Sábado, 11 de novembro de 2023 - 10h46
Já
aprovada no Senado, a reforma tributária será, novamente, examinada pela Câmara,
porém, com tantos pontos pendentes d regulamentação ainda deve ter que aprovar
leis complementares para começar a valer. A PEC 45/2019, que deveria promover
mudanças estruturantes no sistema tributário brasileiro, de fato, parece ser
capaz de criar muito mais problemas na medida em que, do jeito que se encontra,
terá um período de transição de 50 anos e só em 2027 as mudanças começarão a
ser implementadas, na prática. A forma, no mínimo, polêmica da reforma é clara
quando o senador Rogério Marinho aponta que, nas últimas 24 horas de tramitação
da reforma tributária, foram incorporadas mais de 30 novas emendas ao texto. Em
parte porque o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a alíquota
média do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que unifica 5 outros tributos,
seria de 27,5%. Aliás, o texto do relator Eduardo Braga incorpora um incremento de 0,5%, que passaria a 27,5%. É
um índice muito alto e que, segundo o citado senador, foi fixado sem nenhum
estudo. Foi um chute. E, na opinião dele, com as emendas pode chegar a mais de
30%.
REFORMA
TRAZ MAIS PERDAS DO QUE GANHOS PARA A ATIVIDADE ECONÔMICA
Um dos
mais exaltados contra a aprovação no Senado da reforma tributária foi o senador
Magno Malta que a classificou como “o apocalipse do Brasil” criticando
duramente os congressistas que “se diziam de oposição” ao governo e que,
segundo ele, “votaram a favor (…) Por puro interesse pessoal, a fim de ganhar
cargo”. Magno Malta falou ainda que, com a aprovação da reforma tributária, o
“cerco ideológico se fechou”. “Criaram o chamado Conselho Federativo, em que
todo dinheiro arrecadado pelos municípios, desde o IPTU -Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial e Territorial Urbana, vai ser arrecadado por
Brasília. E aí, quem for amigo do rei, ganha uma barra de ouro. Quem não for,
ganha uma cesta básica”, afirmou. Para ele, “o poder central comunista poderá
controlar a todos” por meio da PEC e completou que “o povo viverá como Cuba.
Haverá uma casta privilegiada, a da esquerda”. Porém, a retirada da capacidade
dos estados e municípios de arrecadar e distribuir incentivos fiscais e
tributários deve aumentar a concentração industrial, segundo os especialistas
em economia. Independente das questões de ordem política os grandes
prejudicados pela nova reforma serão as micros e pequenas empresas e o setor de
serviços que, no mínimo, verá seus impostos subirem 12%, em muitos casos, mais
ainda mesmo com todas as exceções que foram feitas no Senado. É um cenário que
preocupa extremamente os setores produtivos e muitas das entidades já se
pronunciaram sobre a grande possibilidade de aumento da judicialização, na
medida em que a reforma cria ainda mais insegurança jurídica sobre
procedimentos tributários. No médio e no longo prazo, porém, os efeitos serão
principalmente sobre o principal setor da economia brasileira: os serviços, que
suportarão uma carga de tributos maior, resultando em menos empregos justamente
no campo que mais gerou vagas formais neste ano. Considerando também o peso
para o Produto Interno Bruto (PIB), é de se esperar que esses reflexos afetem o
próprio desempenho econômico brasileiro. Não bastasse isto há as incertezas
sobre a alíquota do IVA-que, se ficar como diz o próprio Ministério da Fazenda,
será o maior do mundo: 27,5%, superando a Hungria (27%)- e também sobre o longo
período de transição, que fará com que os contribuintes passem por sete longos
anos convivendo com dois sistemas tributários simultâneos. No que tange as micro
e pequenas empresas, há um claro retrocesso em relação ao atual mecanismo de
transferência de crédito nas aquisições de empresas optantes pelo Simples
Nacional. Hoje, esses negócios podem transferir integralmente os créditos de
PIS/Cofins no montante de 9,25%. O texto, porém, restringe a transferência de
crédito ao montante cobrado no regime unificado. Ou seja, os negócios de
pequeno porte terão, agora, duas opções: ou se manter integralmente no Simples
Nacional, mas com perda de competitividade, ou excluir os novos tributos no
regime diferenciado e, então, assumir uma carga tributária maior. Portanto, a
Reforma Tributária traz avanços em simplificação, mas, por outro, carrega
muitas incertezas, aumento de impostos e mais perdas do que ganhos para os
empresários.
Fonte:
Usina de Ideias.
A partir das 10 horas desta sexta-feira (22), o lote residual de restituição do IRPF do mês de novembro de 2024 estará disponível para consulta.O cr
Valorizar e reconhecer o trabalho realizado pelos servidores municipais, desde do início da atual gestão, tem sido a política do prefeito Hildon Chav
Mais fiscalização e riscos de exclusão do Simples para Pequenas Empresas em 2025
Os fiscos de todas as esferas governamentais têm intensificado os procedimentos de fiscalização voltados às micro e pequenas empresas optantes pelo
Edital de R$ 190 milhões para acordo direto em precatórios é lançado pelo governo de RO
O governo de Rondônia lançou novo edital para realização de acordos diretos em precatórios, disponibilizando R$ 190 milhões para esse fim. O esforço