Quinta-feira, 8 de setembro de 2011 - 05h50
Agência FAPESP – As pessoas com visão abaixo de 10% ou com visão subnormal – que enxergam em um campo de visão entre 5% a 30% do normal – dispõem agora de um novo dispositivo para lhes auxiliar a ler e a escrever.
A empresa de base científica Bonavision, incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), na Cidade Universitária, em São Paulo, desenvolveu uma lupa eletrônica com foco variável e com um recurso tecnológico que permite ao usuário escrever ou desenhar.
O produto é o quarto lançado pela empresa. O primeiro, em 2008, foi uma lupa especial para leitura, que amplia textos em cinco vezes, e diminui as distorções, permitindo a visualização das palavras. Em 2009, os pesquisadores da empresa lançaram uma prancha de leitura acoplada à lupa eletrônica.
Agora, por meio de um sistema de zoom, o equipamento oferece ao usuário um aumento de imagem 10 a 80 vezes maior, conforme sua necessidade. E, posicionando uma caneta ou lápis debaixo da câmera de vídeo colorida, de alta sensibilidade e com controle automático de iluminação, o usuário pode escrever ou desenhar, podendo ver a imagem projetada em uma tela de televisão ou computador.
“Essa inovação representa um grande avanço para estudantes ou idosos com problemas de visão ou para deficientes visuais que trabalham em empresas e precisam, além de ler, que é uma atividade relativamente passiva, também escrever”, disse José Américo Bonatti, pesquisador da Clínica Oftalmológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e um dos diretores da Bonavision, à Agência FAPESP.
O projeto anterior, intitulado“Prancha de leitura acoplada à lupa”, contou com apoio da FAPESP por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). O pedido de patente nacional e internacional tem auxílio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).
De acordo com Bonatti, as atuais inovações incrementais realizadas no equipamento surgiram por meio de uma avaliação de demandas clínicas feitas por pacientes. Em pesquisas, eles apontaram que, além de um aumento maior do que a lupa eletrônica proporciona, gostariam que o foco fosse variável para aumentar menos o tamanho da fonte de um texto de um livro, por exemplo, e ter maior visão de conjunto da página.
Para possibilitar esse recurso, os pesquisadores desenvolveram um sistema de zoom que, além do aumento da fonte de texto, possibilita que o usuário possa escrever e desenhar sob ele.
Como o sistema exige espaço para manter a distância focal em relação à pagina de uma publicação e permitir a variação de aumento de foco, os pesquisadores utilizaram esse espaço para possibilitar o encaixe da mão do usuário, permitindo que ele possa escrever ou desenhar e ver a imagem projetada em uma tela de televisão ou de computador. “Essa inovação representou um salto tecnológico maior do que o que nós demos com os produtos anteriores”, disse Bonatti.
Segundo ele, os aparelhos importados já dispõem desse sistema de zoom. Entretanto, o equipamento brasileiro apresenta a vantagem de, além de ser mais sofisticado, ter um preço equivalente a menos da metade dos concorrentes estrangeiros, e oferecer mais conforto e ergonomia.
Além disso, ao contrário dos produtos importados, é o único que possibilita acompanhar uma linha horizontal de um texto com segurança, pois a câmera de vídeo se movimenta em um trilho metálico de uma prancha de leitura com a movimentação voluntária da mão do usuário, que pode estar sentado à mesa, em um sofá ou até mesmo em uma cama.
“Desenvolvemos uma tecnologia que possibilita a independência, a eficácia e o controle do usuário do equipamento por meio de seu movimento voluntário. Isso nenhum aparelho similar no mundo apresenta”, afirmou.
O produto foi lançado no fim de julho e está sendo comercializado inicialmente no mercado nacional, principalmente para escolas, que por meio dele podem economizar com a edição de livros voltados para estudantes com deficiência visual.
“O novo equipamento gera economia para as escolas, porque elas não precisam adaptar livro nenhum. Elas podem pegar um livro convencional e colocar embaixo da lupa para aumentar ou diminuir a fonte. E isso permite integrar, e não estigmatizar, o estudante com deficiência visual com os outros colegas ao passar a não mais ser visto com um ente especial, que está lendo um livro gigante, todo diferente do restante da turma”, comparou Bonatti.
De acordo com ele, o equipamento pode ser utilizado com um treinamento mínimo e seu mecanismo de funcionamento é fácil de ser entendido pelos usuários.
Mais informações: www.bonavision.com.br.
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