Sábado, 11 de março de 2023 - 09h53
Em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde
desta sexta-feira (10/3), no qual o governo anunciou reajuste de até 39% nos
repasses dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),
prefeitos de diferentes cidades brasileiras reforçaram a importância da merenda
escolar para assegurar alimentação de qualidade aos alunos de escolas públicas
do Brasil. Com a correção, o orçamento destinado à compra da merenda passará de
R$ 4
bilhões para R$ 5,5 bilhões.
Em parceria entre União, estados e municípios, o programa volta
a ser fortalecido com o estímulo para que ao menos 30% dos recursos sejam
destinados à aquisição de alimentos produzidos pela agricultura familiar. A
medida é importante tanto para garantir a inserção de alimentos saudáveis na
dieta dos alunos como para estimular a produção de pequenos produtores locais,
por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
“O Programa Nacional de Alimentação Escolar materializa um
esforço governamental e interfederativo para garantir alimentação adequada e
saudável a nossas crianças e jovens. Além disso, é uma importante ferramenta
para incentivar a produção local de alimentos diversificados e fortalecer a
economia dos municípios brasileiros”, destacou o ministro do Desenvolvimento
Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. Para ele, o programa é um dos
vetores do combate à insegurança alimentar no Brasil.
Teixeira incentivou os prefeitos a comprarem o maior percentual
possível da agricultura familiar para a merenda. Segundo ele, há municípios que
compram até 100%. Uma das formas de viabilizar a aquisição, segundo ele, pode
ser por meio da organização de cooperativas.
O ministro da educação, Camilo Santana, anunciou que o governo
vai reativar o conselho e o comitê do PNAE no Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE), que estava extinto. Ele também afirmou que voltará a
realizar conferências e encontros nacionais para debater o PNAE com a
sociedade, a fim de fortalecer o programa e reforçar seus objetivos de combater
à fome e garantia de alimentação saudável nas escolas.
Santana afirmou que, em conjunto, os ministérios da Educação, do
Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e
Combate à Fome (MDS) assinarão termo de cooperação técnica para fortalecer o
programa.
“Queremos parceria e diálogo com os prefeitos do país para
melhorar as condições de vida do povo brasileiro”, afirmou, lembrando que o
PNAE foi importante no conjunto de medidas que ajudaram o Brasil a sair do Mapa
da Fome.
Em vídeos exibidos no encontro, profissionais da educação
destacaram o fato de a merenda escolar ser, em muitos casos, a primeira
refeição de muitas crianças e a importância de elas estarem bem nutrida para
terem bom desempenho escolar.
Os recursos destinados à merenda escolar estavam sem reajuste há
cinco anos. Cerca de 40 milhões de estudantes de diferentes fases escolares
serão beneficiados com o ajuste no valor da merenda. Márcia Conrado, prefeita
de Serra Talhada (PE), afirmou que o reajuste nos repasses do PNAE e a
aquisição de compras da agricultura familiar demonstram o compromisso do
presidente Lula com os que mais precisam. “Sou muito grata de ver meu país, meu
estado Pernambuco e minha cidade voltarem a ter esperança e sorrir”.
RETOMADA DE OBRAS -- Diante de um quadro de
mais de 3,5 mil obras com pendências no FNDE, o presidente Lula anunciou nesta
sexta-feira um investimento de mais R$ 351,1 milhões no fundo. O valor
se soma aos R$ 235 milhões anunciados previamente em fevereiro.
Com o total de R$ 604 milhões em três meses, a intenção é garantir a retomada de
2,6 mil obras inacabadas e 918 paralisadas, especialmente em creches e escolas,
além da construção/cobertura de quadras em 833 municípios.
Esse total de recursos do Governo Federal assegura o pagamento
de 84% do total de dívidas existentes em janeiro de 2023. Para retomar as
obras, os entes locais poderão complementar os valores com recursos próprios
sem precisar devolver a fatia federal. O valor liberado em três meses é
praticamente o mesmo que o governo passado liberou durante o ano inteiro de
2022: R$ 607,9
milhões.
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