Quinta-feira, 10 de julho de 2014 - 13h40
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou durante o encontro diário com a imprensa, promovido pela FIFA no Maracanã, no Rio de Janeiro, que a goleada por 7 x 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo aponta para a necessidade de mudanças no futebol nacional. Aldo Rebelo pontuou esforços que o Governo Federal tem feito para melhorar a gestão do esporte no país, independentemente do resultado adverso, e destacou o legado em infraestrutura que o Mundial de 2014 deixará.
“Em outras ocasiões já havia manifestado a opinião de que o futebol brasileiro precisa de mudanças. A derrota para a Alemanha expõe ainda mais essa necessidade, mas mesmo que não tivesse acontecido, sempre disse que deveríamos aproveitar o esforço que fizemos para ter estruturas como as arenas que sediaram a Copa do Mundo, as dezenas de Centros de Treinamentos que foram reformados e estão distribuídos por todo o país para melhorar o nosso futebol, além da necessidade de elevar a qualidade da gestão dos nossos clubes”, afirmou Rebelo, que citou a discussão do Proforte, no Congresso Nacional, como uma das ações em curso para elevar a qualidade do futebol brasileiro.
“O governo, onde é da sua competência, tem procurado enfrentar, discutindo no Congresso Nacional a modernização da gestão dos clubes, para que eles assumam compromissos e responsabilidades no que se refere ao calendário, respeito aos atletas e gestão financeira. A infraestrutura da Copa vai ficar e, independentemente do resultado adverso que tivemos, todo esse esforço é necessário”, acrescentou.
Um dos desafios para que o futebol brasileiro suba de patamar, segundo o ministro, é a revisão das leis que permitem com que jovens valores saiam do país. “Vários críticos e analistas apontam para o enfrentamento do problema de que somos exportadores de matéria-prima, de que nossos craques ou talentos vão muito cedo para o exterior. Fiquei sabendo pelo Alexandre Gallo (treinador das seleções de base do Brasil) que parte importante dos atletas da divisão sub 15 já estão no exterior. Nossa lei facilita essa exportação, dá superpoderes aos empresários, enquanto os europeus se especializaram em exportar serviços futebolísticos”.
Pela segunda vez na história, o Brasil recebe a Copa do Mundo sem conseguir levantar a taça em casa. Para Aldo Rebelo, a seleção de 1950, que ficou marcada por muitas décadas por ter perdido o jogo decisivo para o Uruguai no Maracanã, era superior à atual. Apesar de não ver a equipe de Felipão como favorita diante da Alemanha, o ministro afirmou que o placar foi um acidente e que não se repetiria se os dois países voltassem a se enfrentar.
“Claro que são dois acontecimentos lamentáveis: a derrota para o Uruguai era a primeira final que o Brasil disputava. Em 1950, e com o peso não só de ser a decisão, mas tínhamos a convicção de que iríamos vencer. Era uma seleção muito superior à que temos hoje, era uma constelação de craques. A seleção que perdeu para a Alemanha as pessoas achavam que até poderia vencer, mas não seria uma grande surpresa se perdesse. Estou entre aqueles que acham que poderíamos ter ganhado. Se repetirmos o jogo várias vezes, não teremos esse resultado. É uma marca terrível no futebol brasileiro. Acho que aquilo foi um acidente, que tem as suas causas que devem ser examinadas, mas a melhor atitude a tomar é analisar estas causas e superar as falhas, para que isso não volte a acontecer”, afirmou.
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