Brasília – Hoje (3) pelo menos 5,7 milhões de pessoas acordaram com um objetivo em mente: conseguir o melhor resultado no primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcada para as 13h (horário de Brasília). Ao todo, a avaliação será aplicada em 1,6 mil municípios brasileiros. A maratona de provas segue amanhã (4).
O ideal é que os participantes confirmem os locais de prova e cheguem pelo menos uma hora antes do horário marcado. É preciso levar um documento de identidade com foto e caneta esferográfica de tinta preta, produzida em material transparente. Os portões de acesso serão abertos ao meio-dia e fechados às 13h.
A prova de hoje inclui 90 questões objetivas divididas entre as provas de ciências humanas e ciências da natureza. Amanhã (4), serão aplicadas mais 90 questões objetivas das provas de linguagens e códigos e matemática, além da prova de redação que representa 50% da nota total do exame.
Apesar da expectativa dos candidatos, a ansiedade e o nervosismo não são sentimentos comuns a todos os participantes. No universo que inclui milhares de estudantes que concluíram o ensino médio ou que vão concluir o 3º ano até dezembro, muitos falam, em tom de tranquilidade, sobre as provas. A serenidade desse grupo é típica dos jovens que já realizaram outros tipos de exame para ingresso em universidades, como o vestibular ou, até mesmo, edições anteriores do Enem.
No Colégio Militar de Brasília, os alunos relatam que existe um estímulo para que façam o exame como uma experiência, antes de chegar ao último ano do ensino médio. Seguindo essas orientações, aos 17 anos, Larissa Matos Rodrigues de Brito conseguiu a vaga que queria no curso de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), unidade de Macaé. “Como eu queria tentar a UnB [Universidade de Brasília] e a Universidade Federal de Uberlândia [UFU] e ainda não tinha feito o terceiro ano, [eu e meus pais] achamos melhor levar como um teste. Não quis fazer a inscrição”, contou.
O resultado na redação é apontado pela aluna como o principal fator de aprovação. Em 1000 pontos, Larissa conseguiu a nota 960. “Acho que ter feito o Enem no ano passado ajuda mais no ritmo do tempo e na adaptação da rotina para o dia de prova. Ajuda muito porque a gente fica mais tranquila”, explicou.
Larissa conta que no primeiro semestre deste ano se dedicou exclusivamente ao vestibular da UnB. A universidade considera a nota no Enem apenas para preencher vagas que não foram ocupadas pelos aprovados no vestibular. No segundo semestre, ela começou a se preparar mais para o exame. “Nas três últimas semanas comecei a comprar revistas de atualidades e baixar provas anteriores na internet. Se não der [para entrar em uma universidade com a nota no Enem] vou tentar de novo e fazer o vestibular”, disse.
A colega Thaís dos Santos Cordeiro, 18 anos, relata que usou as notícias de jornais e a internet como principais estratégias para se preparar para o Enem, sem abrir mão de reforçar o conteúdo aprendido em sala de aula. “Ouço falar que é uma prova mais tranquila que usa mais lógica e interpretação. Como tenho boa base para isso, dá para fazer a prova calmamente.”
Thaís, que por pouco não conseguiu garantir sua vaga no curso de geologia da UnB em junho, admite que essa calma esbarra em um único temor: a falta de tempo para responder a todas as questões. “Acho que é pouco tempo para fazer muita coisa, pensar direitinho, não fazer besteira e prestar atenção em todos os detalhes.”
A estudante ainda disse que vai tentar, pelo Enem, garantir uma vaga na UFRJ. “É uma das melhores do país em geologia. Tenho família lá [no Rio de Janeiro]. Existe um leque muito grande de atuações nessa área, tanto em pesquisas quanto no pré-sal, para novas descobertas”, destacou.
Os gabaritos das provas objetivas serão divulgados no dia 7 de novembro e podem ser consultados no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os participantes podem acessar os resultados individuais inserindo, em campos específicos, o número de inscrição e a senha ou o CPF e a senha.
Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo