Quarta-feira, 27 de março de 2024 - 17h56
O Programa de Alfabetização na Idade Certa (PAIC), uma ação inovadora
realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RO), deve garantir a Rondônia
um salto qualitativo inédito e histórico no ensino público.
Com o nível máximo de implementação do programa, o aluno beneficiado
pelo PAIC possui, em média, um ano a mais de aprendizado em relação aos que não
estão no programa.
Outra conquista relevante. Análises feitas, a partir do Sistema de
Avaliação Educacional do Estado de Rondônia (Saero), indicam que as redes
municipais aumentaram o percentual de alunos com o nível de aprendizado
adequado em língua portuguesa de 45% em 2022, para 68% em 2023.
Todos esses números e informações foram apresentados pela equipe, que
coordena o PAIC no Tribunal de Contas. A reunião contou com a participação de
membros e gestores da instituição e do Ministério Público de Contas (MPC-RO),
parceiro do TCE no programa. O PAIC tem a adesão voluntária das 52 redes
municipais de ensino e da rede estadual.
“Os resultados impressionam e mostram, por meio de evidência científica,
que o PAIC, desenvolvido pelo Tribunal de Contas em parceria com as redes de
ensino, tem realmente beneficiado fortemente a educação pública de Rondônia no
ciclo de alfabetização”, disse o conselheiro Paulo Curi Neto.
O TCE-RO prioriza a atuação em articulação com o Ministério Público
Estadual (MPE), a Defensoria Pública Estadual (DPE) e com a gestão educacional.
Nessa articulação, o Tribunal de Contas se notabiliza por inovar na educação,
com outras ações em parceria, como a Busca Ativa Escolar (BAE) e o pioneiro
Gabinete de Articulação para Efetividade da Política da Educação em Rondônia
(Gaepe-RO). Com o PAIC, e com essas iniciativas, fica evidente que o caminho é
o diálogo e a cooperação.
RESULTADOS
Na exposição, foram revelados números que dão a dimensão do programa que
envolve 606 escolas e mais de 4,5 mil profissionais da área de educação,
impactando, diretamente, 58 mil alunos.
Indicadores disponibilizados no Saero ainda trazem outro número importante:
a queda no número de estudantes de nível abaixo do básico: de 26% registrados
em 2022 para 12% em 2023.
Houve, ainda, aumento de crianças em estágio avançado: de 17% (2022)
para 35% (2023), ou seja, mais do que o dobro.
MUNICÍPIOS SE DESTACARAM
Com pouco mais de dois anos de implementação, o desempenho do PAIC
revela outros números impressionantes: atualmente, 15 municípios já superaram
os 75% de estudantes em nível adequado de aprendizado.
Com isso, a expectativa é de que a meta, fixada pelo Ministério da
Educação (MEC) de que, até 2030, Rondônia esteja com ao menos 80% de crianças
alfabetizadas, seja cumprida com considerável antecedência, especialmente com
universalização do PAIC ocorrida este ano.
Nesse quesito, chama a atenção o desempenho de municípios, como Itapuã
do Oeste, com 100% dos alunos com aprendizado adequado em língua portuguesa.
Destaque ainda para Primavera de Rondônia e Espigão do Oeste (ambos com 86%),
Ji-Paraná (83%) e Chupinguaia (82%).
Outros municípios registraram avanço considerável de um ano para o
outro, levando-se em consideração o aprendizado adequado em língua portuguesa.
Costa Marques, na fronteira com a Bolívia, lidera, com um salto de 27%, em
2022, para impressionantes 81%, em 2023.
De igual modo aparecem: Cujubim (de 25% para 77%), Primavera de Rondônia
(de 36% para 86%), Teixeirópolis (26% para 75%) e Vale do Paraíso (de 15% para
64%).
Nesse quesito, todos os municípios avançaram, o que mostra a envergadura
e a importância do PAIC, que abarcou todo o Estado de Rondônia. “Digo que o que
era o teto em 2022 passou a ser o piso de 2023”, comparou o conselheiro Paulo
Curi.
Acrescenta que isso ocorreu em razão do protagonismo, do esforço e da
dedicação de gestores educacionais e de professores alfabetizadores das redes
municipais.
IMPACTO
A equipe do TCE, sob a coordenação do Conselheiro Felipe Puccioni, do
TCMRJ, também elaborou uma avaliação científica de impacto dos resultados do
PAIC em Rondônia.
Considerando que o aprendizado do aluno PAIC equivale a um ano a mais em
relação aos que não estão no programa, a equipe do Tribunal calcula que, com a
sua universalização em 2024, a renda adicional em toda a vida útil das
cinquenta e oito mil pessoas beneficiadas, uma vez formadas, pode chegar a R$
9,9 bilhões.
“É preciso destacar
que a melhora dos resultados tem relação de causalidade comprovada com a
atuação do programa liderado pelo Tribunal. Essa nova forma de atuar do TCE
gera impacto significativo nos resultados das políticas públicas de
alfabetização em todo o território rondoniense”, completou o conselheiro Paulo
Curi Neto.
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