Domingo, 13 de julho de 2014 - 00h07
Após um mês de emoções e sentimentos variados, a vigésima edição da Copa do Mundo chega ao fim neste domingo (13.07), no Rio de Janeiro. O estádio Maracanã receberá a partir das 16h o confronto entre Alemanha x Argentina, que se enfrentarão pela terceira vez em uma final da competição. O sucesso dentro de campo com muitos gols, viradas e jogos decididos no fim extrapolou as quatro linhas.
A expectativa inicial de turistas estrangeiros no país será superada. O número de visitantes está em pelo menos 700 mil. Os torcedores elogiaram a hospitalidade e o carinho dos brasileiros, pessoas vieram das mais diferentes formas para participar da festa do futebol.
A organização e estrutura oferecidas pelo país para receber o Mundial também foram elogiadas por treinadores, jogadores e pela FIFA. Quando o capitão da equipe campeã levantar a taça, terão sido 64 jogos em 12 arenas, que registram a segunda melhor média de público da história do torneio. Depois da disputa do terceiro lugar, o número está em 53.256 por jogo.
Com um público total superior a 3,35 milhões, os estádios tiveram taxa de ocupação acima de 98%. Se depender da expectativa da FIFA, os números devem ser ainda mais expressivos. A estimativa é a de que entre 74.300 e 74.738 espectadores estejam no Maracanã.
Em números gerais, a Copa do Mundo no Brasil pode ser a com maior número de gols anotados em uma mesma edição do torneio. Nos 63 confrontos do Mundial disputados até o momento, foram marcados 170 gols. Esta é a segunda maior marca, com um gol a menos do que a da Copa de 1998, na França. A média de gols está em 2,69 por partida (a décima segunda da história).
A quinta Copa do Mundo na América do Sul, representou uma oportunidade para os torcedores dos países vizinhos ao Brasil lotarem as arquibancadas, principalmente, argentinos, chilenos e colombianos. Por onde as equipes destes países passavam, uma “invasão” era vista nas cidades-sede. Quando não estavam nas arenas, os visitantes lotaram as Fan Fests montadas nas 12 cidades-sede. Os locais destinados à exibição pública das partidas haviam recebido quatro milhões de espectadores até a sexta-feira.
As inovações também invadiram os gramados. Desde o pontapé inicial na abertura do torneio, dado por um paraplégico usando um exoesqueleto comandado pelo cérebro, passando pela TLG (Tecnologia da Linha do Gol), o uso do spray, até o serviço de audiodescrição, que permitiu uma nova forma dos deficientes visuais desfrutarem os jogos, foram algumas novidades vistas na Copa do Mundo de 2014.
Os portões do Maracanã serão abertos ao meio dia deste domingo, para que os espectadores cheguem mais cedo ao estádio e assistam à cerimônia de encerramento. Um time com três brasileiros, uma colombiana, um mexicano e um haitiano promete animar a torcida antes de alemães e argentinos entrarem em campo. Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Alexandre Pires, Shakira, Carlos Santana e Wyclef Jean subirão ao palco para um show de 18 minutos de duração, que terá início às 14h20.
O técnico da Alemanha, Joachim Löw, elogiou os adversários da final da Copa do Mundo e fez questão de ressaltar que a Argentina é mais do que o craque Lionel Messi. Para ele, os sul-americanos têm uma equipe compacta, com muitas variações de jogo e que se fortaleceu na defesa para chegar à decisão no Rio de Janeiro. Apesar disso, o treinador disse não temer os rivais e mostrou confiança em seus comandados.
“Os argentinos mostraram rendimento excelente nessa competição. São compactos, têm uma defesa forte e o time não é só Messi. Eles têm outros atacantes maravilhosos, como o Agüero, o Higuaín, o Dí Maria. Claro que o Messi consegue determinar o andamento da partida, mas o time está organizado e foi o que demonstraram até agora. Conhecemos a força do adversário e temos respeito por eles, mas, se pudermos impor nossas potencialidades, podemos ganhar”, analisou.
Para o meio-campista Bastian Schweinsteiger, a equipe amadureceu após as eliminações nas semifinais das últimas duas Copas. Ansioso pela partida, ele acha que a conquista do título passa pela concentração dos jogadores. “Nós sabemos que temos capacidade para jogar um bom futebol, tudo o que temos que fazer é usar o nosso potencial. Estamos ansiosos sim, mas felizes de jogar esta partida. Temos que pensar no nosso trabalho, na função de cada um dentro de campo e focar no essencial. Nossa mente deve estar limpa e focada no futebol”.
Caso mantenha a mesma equipe que goleou o Brasil por 7 x 1 nas semifinais do torneio, o técnico alemão entrará com a seguinte formação: Neuer, Howedes, Hummels, Boateng e Lahm; Khedira, Schweinsteiger e Kroos; Özil, Müller e Klose.
O comandante argentino, por sua vez, analisou a evolução da equipe durante a Copa e disse que a formação atual deu mais equilíbrio entre os setores ofensivo e defensivo. “O grande mérito é dos jogadores, que estão fazendo um grande esforço. Estamos com uma distribuição diferente no campo e ocupamos mais espaços laterais. Agora, temos tido mais equilíbrio”, destacou Alejandro Sabella.
Para ele, o adversário exigirá uma partida perfeita da Argentina. “Temos que fazer um grande jogo, com concentração, ocupando os espaços rapidamente, sem desfazer da bola. A Alemanha tem um aspecto físico e tático muito poderoso, um sistema de jogo bem trabalhado e usa bem os espaços entre as linhas do time, com boas ultrapassagens dos laterais. Então, temos que fazer a partida perfeita”, afirmou.
Caso o atacante Dí Maria não se recuperar da lesão sofrida nas quartas de final, o treinador da Argentina deve escalar a mesma equipe que derrotou a Holanda nos pênaltis. Assim, a formação teria: Romero, Zabaleta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia e Enzo Pérez; Messi, Lavezzi (Agüero) e Higuaín.
A partida entre Argentina x Alemanha será apitada pelo italiano Nicola Rizzoli, 42 anos, que terá como auxiliares os compatriotas Renato Faverani e Andrea Stefani, ambos de 44 anos. O quarto árbitro será Carlos Vera, do Equador. Os argentinos jogarão com camisas, calções e meias azuis, enquanto os alemães atuarão todos de branco.
Esta será a terceira vez que os dois países se enfrentarão em uma final do torneio, a decisão que mais vezes ocorreu na história, deixando para trás Brasil x Itália (1970 e 1994). O confronto também desempatará a disputa entre alemães e argentinos, já que em 1986 a taça ficou com os sul-americanos (vitória por 3 x 2) e em 1990 quem levou a melhor foram os europeus (1 x 0).
No total, as duas seleções se enfrentaram seis vezes em Copas do Mundo, sendo duas vezes nas últimas edições do torneio. Em 2006 e 2010, os alemães desclassificaram os rivais nas quartas de final.
Com o duelo deste domingo, o confronto será a partida mais reeditada dos Mundiais, ao lado de Brasil x Suécia e Alemanha x Sérvia (incluindo a Iugoslávia). Os alemães levam vantagem sobre os argentinos nos confrontos direitos em Mundiais, com três vitórias a uma, além de dois empates.
Ao se classificar, a Alemanha se tornou a equipe com mais presenças em finais de Copas, oito, ultrapassando os brasileiros, que chegaram sete vezes à decisão.
Alemanha – 3 títulos (1954, 1974 e 1990) e 4 vices (1966, 1982, 1986 e 2002)
Argentina – 2 títulos (1978 e 1986) e 2 vices (1930 e 1990)
Alemanha
Alemanha 4 x 0 Portugal |
Argentina
Argentina 2 x 1 Bósnia-Herzegovina |
Os dois continentes com países que já tiveram a honra de levantar a Copa do Mundo, mais uma vez estarão frente a frente na disputa pelo título. Esta será a décima final envolvendo equipes sul-americanas e europeias. A vantagem nos confrontos decisivos está em sete a dois para a América do Sul.
No entanto, a Europa tem uma taça a mais que os sul-americanos, dez (Itália – 1934, 1938, 1982, 2006 -, Alemanha – 1954, 1974, 1990 -, Espanha – 2010 -, França – 1998 – e Inglaterra – 1966) contra nove (Brasil – 1958, 1962, 1970, 1994, 2002 –, Argentina – 1974, 1986 – e Uruguai – 1930, 1950).
Ao receber a final da Copa do Mundo de 2014, o Maracanã será o segundo estádio a ter duas decisões de Mundiais – a primeira foi em 1950 – igualando-se ao estádio Azteca, no México, que sediou os duelos que valeram a taça em 1970 e em 1986.
Do total de mais de 74 mil ingressos para a decisão, 4.066 entradas foram adquiridas por residentes na Alemanha, 4.461 por espectadores que vivem na Argentina e outros 12.984 bilhetes foram comprados por pessoas que moram no Brasil. No estádio, ainda haverá 2,5 mil jornalistas e 1.582 ocupantes das áreas Vip e Very Vip.
A história do estádio e a força das arquibancadas, que tem a maior média de público do torneio – pouco mais de 74 mil torcedores por jogo -, não têm inspirado os artilheiros no estádio carioca, que tem média de 1,5 gol por partida.
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