Segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023 - 17h38
Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) voltará a ser parceiro essencial na indução do
crescimento com viés de inclusão social. A retomada de financiamentos para
obras de vários setores e a consequente geração de empregos no mercado interno
é uma das apostas do Governo Federal para que a economia seja reativada, com a
participação ativa de micro, pequenas e médias empresas.
A sua missão, meu caro Aloizio, é fazer esse banco voltar a ser
motivo de orgulho do povo brasileiro. Esse banco tem de pegar dinheiro e
devolver para o governo gerando investimento, gerando emprego, gerando renda e
gerando melhoria na qualidade de vida do nosso povo”
Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva
Essa perspectiva foi a tônica do discurso do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva durante a cerimônia de posse do presidente do BNDES,
Aloizio Mercadante. O evento ocorreu no Rio de Janeiro, na manhã desta
segunda-feira, 6/02.
“A sua missão, meu caro Aloizio, é fazer esse banco voltar a ser
motivo de orgulho do povo brasileiro. Esse banco tem de pegar dinheiro e
devolver para o governo gerando investimento, gerando emprego, gerando renda e
gerando melhoria na qualidade de vida do nosso povo”, afirmou Lula.
O presidente recordou o papel estratégico do BNDES ao longo de sua
primeira gestão à frente do Governo Federal. Em 2002, o banco desembolsava R$ 37 bilhões
para investimento. Em 2010, já eram 168 bilhões. Em 2021, contudo, caiu para R$ 64
bilhões.
“Se o BNDES é um banco de desenvolvimento e a gente percebe que,
quando ele investe, a economia cresce, e quando não investe, a economia não
cresce, eu fico me perguntando como é que vamos fazer voltar os investimentos
em obra de infraestrutura nesse país”, questionou o presidente da República.
Lula citou que há mais de 14 mil obras paradas atualmente no país,
quatro mil só na área de educação, além de muitas no setor de infraestrutura e
logística. Para ele, o investimento a partir de financiamentos de bancos com
viés sociais -- casos de BNDES, CAIXA, Banco do Brasil, BASA e BNB -- é uma
forma de movimentar a economia, gerar empregos, induzir investimentos privados
e priorizar a qualidade de vida dos brasileiros.
“Tem algumas palavras que são mágicas na boca de todos nós. A
palavra credibilidade é muito importante para quem governa. A palavra
estabilidade é importante. A palavra previsibilidade. A palavra
responsabilidade fiscal é muito importante. A palavra responsabilidade social é
mais importante ainda. O importante é saber qual delas a gente vai privilegiar
ao sentar à mesa e decidir para que lado a balança vai pender em determinado
momento”, disse o presidente. “Se nós temos uma dívida fiscal de 20 anos, de 30
anos, de 40 anos, nós temos uma dívida social de 100 anos uma dívida social de
200 anos, uma dívida social impagável se a gente não colocar o assunto como
prioridade”, completou.
Para que essa dívida social seja equacionada, o presidente também
cobrou de Mercadante os esforços para que a política do banco leve em conta a
necessidade de juros mais baixos que os atualmente adotados pelo Banco Central
para atrair investimentos e aportes.
“O BNDES pode contribuir para fazer com que a taxa de juros nesse
país caia, porque não tem explicação para que a taxa de juros esteja 13,5%.
Como vou pedir para os empresários ligados à FIESP investir, se eles não
conseguem tomar dinheiro emprestado?”.
DESINFORMAÇÃO -- Ao longo de sua fala, o
presidente Lula reforçou, ainda, que um dos papéis da gestão de Aloizio
Mercadante à frente do BNDES será desfazer uma série de desinformações que
foram disseminadas em relação ao papel e à credibilidade do banco ao longo dos
últimos anos.
“A primeira mentira foi a de que o BNDES era uma ‘caixa preta’. De
tanto martelarem isso na cabeça das pessoas, o banco teve que gastar R$ 48 milhões
em uma auditoria internacional. No fim, nada foi encontrado de irregular nas
operações, porque todas foram contratadas com critérios técnicos e garantias
firmes”, defendeu Lula.
Outra mentira disseminada, segundo o presidente, foi de que o
BNDES repassava dinheiro direto a outros países. “O BNDES nunca deu dinheiro
para “países amigos do governo”. O banco financiou o serviço de engenharia de
empresas brasileiras em nada menos que 15 países da América Latina e do Caribe
entre 1998 e 2017”, ressaltou. “Esse banco prestou enormes e grandes serviços
ao povo brasileiro e vai continuar prestando”.
O evento no Rio de Janeiro contou com a presença do
vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo
Alckmin, de diversos titulares de ministérios do Governo Federal, do ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, da presidente do Banco do Brasil,
Tarciana Medeiros, do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, do prefeito do
Rio de Janeiro, Eduardo Paes, além de diversos representantes do setor
produtivo.
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