Sexta-feira, 21 de abril de 2023 - 10h48
O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar um recurso para
analisar a legalidade da extinção da obrigatoriedade da contribuição sindical,
aprovada pelo Congresso na reforma trabalhista de 2017.
O caso é analisado no plenário virtual da Corte desde sexta-feira (14).
Até o momento, os ministros Gilmar Mendes, relator, Luís Roberto Barroso e
Cármen Lúcia se manifestaram favoravelmente ao retorno do imposto sindical.
Mendes mudou seu entendimento em relação ao julgamento da questão em
2018, quando o Supremo manteve o fim do imposto. Agora, os ministros julgam um
recurso dos sindicatos envolvidos no processo.
Em seu voto, o ministro disse que as circunstâncias mudaram e a falta da
contribuição impactou a principal fonte de custeio dos sindicatos.
"Havendo real perigo de enfraquecimento do sistema sindical como um
todo, entendo que a mudança de tais premissas e a realidade fática constatada a
partir de tais alterações normativas acabam por demonstrar a necessidade de
evolução do entendimento anteriormente firmado por esta Corte sobre a matéria,
de forma a alinhá-lo com os ditames da Constituição Federal", afirmou Mendes.
Desde a reforma, o desconto de um dia de trabalho por ano em favor do
sindicato da categoria passou a ser opcional, mediante autorização prévia do
trabalhador.
Se a maioria do STF aprovar a volta do imposto, passará a prevalecer a
seguinte tese sobre a questão.
"É constitucional a instituição, por acordo ou convenção coletivos,
de contribuições assistenciais a serem impostas a todos os empregados da
categoria, ainda que não sindicalizados, desde que assegurado o direito de
oposição".
O julgamento será encerrado na segunda-feira (24). Faltam os votos de
oito ministros.
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