Sexta-feira, 23 de maio de 2014 - 11h35
Quando o cheiro do frango começa a exalar na hora do almoço na Escola Estadual de Ensino Fundamental Duque de Caxias, em Porto Velho, Fabiana Carolina, aluna do 8º ano, já sabe que vai almoçar o que mais gosta. Além da adolescente de 14 anos, outros 240 mil estudantes da rede pública estadual recebem diariamente merenda escolar nos dois períodos de aula regular, entre lanche da manhã, almoço e lanche da tarde, e eventualmente à noite, quando a instituição oferta a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Fabiana é aluna do programa Mais Educação na Duque de Caxias e realiza atividades extracurriculares no período da manhã, e, para isso, é necessário que tenha uma boa alimentação durante o dia. A aluna chega à escola às 9h, lancha às 9h45 e almoça por volta do meio-dia. À tarde, outro lanche é servido às 16h45. “O almoço é bom. O frango é o melhor, mas também gosto do strogonoff e do feijão que parece feijoada”, comenta.
Assim como Fabiana, às quartas e sextas-feiras, Francisco Gabriel, aluno do 9º ano, tem aulas pelo Mais Educação de manhã. O garoto de 15 anos diz que as refeições oferecidas pela escola são boas e que considera, também, o frango a melhor comida do almoço. “Sempre comi da merenda e acho tudo muito gostoso”, declara.
Ponto para a merendeira da Duque de Caxias, Maria Fátima da Silva, que cozinha para os alunos da escola há mais de 30 anos. Fátima alega que todo cuidado com os alimentos é pouco. “Tem que lavar as frutas direitinho, preparar a comida da maneira certa”, explica. A cozinheira revela que não são só os alunos que ‘devoram’ as refeições que ela prepara para o almoço. “Olha, não sei se cozinho bem, mas no final do almoço, não sobra nada. Até os professores vêm provar um pouquinho”, diz, rindo.
Ana Torres, responsável pela merenda escolar no Duque, mantém toda a alimentação dos mais de 400 alunos da escola sob controle, desde a licitação da compra das refeições até a fiscalização na despensa junto com as merendeiras. Ana explica que a escola escolhe 10 cardápios diferentes, contendo seis pratos salgados e quatro doces, a cada 60 dias, totalizando 60 refeições diferentes durante um ano. “Os alimentos são bem balanceados. Frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, macarrão, carnes. E os pratos são trocados constantemente para não ficar na mesmice”, conta.
Para atender os alunos da rede pública estadual, foi criado o Projeto de Alimentação Escolar (Pale). De acordo com o coordenador da ação, José Áureo de Souza, o objetivo do projeto é ofertar alimentação escolar em todas as instituições de ensino estaduais de Rondônia. Além disto, o projeto atende da parte técnica a jurídica, com capacitação de merendeiras, cadastramento de empresas, planejamento de cardápio e compras, normas e acompanhamentos de aquisição de merendas e dos produtos cultivados pela agricultura familiar.
Farinha e polenta
A nutricionista e responsável técnica pela formação dos cardápios, Ângela Socorro Prestes, explica que as refeições devem atender necessidades nutricionais do aluno, variando para cada faixa etária. Dentro das refeições, legumes e verduras são mais valorizados, devendo conter no mínimo 200 gramas de cada. “Os cardápios que elaboramos também levam em conta os hábitos alimentares da cada região do Estado. Por exemplo, o aluno de Porto Velho prefere farinha, já o de Vilhena, vai querer polenta”, explica.
Ângela conta com ajuda das escolas para elaborar os pratos, a partir de sugestões e pesquisas feitas com alunos para saber a preferência de pratos. Ao todo é feita uma bateria de 77 cardápios para ser distribuída para escolas, contendo desde arroz e feijão a frutas e verduras, que são cultivados pela agricultura familiar.
“Depois que os cardápios são feitos, eles são entregues às escolas para elas escolherem as refeições, e desenvolverem uma planilha de compras de alimentos a ser entregue para o Pale”, esclarece a responsável, que enfatiza a restrição de alimentos de baixo valor nutricional e, principalmente, frituras.
A planilha é enviada para técnicos realizarem a conferência do que a instituição deseja. Caso seja aprovada, segue para o processo de licitação de compra. Áureo comenta que durante todo o processo de operacionalização da aquisição da merenda escolar, a equipe do Pale supervisiona e orienta as escolas. “O Pale foi instalado na intenção de acompanhar e fiscalizar se as escolas estão cumprindo com o que determina os cardápios, se está sendo preparado e servido corretamente, além de monitorar os produtos comprados, tanto por fornecedores de produtos básicos e empreendedores da agricultura familiar”, declara.
Junto com a Seduc, a merenda escolar envolve o trabalho de diversos órgãos públicos de Rondônia, como a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Vigilância Sanitária.
Recursos
A alimentação escolar em Rondônia é mantida através de repasses de recursos do Governo Federal através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Para 2014, foram repassados mais de R$ 19 milhões para aquisição de alimentos da merenda escolar do Estado.
Os repasses são feitos em 10 parcelas mensais para escolas para atender 20 dias letivos durante o período de março a dezembro. A gerente de convênios e prestação de contas da Seduc, Gracita Stresser, explica que o repasse é realizado pelo número de alunos contabilizados pelo Censo Escolar de cada escola estadual. “O processo é descentralizado. A Seduc recebe o recurso todo do FNDE e repassa para as escolas em forma de parcelas”, detalha.
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