Terça-feira, 5 de outubro de 2021 - 14h29
O avanço da
vacinação contra a pandemia de Covid-19 promete um Dia das Crianças com o maior
volume de vendas dos últimos cinco anos. Segundo estimativa da Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a terceira data
comemorativa mais relevante do calendário do varejo brasileiro ‒ atrás apenas
do Dia das Mães e do Natal ‒ deverá apresentar uma movimentação financeira de
R$ 7,43 bilhões. Confirmada a expectativa, o valor seria o maior desde 2015, quando
foram registrados R$ 7,52 bilhões em vendas.
Eletrônicos e
brinquedos devem permanecer como destaque, correspondendo a 31% do volume
projetado (R$ 2,31 bilhões), seguidos pelo ramo de vestuário e calçados (R$
2,21 bilhões), cujo crescimento real em relação a igual período do ano passado
deve ser o menor entre os ramos avaliados.
Em 2020, com
as restrições severas que buscavam conter o avanço do novo coronavírus, o setor
apresentou um volume de vendas de R$ 6,52 bilhões, o menor desde 2009, quando o
valor apurado foi de R$ 6,18 bilhões, e que representou um encolhimento de
11,3% no faturamento real em relação ao ano anterior.
Aumento da circulação de consumidores deve compensar inflação
Agora, em um
cenário completamente diferente, a perspectiva da entidade é que o aumento de
34% na circulação de consumidores desde o fim da segunda onda da crise
sanitária, em abril, compense os efeitos da inflação.
Para o
presidente da CNC, José Roberto Tadros, o sentimento de segurança gerado pelo
aumento no número de vacinados no País foi fundamental para as expectativas
positivas. "Nos momentos mais agudos da crise sanitária, o fluxo diário de
consumidores chegou a cair 69% em relação ao nível considerado normal. Hoje, o
varejo chega a uma data comemorativa tão importante do seu calendário, com a
circulação de consumidores próxima à registrada antes da decretação da
pandemia", observa.
Contudo,
apesar desse aumento, o economista da entidade responsável pela pesquisa, Fabio
Bentes, avalia que o varejo brasileiro poderá encontrar dificuldades com
preços. "É muito difícil para o comerciante evitar repasses dos valores de
bens e serviços ao consumidor final diante da inflação anualizada acima de 10%,
segundo o IPCA-15."
Para os itens
típicos da data, a expectativa é de aumento de 7% na média dos preços, o que
representaria a maior desde 2016, quando a expansão registrada foi de 8,8%.
Dentre os produtos e serviços mais demandados nessa época do ano, tendem a se
destacar os reajustes nos preços de bicicletas (+15,9%), doces (+12,3%) e
lanches (+10,9%).
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