Sábado, 28 de junho de 2014 - 21h33
No segundo duelo sul-americano deste sábado (28.06), a Colômbia superou o Uruguai, no Maracanã, e avançou para uma inédita quartas de final. O adversário já era conhecido antes mesmo das seleções entrarem em campo: o Brasil. O meia James Rodríguez, eleito o melhor do jogo após anotar os dois gols do triunfo por 2 x 0, projetou a partida contra a Seleção Brasileira e disse que está em seu melhor momento na carreira.
“Estou feliz porque estamos fazendo história. Sempre sonhei estar aqui e queremos fazer ainda mais. Óbvio que temos que estar atentos, porque o Brasil joga bem, tem grandes jogadores e tradição. Vai ser um jogo muito bonito. Mas, penso que devemos entrar para ganhar como sempre fizemos. Este é meu melhor momento e estou feliz por isso”, comentou na coletiva de imprensa após a classificação.
O atleta de 22 anos recebeu elogios inclusive do treinador adversário. “A Colômbia chegou ao gol com 100% de responsabilidade de quem o fez, um dos grandes gols desse Mundial”, disse Óscar Tabárez, para complementar, “pelo que vi até agora, ele é o melhor jogador da Copa. E não exagero. Acredito que o limitamos bastante e mesmo assim ele apareceu. Tomara que siga evoluindo, porque o futebol necessita de talentos como ele”.
O treinador colombiano prefere analisar a vitória sobre os uruguaios para poder pensar com mais calma no confronto contra os brasileiros no dia 4 de julho, em Fortaleza. Mesmo assim, ele não aponta favorito e imagina que será um jogo de alto nível. “Esperarei um pouco para analisar, como estávamos preocupados com a nossa partida não vi bem a do Brasil. Sei que hoje tiveram um jogo difícil e que deve dar mais confiança a eles. Será uma partida de alto nível técnico. As duas seleções interpretam o futebol de maneira semelhante, gostam de trabalhar a bola, se movimentam muito, têm dribles, passes em profundidade e boa saída de bola”, explicou José Pékerman.
Se James Rodríguez desequilibrou a favor dos colombianos, Suárez poderia ter feito o mesmo pelos uruguaios? Óscar Tabárez revelou que antes do duelo conversou com seus jogadores e disse para eles esquecerem o episódio. “Falei que tínhamos que deixar de pensar nisso e pensar positivo, sair daquela situação, que nos gerou muita rebeldia, mas também muita vontade de vencer. Suárez é muito importante, mas sabíamos que ele não ia jogar nem que estaria perto de nós. Porque assim determinou a punição”.
Para o comandante da Colômbia, a vitória sobre o Uruguai se deve à concentração da seleção e pela maior posse de bola. “A equipe esteve muito concentrada, jogou bem o primeiro tempo. O Uruguai sabe jogar muito bem esse tipo de partida eliminatória, então, sabíamos que teríamos que manter a posse de bola, movimentar e impor nossa habilidade. Fomos em vantagem para o intervalo, o que é muito importante nesses jogos. O Uruguai, como esperávamos, veio para cima, mas conseguimos em um contra golpe ampliar o placar. Eles colocaram jogadores descansados, nos pressionaram, mas tivemos tranquilidade para manter o resultado”.
Apesar de uma boa campanha nas Eliminatórias, as expectativas dos colombianos diminuíram com as lesões, como a do atacante Falcao García, no período que antecedeu ao Mundial. “Sempre tivemos confiança, porque a Colômbia vinha de uma boa campanha nas Eliminatórias, boas apresentações nos amistosos e a equipe foi crescendo. Mas, depois de uma serie de lesões, alguns jogadores perderam o ritmo e as nossas expectativas diminuíram. Acredito que a organização que tivemos nos primeiros jogos nos ajudou a superar os inconvenientes e a integrar alguns jogadores novos. Sabíamos que estávamos numa chave complicada, que há muito tempo não participávamos de uma Copa, mas estamos tendo os resultados. Veremos até onde nos deixam chegar”.
O treinador uruguaio disse que o grupo deve aceitar a derrota e parabenizou a Colômbia pela classificação. Sem saber se continua no cargo, após oito anos, ele avaliou a trajetória da Celeste na Copa do Mundo. “Essa é uma equipe com 15 jogadores que atuaram em 2010. Facilitou, porque tínhamos experiência. Perdemos de uma forma que não esperávamos para a Costa Rica. Depois, a Copa virou um mata-mata para nós, mas conseguimos dois triunfos importantes contra duas potencias, passamos às oitavas e hoje perdemos para uma grande equipe. Mas, parte da minha avaliação vai levar em conta o equilíbrio do torneio. A distância entre ganhar e perder é mínima e quando se perde não quer dizer que tudo está mal”.
O Uruguai se despede da Copa do Mundo com duas vitórias e duas derrotas em quatro jogos, enquanto a Colômbia chega com 100% de aproveitamento para as quartas de final.
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