A partida entre Espanha e Chile será apenas a segunda apresentação das equipes na Copa do Mundo de 2014, mas ganhou ares de decisão. Após a goleada sofrida na estreia, os atuais campeões mundiais podem ser eliminados com nova derrota, enquanto os chilenos devem garantir a vaga nas oitavas de final caso vençam novamente. O jogo está marcado para esta quarta-feira (18.06) às 16h, no Maracanã, no Rio de Janeiro.
O técnico Vicente Del Bosque não revelou os jogadores que iniciarão o confronto, mas deve modificar a equipe. “Vamos ter mudanças, mas não muitas. Temos jogadores com grande prestígio e que jogam em grandes clubes e ligas, que podem ter uma oportunidade”, resumiu.
Um dos nomes cotados para ganhar a titularidade é o de Fernando Torres, que participou da coletiva de imprensa, ao lado de Andres Iniesta, antes do treino de reconhecimento do gramado nesta terça-feira. O atacante disse que a Espanha entrará para vencer, mesmo que tenha que mudar o estilo de jogo que encantou os torcedores.
“A gente não sabe qual vai ser a escalação, mas, isso é o que menos importa. Temos que ganhar. Espero que possamos apresentar nosso futebol no nível que sempre mostramos, com a posse de bola, mas se não for desse jeito temos que ganhar de qualquer jeito”, avaliou.
O meio-campista Iniesta, autor do gol do título mundial em 2010, destacou a força da equipe chilena e a importância dos espanhóis recuperarem a confiança após o revés de 5 x 1 para a Holanda. “Teremos que ter mais confiança para jogarmos bem, mas, pelos duelos recentes que tivemos com o Chile, trata-se de um rival incômodo. Há situações que devemos atacar com mais velocidade e outras que temos que controlar a bola. Vamos encarar a partida como uma final”.
O discurso é o de deixar a derrota da estreia para trás e pensar na capacidade da equipe de reverter situações adversas. O exemplo está na própria campanha do último Mundial, quando a Espanha estreou perdendo de 1 x 0 para a Suíça. “Claro que foi um golpe duro, sobretudo pelo resultado. Mas, diante de situações limites, temos que dar o melhor para reverter o cenário. Começamos mal, mas temos a oportunidade de dar a volta por cima”, completou Iniesta.
O Chile tentará aproveitar da situação dos adversários para encaminhar a classificação e quebrar um tabu: nunca venceu os espanhóis. A primeira vez que se enfrentaram no torneio foi justamente no Maracanã, em 1950, com triunfo europeu por 2 x 0. A segunda oportunidade foi na última Copa, em 2010, quando os dois países também estavam na mesma chave. A vitória da Espanha foi por 2 x 1.
“A Espanha sempre é um adversário difícil para nós, pela história, mas pensamos que podemos mudar esta história. Vamos ter outra situação neste jogo e os dois times entrarão para vencer. Acredito que podemos conseguir”, disse o defensor Marcelo Díaz.
O treinador chileno promete não mudar a forma em que a equipe costuma se apresentar, caracterizada por um futebol ofensivo. “Não vamos mudar nosso estilo de jogo, pois significaria uma mudança na forma que trabalhamos desde o início. A partida vai ser dura e tensa, mas acredito que será interessante para o público”, projetou Jorge Sampaoli, que mostrou admiração pelos adversários. “Nós estamos muito interessados em jogar com a posse de bola, como a Espanha faz. Espero um dia conseguir fazer isso como eles”.
Apesar de preferir não ter que enfrentar os espanhóis, o comandante da seleção chilena sabe que o duelo será uma oportunidade para a equipe entrar para a história. “Em nenhum momento é bom jogar contra a Espanha, mas, temos que enfrentá-los. Se vencermos e eliminá-los, será um momento muito positivo para o nosso futebol”.
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para duelo com Chile. Atacante Fernando Torres pode ser novidade entre titulares
Operação
Os organizadores da Copa do Mundo e as autoridades reforçam a recomendação aos torcedores de utilizarem os meios de transporte público para chegar ao estádio nesta quarta-feira. Um esquema especial de trânsito e mobilidade foi montado para facilitar o acesso ao Maracanã e à Praia de Copacabana, local da Fan Fest. Metrô, BRT’s como a Transcarioca e os ônibus são opções de deslocamento. Ao todo, serão 20 ruas interditadas e com proibição de estacionamento ao redor dos dois eventos.
Para diminuir o impacto sobre o trânsito do Rio de Janeiro, o município decretou feriado a partir do meio dia. Após a avaliação positiva da operação do primeiro jogo do Mundial na cidade, a prefeitura manterá praticamente o mesmo plano, com alguns ajustes. “Este jogo será um grande desafio, pois será realizado em um dia de semana e na hora do rush, com seleções tradicionais. Nosso objetivo é superar cada desafio aprimorando o esquema organizado para garantir a mobilidade da cidade. Por isso, mais uma vez, contamos com a colaboração da população”, disse Leonardo Maciel, presidente da Rio Eventos Especiais.
A região do estádio será fiscalizada por agentes municipais, para evitar marketings de emboscada, atuação de cambistas e vigias de carro, além de manter a ordem pública e informar os torcedores. Para isso, vão atuar 24 horas, em 151 pontos de patrulhamento ostensivos, divididos em turnos, com efetivo de 1.655 guardas, 124 veículos, incluindo viaturas, vans e carros elétricos. O público também contará com 150 profissionais bilíngues, treinados para orientá-los, e mais de 1.500 voluntários prestando serviço como agentes de informações, auxiliando na mobilidade.