Segunda-feira, 13 de dezembro de 2021 - 09h49
A taxa de sobrevivência das empresas optantes
do Simples Nacional é o dobro da verificada entre as não optantes, de acordo
com estudo elaborado pelo Sebrae com base em dados da Receita Federal e
pesquisa de campo com empreendedores. O último dado disponível mostra que 83%
das empresas optantes sobreviveram aos dois primeiros anos de existência
(período mais crítico para a manutenção de um negócio) contra 38% no grupo das
não optantes. Essa realidade fica ainda mais evidente ao constatar que 63% das
empresas optantes entrevistadas pelo Sebrae afirmaram que caso o Simples não
existisse eles seriam obrigados a fechar o negócio, ir para a informalidade ou
reduziriam as atividades.
O Simples Nacional é fruto da Lei Geral da Micro e
Pequena, que completa 15 anos em dezembro, e que regulamentou o tratamento
diferenciado para os pequenos negócios, criado pelos constituintes em 1988.
“Essa lei mudou o rumo dos pequenos negócios brasileiros e transformou as micro
e pequenas empresas em motor do desenvolvimento do país”, frisa o presidente do
Sebrae, Carlos Melles. De acordo com ele, a participação dos pequenos negócios
com 30% do PIB brasileiro só é possível porque existe uma legislação que cria
mecanismos de incentivo ao empreendedorismo, como o Simples Nacional e também a
figura jurídica do Microempreendedor Individual (MEI).
Além do incentivo ao empreendedorismo, a Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa ainda é responsável por estimular a formalização de
donos de pequenos negócios no país. Em 2007, de acordo com dados do IBGE
analisados pelo Sebrae, os optantes do Simples equivaliam a 11% desse público.
Já em 2019, esse número saltou para 50% e a expectativa é que, até 2023,
equivalha a 60% dos donos de negócios, apesar da pandemia do coronavírus.
“Parte significativa dos empregos mantidos ou das novas vagas, criadas durante
a pandemia da Covid-19, não existiria caso não houvesse uma norma que
preservasse e incentivasse as micro e pequenas empresas. Os pequenos negócios
têm sido os responsáveis por cerca de 70% dos empregos gerados no país, mesmo
após os impactos do coronavírus”, pontua Melles.
Atualmente, no Brasil, existem cerca de 19 milhões de
pequenos negócios optantes pelo Simples Nacional, o que corresponde a
aproximadamente 99% das empresas brasileiras. Desde o início da pandemia, em
março de 2020, até novembro de 2021, 4,2 milhões de pequenos negócios foram
criados no Brasil, o que corresponde a 22% do total de empresas desse
segmento. “A criação dessas empresas permitiu que milhões de brasileiros
que se viram sem um emprego, pudessem encontrar no empreendedorismo uma fonte
de renda e ocupação”, destaca o presidente do Sebrae.
As empresas optantes do Simples também exercem um
importante papel no aumento da arrecadação do país. Entre os anos de 2007 e
2018, as empresas optantes desse regime arrecadaram para os cofres da Receita
Federal cerca de R$ 816 bilhões e a participação delas na arrecadação da
Receita, durante esse mesmo período, dobrou. O presidente Carlos Melles
frisa que, uma vez que foi aprovado pelo Congresso Nacional, esse sistema
obedece aos princípios constitucionais do tratamento diferenciado aos pequenos
negócios e não pode, jamais, ser confundido com uma renúncia fiscal. “A
manutenção desse regime não se trata de renúncia, pois está prevista na Constituição.
Além do que, é importante destacar que a arrecadação das empresas do Simples é
superior à das empresas do lucro real”, ressalta.
Lei Geral
Além da criação do Simples Nacional, a Lei Geral da Micro
e Pequena Empresa – que continua em constante aprimoramento – permitiu também
avanços no ambiente de negócios nacional. Até 2014, apenas empresas que atuavam
no comércio e indústria podiam optar por esse regime. Nesse mesmo ano,
começaram a ser incluídas atividades do setor de serviços, o que permitiu a universalização
desse sistema tributário.
Outra conquista da Lei Geral foi a criação do
Microempreendedor Individual (MEI), em 2008. A criação dessa figura jurídica
fez com que o Brasil possuísse o maior programa de formalização e de inclusão
previdenciária do mundo. Existem atualmente mais de 13 milhões de MEI no
Brasil.
Comemoração
Nesta terça-feira (14), às 9h30, o aniversário da
legislação que mudou a realidade dos pequenos negócios, a Lei Geral da Micro e
Pequena Empresa, será celebrado durante evento com autoridades, na sede do
Sebrae Nacional, em Brasília (DF)
O evento vai relembrar a história desse marco legal e
debater os principais avanços da legislação, entre eles a criação do Simples
Nacional e do Microempreendedor Individual (MEI), que permitiu a criação de
cerca de 20 milhões de pequenos negócios no país, o que corresponde a 99% das
empresas brasileiras
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