Terça-feira, 6 de agosto de 2019 - 19h09
No Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), Campus
Vilhena, um projeto utiliza a tecnologia de impressão 3D para promover a inclusão
de aluna que perdeu 95% de sua visão no ano de 2018 e está em fase de adaptação
no Curso Técnico em Informática.
O projeto conta com a produção de
materiais didáticos tridimensionais táteis objetivando minimizar as
dificuldades encontradas pela estudante nos processos de ensino e aprendizagem,
na busca pela compreensão e elaboração de conceitos de diversas áreas do
conhecimento no ambiente escolar. Coordenado pelos professores Wagner Silva
Ferreira Filho e Juliano Fischer Naves, o projeto tem a participação de dois
alunos bolsistas, ambos colegas de turma da aluna atendida pelo projeto, que
auxiliam na modelagem e impressão das imagens tridimensionais.
Os objetos são produzidos em parceria
com os docentes, de forma a compor o material didático e de acordo com as
necessidades observadas em sala de aula, como, por exemplo, tabela periódica
com sinalização em braile (Química), modelos geométricos (Matemática), mapas,
relevos e globo com indicação em braile (Geografia), mas também fórmulas e
gráficos (Física).
O Professor Wagner explica que além das
demandas recebidas dos docentes, os bolsistas também pesquisam objetos que
possam ser úteis ao aprendizado da aluna e, juntamente com os coordenadores,
apresentam as sugestões aos professores. Ele destaca ainda: “este projeto é
inovador porque utiliza uma tecnologia relativamente nova e é muito importante
porque conseguimos utilizá-la para promover a inclusão. Sabemos que as
dificuldades que nossa aluna encontra no dia a dia não são poucas, então poder
contribuir para, de alguma maneira, tornar um pouco mais fácil para ela já
recompensa o trabalho”.
A Professora de Física, Marisa Rodrigues,
relata que o projeto contribui infinitamente para a disciplina porque as
equações, impressas em 3D, melhoram a comunicação com a aluna, favorecendo
também a memorização e a aprendizagem. “Uma coisa seria ela ouvir a descrição
da equação, outra é ela poder tocar e perceber os sinais, os expoentes e todo o
restante. É muito difícil aprender fórmulas só ouvindo. Eu colei as equações
tridimensionais em papel A4 e ela guarda na pasta dela. Então, sempre que sente
necessidade, ela pode tocar e fazer a leitura com as mãos. Esses objetos são
simplesmente o diferencial para ela conseguir aprender Física”, finaliza a
docente.
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