Quinta-feira, 1 de abril de 2021 - 09h14
Drielly Santos, do município de Ariquemes (RO), é
uma entre as 100 diferentes histórias espalhadas Brasil afora e premiadas
ontem, 31 de março, pela sua prática docente durante a pandemia.
A rondoniense utilizou a história dos três
porquinhos, adaptada ao contexto de Covid-19, para explicar para as crianças a
pandemia: no conto, o lobo mau era o coronavírus e ele não conseguia derrubar a
casa dos porquinhos.
"Mandei a história para as crianças e pedi que
elas gravassem vídeos mostrando suas casas e vivências. A partir disso, as
crianças puderam ter uma convivência virtual e puderam perceber que a realidade
de cada um é diferente da do outro", explica Santos.
Essa é uma das práticas de professores da educação
infantil que tiveram a importância do trabalho reconhecido e valorizado
pelo Prêmio Educação Infantil: Boas Práticas de Professores Durante a
Pandemia, uma inciativa da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, em
parceria com a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e
o Itaú Social.
A premiação revelou, nesta quarta-feira (31) e de
forma online, os 100 vencedores do prêmio, ganhadores de R﹩ 1.000 (mil reais)
cada um. A justificativa do prêmio é o fechamento forçado, desde 2020, das
unidades escolares, medida que desafiou pais/cuidadores e professores a se
reorganizarem e assumirem o desafio de coordenar a aprendizagem das crianças de
uma maneira até então impensada: à distância.
"Nosso objetivo foi trazer luz a iniciativas
inspiradoras e que fizeram a diferença para as crianças e as famílias nessa
pandemia. É importante que a sociedade saiba o significado e a relevância da
Educação Infantil por meio das histórias e práticas dos professores, crianças e
famílias", justifica Mariana Luz, CEO Fundação Maria Cecilia Souto
Vidigal.
No total, mais de 700 práticas de todo
Brasil foram inscritas e 100 iniciativas sagraram-se vencedoras, contemplando
15 estados e o Distrito Federal. As regiões Sul e Sudeste foram as com maior
número de inscrição e concentraram boa parte das práticas premiadas, sendo 51%
e 30%, respectivamente.
O Estado de São Paulo teve o maior número de
vencedores, 34, seguido por Santa Catarina (13), Rio Grande do Sul (12) e Minas
Gerais (11). Rio de Janeiro (06), Paraná (5), Amazonas (04), Ceará (03),
Pernambuco (03), Paraíba (02), Goiás (02), Piauí (01), Distrito Federal (01),
Rio Grande do Norte (01), Tocantins (01) e Rondónia (01) completam a lista de
vencedores.
Jocilene Barbosa, de Campina Grande (PB), utilizou fotografias para trabalhar a
identidade, a socialização e o desenvolvimento da oralidade dos seus alunos.
"O projeto tinha como foco mediar as vivências familiares e o cotidiano
escolar. Também trabalhamos com a ludicidade, fazendo com que as próprias
crianças tirassem fotos de seu cotidiano", explica a professora.
Com uso de recursos do WhatsApp, os próprios
brinquedos das crianças, panelas e sucatas, as iniciativas trabalharam aspectos
como acessibilidade e inclusão, vínculos parentais, interações, brincadeiras,
literatura, direito das crianças e meio ambiente.
"Isso mostra a importância da escola, da
formação e dos professores, que, mesmo neste período terrível por qual
passamos, encontram caminhos para promover o desenvolvimento das crianças",
defende Beatriz Abuchaim, gerente de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria
Cecilia Souto Vidigal.
Cada premiado receberá, além do valor monetário, um
curso de 40 horas online com atividades síncronas e assíncronas sobre a BNCC e
a Educação Infantil. O curso será promovido pelo Instituto Singularidades,
parceiro técnico da iniciativa - outro parceiro é a ponteAponte.
Sobre
a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal
Desde
2007, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal trabalha pela causa da Primeira
Infância com o objetivo de impactar positivamente o desenvolvimento de crianças
em seus primeiros anos de vida. As principais frentes de atuação da Fundação
são a promoção da Educação Infantil de qualidade, o fortalecimento dos serviços
de parentalidade, a avaliação do desenvolvimento da criança e das políticas
públicas de primeira infância e a sensibilização da sociedade sobre o impacto
das experiências vividas no começo da vida.
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