Quarta-feira, 5 de dezembro de 2012 - 05h23
Igor Siqueira
A intenção da CBF de obrigar os times da Série A do Brasileiro a jogarem em futuros estádios que ficarão subutilizados após a Copa do Mundo de 2014 não agradou aos clubes, especialmente àqueles que apostam na política de venda de pacotes de ingressos aos sócios para garantir renda.
Segundo o LANCE!Net apurou, a entidade pretende fazer com que as arenas de Brasília, Cuiabá e Manaus recebam dois mandos de cada participante da Série A. Grêmio, São Paulo e Fluminense são alguns dos clubes que estão receosos com a proposta, que pode trazer efeitos à comercialização das entradas.
– Com programa de sócios, já vendemos 30 mil ingressos para todos os jogos de 2013. Isso representa 50% dos assentos disponíveis. Não ouvi oficialmente, mas essa medida não faz sentido – afirmou Eduardo Antonini, presidente da Grêmio Empreendimentos, responsável pela construção da Arena do Grêmio, que será inaugurada sábado.
Antonini aproveitou a oportunidade para criticar o modelo brasileiro para o investimento nos estádios do Mundial:
– Perdemos a chance de desenvolver cidades para investir dinheiro em estádios.
No São Paulo, que pretende revitalizar em 2013 o programa de sócios, o vice-presidente de marketing, Julio Casares reforçou a posição gremista:
– O nosso mando é no Morumbi. Sempre que pudermos e tivermos o mando de campo, jogaremos lá, a não ser que tenhamos que ver outra alternativa por conta de obras no estádio, etc. Não dá pra gente trabalhar com hipóteses né. E pra jogar nesses lugares, teria que ver com a comissão técnica também. É mais uma questão de logística e do próprio futebol.
SEDES COMEMORAM
Os governos que podem ser beneficiados com jogos foram na contramão dos clubes e acharam a ideia positiva.
– Se for realidade, criará um clima muito interessante e vai ajudar a interiorizar o futebol brasileiro. Vejo com bons olhos essa possibilidade – disse Maurício Guimarães, secretário da Secopa-MT, que cuida da Arena Pantanal, em Cuiabá.
Via assessoria, o Governo do Distrito Federal se disse “radiante”, mas ressalta que os jogos, se ocorrerem, não serão o principal ponto para dar utilização ao Mané Garrincha depois da Copa.
ARENA DE RECIFE VAI SIM FICAR COM O NÁUTICO
O consórcio da Arena Pernambuco informou que não há possibilidade de que o Náutico opte por não jogar no estádio da Região Metropolitana de Recife, fato que poderia incluir a capital pernambucana no programa para evitar que os estádios construídos para a Copa fiquem ociosos.
A diretoria do Timbu já assinou um contrato se comprometendo a usar a Arena por 30 anos, deixando de lado o estádio dos Aflitos, que desperta interesse de empresas imobiliárias.
O contrato prevê um apoio financeiro ao Náutico no período pré-operacional do estádio e uma receita mensal para o clube no período operacional. Além disso, haverá investimento para melhorias nas instalações do Centro de Treinamento. Mesmo usando a Arena, o Náutico não arcará com custos de manutenção.
FONTE: LANCENET
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