Sexta-feira, 4 de maio de 2018 - 16h49
Os 40 adolescentes do sexo masculino em cumprimento de medida socioeducativa no Centro de Atendimento Socioeducativo de Ji-Paraná (Case) terão a oportunidade de realizar oficinas de grafite. O novo curso visa assegurar o direito à educação e à cultura, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As aulas de grafite acontecerão nas quintas-feiras e nos sábado, no próprio Case.
O psicólogo do Case, Cristiano Cabral é um entusiasta do curso. Ele foi à ponte de contato entre a artista Dâmaris Felzke da Rosa para que iniciasse as oficinas de grafite. Para ele, que lida no cotidiano com a psique dos adolescentes o curso pode contribuir mostrando outra possibilidade de vida por meio da arte. “Nesse processo eles podem expressar o pensamento, que é uma forma importante de contribuir com a construção da própria identidade”, explica.
Com base nas oficinas do curso, a engenheira de produção e grafiteira por paixão, Dâmaris Felzke, consegue trabalhar aspectos de autoria, identidade, valorização do potencial criativo e elevação da autoestima dos adolescentes em situação de privação de liberdade.
Ela explica que o grafite é uma ferramenta que pode incluir jovens sem esperança a sociedade. “O grafite é uma expressão de arte de rua, você tem liberdade para fazer em qualquer lugar. Então essa é uma oportunidade para que os meninos aprendam algo novo, com uma nova forma de ver as coisas. Eles podem expressar de uma forma livre, uma coisa boa, fazer bem para o social e não deixando de ser eles mesmos. É como uma nova vida, a oportunidade de expressar o próprio eu”, detalha.
O socioeducando WCA, de 17 anos, está empolgado com as aulas de grafitismo. “É muito legal, mostrou outra possibilidade de aprender uma coisa nova. De quê posso fazer isso quando sair daqui”, disse.
Já o socioeducando VM, de 15 anos, aproveitou para mandar uma mensagem para a família. “Escrevi que amo minha mãe. E que está chegando o dia das mães, e por isso quis homenagear e dar outra cara nos muros”, comenta emocionado.
Para a realização do curso, uma das parcerias veio da própria juíza da comarca, Dra. Ana Valéria que fez uma doação pessoal para aquisição das tintas e pinceis. A Fease está estudando a viabilidade de realizar oficinas do curso de grafite em Porto Velho.
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