Segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013 - 15h40
Alana Gandra
Agência Brasil
Rio de Janeiro – Desde a infância, o mecânico e técnico em máquinas industriais Marcos José Moreira sonhou trabalhar com o carnaval. A oportunidade surgiu quando se aposentou e decidiu fazer um curso de cenografia, escultura em espuma e adereços, em 2009. Ele conseguiu a qualificação na Associação de Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras).
“Sempre quis trabalhar nessa área e a oportunidade surgiu com esse curso”, disse Marco à Agência Brasil. Ele trabalhou para a União da Ilha do Governador assim que terminou o curso e neste ano se dedica ao setor cultural da Amebras, na Cidade do Samba, ligada à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa).
Atualmente com 60 anos, quando não está trabalhando para o carnaval diretamente, ele se dedica à produção de espetáculos. Entre os eventos dos quais participou está a produção de um DVD do cantor Dudu Nobre sobre sambas-enredos, gravado na Cidade do Samba. Ele também trabalha com produção de espetáculos independentes, como desfiles de moda. Segundo ele, o curso tem proporcionado “boas propostas de trabalho”, o que complementa a aposentadoria.
Maria Anunciada Faturino de Azevedo Souza também começou no carnaval em 2009. Este ano, é empreiteira da Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo, do Grupo Especial. Ela é a responsável pela confecção de 200 fantasias de duas alas de componentes e supervisiona o trabalho de dois ajudantes e duas estagiárias: uma da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e outra da Universidade Veiga de Almeida.
Anunciada fez curso de fantasias de carnaval na Mangueira. Natural de Niterói, ela gostava de fazer desenhos de fantasias. Certo dia, no barracão da Unidos do Viradouro, encontrou-se com o vice-presidente patrimonial da escola, José Carlos Gabriel, que aprovou seus desenhos e a apresentou aos carnavalescos da escola, Júnior Schall e Édson Pereira.
Como era formada em espanhol, Anunciada ajudou a escola no enredo México, O Paraíso das Cores, sob o Signo do Sol, em 2010. “Comecei a ajudar no desenvolvimento de alguns desenhos, aprendi um pouco de planta baixa com o Júnior Schall e pintei alguns desenhos de destaque”.
A confecção de uma fantasia para um destaque da Viradouro levou a Amebras a indicar Anunciada para colaborar com a escola Chegou o que Faltava, do Espírito Santo, onde chefiou também uma equipe de profissionais. Logo depois, projetou adereços e chapelaria para a Amebras, da qual se tornou professora.
“Fiquei como instrutora de adereços, chapelaria e decoração de alegoria na Viradouro e fui carnavalesca da escola Os Bambas da Serra, do Grupo Especial de Teresópolis”. O currículo dela inclui a função de carnavalesca do Araribloco, de Niterói, que se transformou na Escola de Samba Império de Arariboia. Ela atuou também como figurinista das escolas Império da Uva e Grupo dos Quinze, ambas de Niterói.
No ano passado, Anunciata deu aulas de alegoria e cuidou de dois carros da Escola de Samba Sierras del Carnaval, da cidade de San Luis, na Argentina, onde chefiou 40 pessoas. Ela também produz miniaturas que são vendidas na loja da Amebras. “Assovio e chupo cana”, brinca.
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