras e investimentos em todos os
municípios rondonienses”.
O prefeito de Cacoal, Adaílton Furia (PSD),
destacou que boa parte do valor devido pela Energisa será repassado ao Governo
do Estado e a Assembleia Legislativa, e que apenas uma pequena parte é
destinada aos municípios, que estão sofrendo mais com a falta de recursos.
Furia apresentou um pedido para que o Governo e a Assembleia abram mão de parte
dos recursos a serem recebidos para aumentar a parcela distribuída aos
municípios.
O Deputado Ismael Crispin (PSB) fez questão
de lembrar que além da Energisa, existem outras empresas que devem milhões aos
cofres estaduais. Ele requereu à Secretaria de Finanças do Estado (Sefin) uma
lista completa dos principais devedores do fisco estadual e à Associação dos
Municípios o reflexo desses recursos para os municípios.
O prefeito de Candeias do Jamari Valteir
Queiroz (Patriotas) também destacou a importância desses recursos para os
municípios, defendendo uma negociação justa com os devedores e uma parcela
maior do que os 25% constitucionais aos municípios. “Estamos enfrentando a
maior crise nos municípios, principalmente os municípios pequenos, onde o
orçamento é apertado. Esses recursos vão ajudar com a folha de pagamento dos
servidores, com o custeio das despesas com a Pandemia e se sobrar, algum
investimento. Esperamos que isso seja resolvido e que num breve espaço de tempo
possamos receber esses recursos que é um direito do povo de Rondônia e uma
obrigação das empresas, pois são recursos de impostos não recolhidos”,
destacou.
O deputado Chiquinho da Emater (PSB) defendeu
que os poderes estaduais (Executivo, legislativo e judiciário, além do Tribunal
de Contas) poderiam abrir mão da sua parcela desses recursos a serem recebidos,
em prol dos municípios. Ele ressaltou que as dívidas dos grandes devedores
podem chegar a até R$ 10 bilhões e que esse recurso seria melhor empregado em
investimentos na estrutura dos municípios. O deputado defendeu a necessidade de
empregar recursos em pontos estratégicos que fortaleçam e incentivem a
instalação de indústrias, gerando empregos para a população e trazendo riquezas
e desenvolvimento para o Estado.
Ao final da reunião, os deputados e os
prefeitos acordaram em buscar junto ao Governo do Estado uma celeridade para a
construção e envio de projeto para que as discussões possam acontecer na
Assembleia. Para todos, trata-se de uma medida urgente e necessária, que já
poderia ter sido resolvida e que precisa de uma atenção especial.
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