Quarta-feira, 26 de julho de 2023 - 08h49
O advogado Marcos Tavares Leite trouxe
as atualizações sobre as últimas votações que ocorreram na Câmara dos Deputados
e como isso afeta as Micro e Pequenas Empresas. A PEC 45/19 que trata da
Reforma Tributária do país aprovada na Câmara dos Deputados no dia 07 de julho,
não deve tirar a tranquilidade dos Meis, Micros e Pequenas Empresas, pois
a decisão não traz grandes mudanças quanto a tributação para os integrantes da
categoria, mas trará a possibilidade de algumas inovações para os contribuintes
como optar por recolher os impostos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS
(Contribuição sobre Bens e Serviços) fora do Simples Nacional”. Na prática,
isso significa que elas terão a oportunidade de acumular créditos tributários,
como detalha o advogado. “Por essa ecolha de impostos ser realizada fora do
programa, permitirá a acumulação de créditos tributários. Isso pode ser
benéfico para empresas que têm muitas transações que geram esses
créditos”. Segundo ele, a PEC da Reforma Tributária assegura a
manutenção do Simples Nacional e a opção de outro regime tributário, caso a
empresa queira. Além disso, foi discutido sobre o Processo Administrativo do
CARF (Conselho de Administração de Recursos Fiscais). O que foi aprovado é uma
verificação de critérios, consagrando o voto de qualidade.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=7FajW19VfIc
Brasil voltando a normalidade
econômica?
Recentemente foi divulgado o Índice de
Atividade Econômica do Banco Central, IBC-BR, considerado uma prévia da
inflação. De acordo com o economista Otto Nogami, a última divulgação criou uma
certa euforia no mercado, pois houve uma queda de 2% neste índice. Resultado
disso foi alta na Bolsa de Valores e dólar mais baixo. No entanto, o
especialista alerta para a retomada da atividade econômica. “O segundo semestre
tende a apresentar uma queda na atividade econômica, puxada pela atividade
agrícola”, comenta Nogami. Ele ainda acrescenta que o Boletim Focus prevê um
crescimento de 2,24% na economia brasileira deste ano contra 1,3% para o ano
que vem. “Essa diferença de projeções mostra que existe algum
problema na atividade econômica e essa performance é fruto de algumas ações
governamentais”, conclui Otto Nogami.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=_4Kn6FCYAFU
Quadro desolador I: primeiro semestre
registrou o maior número de falências e pedidos de recuperação judicial dos
últimos anos
Neste 1º semestre de 2023, as Pequenas
Empresas foram as campeãs em falências e recuperações judiciais em conformidade
com os dados do SERASA. Entre janeiro e junho de 2023, o Brasil registrou 593
pedidos de recuperações judiciais das empresas o que representa um crescimento
de 52,1% em relação ao mesmo período de 2022, quando os dados bateram 390
requerimentos, que é avaliado pelo Serasa como o pior número dos últimos três
anos e é fruto da alta da inadimplência das empresas, que alcançou 6,48 milhões
em maio. Ainda segundo o Indicador de Falências e Recuperações Judiciais
da Serasa Experian, nos seis primeiros meses de 2023, as empresas de grande
porte foram as que menos demandou por recuperações judiciais (3). A
Micro e Pequena Empresa liderou os pedidos (63), seguidas por Média Empresa
(26). Na visão por setores, companhias de “Serviços” tiveram a maior parcela
(261), depois “Comércio” (168), “Indústria” (112) e “Primário” (52). Também no
primeiro semestre de 2023, foram registrados 546 pedidos de falência das
empresas, um aumento de 36,2% na comparação com o mesmo período de 2022. A
maioria dos requerimentos de falências vieram de Micros e Pequenas Empresas
(303), depois Média Empresa (129) e Grande Empresa (114). Os setores se
dividiram entre Serviços (220), Indústria (172), Comércio (150) e Primário
(4).
Quadro desolador II: 47% das empresas
estão sem capital de giro e 45% já estão penduradas em bancos, segundo pesquisa
Pesquisa Nacional do Sindicato
das Micro e Pequenas Indústrias (Simpi), em parceria com Datafolha, mostra a
taxa de juros praticadas pelos bancos está sendo mortal para 92% das empresas.
Segundo os dados da 7ª rodada da pesquisa Simpi/Datafolha, apesar do volume de
consulta de empréstimos e financiamento por empresas da indústria de micro
e pequeno porte ter aumentado de 11% para 17% entre o bimestre de fevereiro e
março e abril e maio, 46% dessas empresas tiveram os seus pedidos rejeitados
pelas instituições financeiras. O fenômeno tem como causa, o fato
da taxa Selic ter galopado de 2% para 13,75% em curto espaço de
tempo. A alta taxa praticada pelo Banco Central, explicada em parte
pela guerra Rússia X Ucrania e pela efeito COVID somado a irresponsabilidade
fiscal do executivo, leva a inadimplência das empresas e das famílias, por
exemplo – fatores esses que estão sendo usados pelos bancos para restringirem
ainda mais o acesso ao crédito as empresas, formando assim um ciclo vicioso e
extremamente perigoso. De acordo com a pesquisa Simpi/Datafolha, 39% das
empresas entrevistadas apontaram a taxa de juros bancários, que já andam pela
casa dos 20%, 30% como o principal obstáculo para conseguirem empréstimos. Se
cair num cartão de crédito já vai para mais de 400%. Além destes fatores, os
empresários também apontaram as dívidas e as garantias exigidas pelos bancos
como causas para a dificuldade no acesso ao crédito. Ao final aparecem na
pesquisa só 8% das empresas estão em posição confortável, ou seja, 92% das empresas
estão com problemas na administração de seus negócios.
MEIs têm até final de agosto para
adequar-se às novas regras
Se você é microempreendedor individual
(MEI), precisa ficar atento o as novas regras para MEIs serão aplicadas a
partir de setembro.
O portal para emissão da nota fiscal já
está em funcionamento desde o mês de abril e pode ser conferido por meio do
seguinte endereço eletrônico da Receita Federal. De acordo com o governo
federal, o site tem vários serviços para as pessoas que estão com dúvidas e
mesmo com dificuldades para se adequar às novas regras.
O limite para se adequar às novidades é
o mês de setembro. Até lá, quem quiser continuar emitindo as notas nos portais
disponibilizados pelas prefeituras podem fazê-lo, mas apenas até setembro.
Depois disso, é preciso voltar às novidades apresentadas pelo governo federal.
Atualmente, o Brasil conta com mais de 15 milhões ( 93 mil em RO) de
empresas inscritas na categoria de MEI. Esta nova emissão começou oficialmente
no dia 3 de abril, mas foi prorrogado para o dia 1º de setembro deste ano, após
uma decisão do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN).
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