Segunda-feira, 12 de outubro de 2009 - 09h42
Nasceu Coritibano Foot Ball Club, assim escrito, em uma cidade onde seus filhos ainda assim eram conhecidos no distante ano de 1909, embora a grafia Curytiba fosse utilizada para se referir àquela cidade gelada de um ainda pequeno Paraná. Exaltados com o novo esporte que prosperava pelo Sul do Brasil, um grupo de jovens passou a praticá-lo desde que Frederico Fritz Essenfelder apareceu no Clube Ginástico Teuto-Brasileiro com uma bola de couro.
Embora a agremiação tenha surgido oficialmente apenas no ano seguinte, a data de 12 de outubro de 1909 ficou marcada para a história, já que neste dia o time foi convidado para em Ponta Grossa fazer sua primeira partida. E o que começou com contestação de parte da juventude local que ainda não aceitava a prática do futebol logo ganhou adeptos por toda a região.
Eram tantos que, em determinado momento, o Coritiba teve que se dividir para a criação de outro clube. Uma dissidência criou o Internacional, que com o passar dos anos, após fusões e mudança de nome, daria ironicamente vida ao arquirrival Atlético Paranaense, em 1924. Mas essa é outra história. Ou não.
Nasce o 'Coxa' - O rival voltou a marcar seu nome na trajetória coritibana no dia 19 de outubro de 1941. Enquanto as tropas aliadas tentavam parar a expansão do nazismo na Europa, em uma campanha sangrenta contra o austríaco Adolf Hitler, no Estádio Joaquim Américo, hoje mais conhecido como Arena da Baixada, a luta em campo era contra o alemão Hans Egon Bayer.
O zagueiro era constantemente atacado por dirigentes adversários com gritos de 'alemão coxa-branca'. A vitória por 3 a 1, estimulada pelos xingamentos, decretou também o apelido com o qual o Alviverde seria conhecido para sempre, mesmo que um tanto estranho para quem pelo país afora não conhece a história e ouve nas transmissões esportivas um clube sendo chamado por uma parte do corpo.
Mesmo marcado por ser o clube da grande colônia germânica da capital paranaense, o Coritiba fez questão ao longo dos anos de incorporar em seus quadros as mais diversas etnias e culturas, além de quebrar tabus em uma sociedade conhecida até os dias atuais por ser fechada. O Major Antônio Couto Pereira, ex-presidente que dá nome ao estádio, por exemplo, era nordestino. Em 1931 já havia atletas negros no elenco, algo raro na região.
O Vovô Coxa - Outra história marcante nesses cem anos é do surgimento do mascote. Ao contrário do que muitos podem imaginar, o Vovô Coxa não representa a idade do clube em relação a seus rivais. O simpático velinho, que atrás dos gols do Alto da Glória comemora os gols e se joga no chão desesperado quando o time erra, é uma justa homenagem a um torcedor símbolo, o alemão Max Kopf.
Fotógrafo profissional, Max acompanhou o clube desde sua criação e, morador do bairro onde o clube se desenvolveu, tornou-se presença obrigatória nas partidas, um verdadeiro amuleto dos jogadores, que exigiam sua presença junto à delegação. O alemão partiu em 2 de setembro de 1956, mas sua imagem ao lado do campo fumando o inseparável cachimbo seria imortalizada pelo presidente Aryon Cornelsen, que promoveu um concurso de desenhos para representar o novo símbolo: um velhinho com cachimbo.
Hinos - Confusão com o hino do Coritiba é comum, porém, facilmente explicável. O clube tem pelo menos quatro hinos, e cada rádio ou emissora de televisão escolheu um diferente para representar a equipe. Porém, oficial mesmo é o de autoria de Cláudio Ribeiro e Homero Reboli, que em 1999 ganhou um concurso (Lá no alto de tantas glórias/ Brilhou, Brilhou um novo sol/ Clareando com seus raios verde e branco/ Encantando o país do futebol...).
O primeiro hino, no entanto, surgiu no ano de 1928, e era chamado de "Hino do Coritiba Foot Ball Club", cuja música é de autoria de Bento Mossorunga e Barros Cassal. (Hosana a ti, pugilo forte/Pelo triunfo que se liba/Glória imortal de nosso esporte/Nas oito letras: Coritiba...).
Outras duas canções famosas são bastante difundidas como hinos. Uma delas é "Hino da Torcida", datado da década de 70, de autoria de Sebastião Lima e Vinicius Coelho. (Cori, Cori, Cori/Coritiba/Coritiba, meu esquadrão/Sempre presente no meu coração/Vencer é o seu lema/ Trabalhar é tradição/Salve, Salve, Coritiba/Eterno Campeão...).
Na década de 80 surgiu o canto mais entoado pelo torcedor, e o mais confundido, o "Coritiba Eterno Campeão", de autoria de Francis Night (De norte a sul/Está brilhando o Coxa-Branca/Meu Coritiba é o campeão do povo/Oh, Glorioso!/Como é bom te ver campeão de novo!...).
Fonte: Gazeta Esportiva/Luiz Felipe Fagundes - Curitiba (PR)
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