Quarta-feira, 23 de agosto de 2023 - 09h54
Nasce o nosso Ministério da Micro e Pequena Empresa como
parte da reforma ministerial. A pasta será a 38° e busca facilitar a acomodação
do “Centrão” entre os ministérios do governo. Por outro lado, há poucos
indícios de que o novo órgão resolverá a situação e as dificuldades assim como
o endividamento em massa das micro e pequenas empresas do País. A criação
do novo ministério chegou a ser descrita como “definida” por um ministro não
identificado pela grande imprensa nacional, ou seja, volta com força e sobre os
pequenos a manutenção da velha política da troca de ministérios por votos no
Congresso. O novo ministério atrai interesse pela vinculação do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) à nova pasta.
A vinculação da entidade privada ao ministério tem grande atratividade por ela
ser responsável sobretudo por oferecer empréstimos às micro e pequenas
empresas. A disponibilização de linhas de crédito está entre as principais
iniciativas a serem lançadas pelo novo ministério.
A Reforma Tributária em sua essência
A partir de janeiro de 2026, será introduzida a
cobrança do novo tributo CBS, imposto federal, (substituindo PIS e COFINS), com
uma alíquota de 0,9%, não cumulativo e compensável com PIS e COFINS do mesmo
mês. Simultaneamente, o IBS, imposto estadual, será implementado, substituindo
ICMS e ISS, com alíquota de 0,1%. Segundo o advogado Piraci Oliveira,
"inicialmente, em 2026, não haverá redução na carga fiscal, burocracia ou
transparência. Do contrário, dois novos tributos - CBS e IBS - surgirão,
compensáveis com PIS/COFINS e ICMS". Adicionalmente, o Imposto Seletivo
(IS) será criado, visando a regulação do consumo de produtos prejudiciais à
saúde e ao meio ambiente, como cigarros e produtos industrializados. Detalhes
como alíquota e base de cálculo ainda não foram definidos; a estrutura dessa
reforma será estabelecida por meio de lei complementar após a aprovação da
reforma tributária.
Assista: https://youtu.be/jET6QQKG8wg
Economia 1: Políticas de concessão de crédito para
pequenas empresas
A redução da taxa básica de juros por si só não é o
suficiente para ajudar quem mais precisa, o tomador do crédito e os micro e
pequenos empresários. O advogado Marcos Tavares destaca a necessidade de uma
política de crédito abrangente. Ele enfatiza: "é crucial implementar uma
política de crédito que alcance diretamente às micro e pequenas empresas. Isso
inclui financiamento para capital de giro, inovação tecnológica, aquisição de
equipamentos e treinamento, permitindo seu crescimento e evolução para empresas
de porte médio". Tavares também aborda a importância de outras políticas
de estímulo para o setor, como regularização tributária e condições especiais
para parcelamentos e regularização de tributos. Ele acrescenta: "todos saem
ganhando, o governo aumenta sua arrecadação à medida que as empresas investem,
melhorando a produção e impulsionando contratações, salários e qualificação
técnica." O SIMPI está colaborando com o poder executivo, legislativo e
frentes parlamentares para desenvolver projetos e normas que fomentem os
investimentos nas micro e pequenas empresas
Assista: https://youtu.be/nXgFCcoKv88
Economia 2: veremos um crescimento das exportações
amazônicas diz APEX
O Brasil ainda aproveita pouco o potencial de
exportação dos produtos amazônicos, incluindo itens bastante procurados por
consumidores estrangeiros, como a castanha e o açaí. Segundo o presidente da
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil),
Jorge Viana, o comércio de mercadorias compatíveis com o uso florestal
sustentável e aceitos internacionalmente tem o potencial de movimentar, em todo
o mundo, cerca de US$ 150 bilhões. Jorge Viana diz que o potencial é
enorme, “mas dos cerca de US$ 334 bilhões que o Brasil exportou no ano passado,
o Norte exportou US$ 28 bilhões, dos quais US$ 21 bi saíram do Pará.
Alguém vai dizer que é muito, mas se comparado aos US$ 334 bilhões totais, é
muito pouco. A mesma coisa para o Nordeste, que exportou US$ 27 bi",
comentou Viana. Como exemplo vimos que enquanto a Costa do Marfim exporta 2,2
milhões de toneladas de cacau, o Brasil produz cerca de 300 mil toneladas.
Economia 3: BID e BNDES vão investir R$ 4,5 bi em
pequenos negócios na Amazônia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinaram
carta de intenções com o objetivo de implementar o Programa de Acesso ao
Crédito para Micro, Pequenas e Médias Empresas e Pequenos Empreendedores
(Pró-Amazônia), que investirá R$ 4,5 bilhões. Segundo Mercadante, o
objetivo é proporcionar crédito mais comprometido com a "geração de
emprego, renda e alternativas para uma economia sustentável, criativa, de
inovação e uma economia que mantenha a floresta em pé”. Mercadante disse que,
para manter a floresta em pé, é preciso gerar pesquisa e produtos que
desenvolvam uma bioeconomia. “Até final de setembro, no mais tardar no
início de outubro, nós teremos o portal da transparência desses projetos.
Qualquer cidadão, a imprensa e a sociedade civil vão poder entrar no sistema”.
Acrescentou ainda que um dos objetivos é acabar com a polarização entre meio
ambiente e desenvolvimento. Presente ao evento, Marina Silva diz que “a
Amazônia tem lugar para todas as atividades”. E complementa” tem lugar para o
agronegócio de base sustentável. Tem lugar para o turismo, tem lugar para o
extrativismo, tem lugar para os povos indígenas, tem lugar para bioeconomia”
Economia 4: Promoção Comercial e o
#somazero
Bruno Alves é Mestre em
Ciências e assessor do Simpi e nos conta: a política comercial é um
jogo de #somazero, sendo o
ganho obtido por um agente equivalente à perda sofrida pelo seu oponente. Na
disputa do Estados Unidos e do Brasil pelo acesso ao mercado japonês de etanol,
temos um exemplo muito claro da dinâmica de ação mercadológica.
Antes de 2018, o Japão usava exclusivamente etanol importado do Brasil. Essa
decisão era baseada na diferença entre a pegada de carbono do produto americano
e brasileiro. Por ter menor impacto, os produtores brasileiros tinham
preferência de acesso. Naquele ano, contudo, os produtores e a representação
diplomática daquele país iniciaram uma ofensiva técnica e política sobre as
autoridades japonesas, que levaram o Japão a autorizar que 44% do mercado
doméstico fosse abastecido com o biocombustível americano. O Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a Embaixada dos Estados Unidos no Japão
se aproximaram da Agência Financeira do Japão (FSA) e do Ministério da
Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI) e fizeram um trabalho paciente e
consistente. Com recursos do Programa de Acesso a Mercados (MAP) e do Fundo de
Promoção Comercial Agrícola (ATP), os americanos conseguiram agora em #2023
abrir completamente o mercado japonês, criando uma oportunidade de 821 milhões
de litros anuais, com valor estimado de US$ 434 milhões. Ficam 3 lições desse
caso concreto para o Brasil:
O Brasil poderia ter procurado jogar com uma
estratégia diferente. Se tivesse colocado peso político e econômico nas
discussões, as perdas consideráveis levariam os dois lados a uma solução de
#equilibrio, como explicou em seus artigos John Forbes #Nash. Não teríamos sido
levados a uma perda proporcional aos ganhos dos americanos. O resultado agora
está posto.
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