Quarta-feira, 2 de julho de 2014 - 08h11
Os primeiros colocados de seus grupos na primeira fase foram os oito times que passaram pelas oitavas de final. Torneio já superou o número total de gols das duas últimas edições
As oito melhores equipes da Copa do Mundo de 2014 são também os oito times que terminaram em primeiro lugar nos seus grupos durante a primeira fase do torneio. Com o fim das oitavas de final, nesta terça-feira (01.07), 56 jogos já foram disputados e agora faltam apenas oito para o fim da competição. Brasil, Colômbia, Holanda, Costa Rica, França, Alemanha, Argentina e Bélgica ainda lutam para levantar a taça.
As quartas de final começam na sexta-feira (04.07), quando a França encara a Alemanha a partir das 13h, no Maracanã, no Rio de Janeiro. No mesmo dia, o Brasil entra em campo para enfrentar a Colômbia, às 17h, no Castelão, em Fortaleza. No sábado, é a vez de Argentina e Bélgica disputarem uma vaga nas semifinais a partir das 13h, no Mané Garrincha, em Brasília. Por fim, Holanda e Costa Rica medem forças em partida marcada para as 17h, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
A média de gols do torneio continua alta. Já foram marcados 154 gols em 56 partidas, o que dá uma média de 2,75 por jogo. É a média mais alta desde a Copa de 1982, na Espanha, que teve 2,8. Na Alemanha-2006, a média foi de 2,29 gols por jogo. No último Mundial, na África do Sul, em 2010, o número caiu para 2,26, a segunda pior da história das Copas.
Além disso, o número total de gols marcados na Copa de 2014 também já superou as duas últimas edições. Embora ainda faltem oito partidas para o fim do Mundial, os 154 gols marcados até agora superam as marcas da Copa de 2006, que teve 147 gols em 64 jogos, e da Copa da África do Sul, com 141 gols em 64 jogos.
Entre os estádios que mais viram gols, a Arena Fonte Nova, em Salvador, se destaca. Nada menos do que 24 gols saíram no gramado baiano. A média é de incríveis 4,8 gols por jogo. O Beira-Rio, em Porto Alegre, vem logo atrás. Foram 22 gols em cinco partidas, com média de 4,4.
Outra marca dessa Copa do Mundo é o equilíbrio entre as seleções e a emoção que cada partida tem reservado aos torcedores. As oitavas de final do Mundial do Brasil bateram o recorde histórico de número de prorrogações. Cinco dos oito confrontos precisaram do tempo extra para se definirem. É o maior número desde que o sistema foi adotado, em 1986. Na Copa de 1990, quatro partidas das oitavas de final foram para a prorrogação.
Nas prorrogações desta Copa, sete gols foram marcados. E dois dos jogos acabaram tendo de ser decididos nos pênaltis: Brasil x Chile e Costa Rica x Grécia. A Costa Rica, por sinal, continua sendo a sensação do torneio. Após eliminar Inglaterra e Itália na fase de grupos, os costarriquenhos passaram por mais um europeu, venceram os gregos por 5 x 3 nos pênaltis, após o empate por 1 x 1 no tempo normal e na prorrogação, e chegaram pela primeira vez em sua história às quartas de final de um Mundial.
A seleção da América Central também é o único time fora da América do Sul e da Europa que ainda está vivo na competição. Entre os oito melhores, são três sul-americanos e quatro europeus, além dos costarriquenhos. A África, que havia chegado com dois times nas oitavas, viu Nigéria e Argélia se despedirem. A América do Norte, também com duas seleções entre as 16 melhores, acabou sem nenhuma com as eliminações de México e Estados Unidos. Grécia e Suíça se despediram entre os europeus e Chile e Uruguai deram adeus entre os sul-americanos.
O melhor ataque da competição até agora é dos holandeses, que marcaram 12 gols. Bélgica, Colômbia, França e Costa Rica dividem o posto de melhor defesa, com dois gols. A Colômbia, no entanto, é o time mais equilibrado: tem o segundo melhor ataque, com 11 gols, e levou apenas 2, somando 9 de saldo. Além disso, o próximo adversário do Brasil conta com James Rodríguez, artilheiro do torneio até aqui com cinco gols marcados.
Seis estádios já se despediram do torneio. O fim da primeira fase marcou o adeus da Copa para a Arena das Dunas, a Arena Pantanal, a Arena da Baixada e a Arena da Amazônia. As quatro partidas recebidas por cada um dos quatro estádios, no entanto, não apenas entraram para a história das cidades de Natal, Cuiabá, Curitiba e Manaus, como também deixaram um legado físico, econômico, turístico e esportivo para as capitais.
Natal, por exemplo, recebeu 173 mil visitantes, que deixaram cerca de R$ 300 milhões na região. No último jogo do Mundial na Arena das Dunas, os torcedores ainda puderam ver de perto uma cena que já entrou para a história das Copas do Mundo: a mordida do uruguaio Luiz Suárez no italiano Giorgio Chiellini, durante a vitória do Uruguai por 1 x 0 sobre a Itália. Pelo lance, o atacante uruguaio foi punido pela FIFA com 9 jogos e quatro meses de suspensão e teve de deixar a competição. Abalado ou não, o Uruguai foi eliminado nas oitavas de final, ao perder por 2 x 0 para a Colômbia.
Uma das sensações do torneio, pelo bom futebol mostrado e também pela festa de seus torcedores nas cidades por onde passa, a Colômbia deu show na despedida da Arena Pantanal. Os colombianos golearam o Japão por 4 x 1 e garantiram os 100% na primeira fase diante de milhares de torcedores em Cuiabá. No total, a capital matogrossense recebeu mais de 108 mil visitantes. O impacto na economia local foi superior a R$ 311 milhões.
A Arena da Baixada, em Curitiba, assistiu à Argélia fazer história. Os argelinos buscaram um empate improvável diante da Rússia e, com o 1 x 1, garantiram uma vaga nas oitavas de final pela primeira vez em Copas do Mundo. Em quatro jogos realizados, Curitiba recebeu um público total 157.011 torcedores no estádio. Houve também muita confraternização com estrangeiros do mundo todo na cidade, que podem ter superado os 40 mil.
Em seu último jogo da Copa, a Arena da Amazônia viu a Suíça se classificar para as oitavas de final ao derrotar Honduras por 3 x 0. Em quatro jogos, o estádio em Manaus recebeu 160.227 torcedores. Durante o período de Copa na cidade, cerca de 60 mil turistas estrangeiros passaram por Manaus.
Nas oitavas de final, o Beira-Rio e a Arena Pernambuco tiveram despedidas com muita emoção. Em Porto Alegre, os gaúchos viram a Alemanha suar para vencer a surpreendente Argélia. A vitória por 2 x 1 só saiu na prorrogação, e mesmo assim com direito a sufoco até o último minuto. Em Recife, houve até disputa de pênaltis. A Costa Rica saiu na frente e a Grécia conseguiu um empate nos acréscimos do segundo tempo para levar o jogo para a prorrogação. A igualdade persistiu até a cobrança de penalidades, quando o goleiro Keylor Navas pegou a bola batida por Gekas e ajudou a Costa Rica a fazer história.
As oitavas de final também tiveram alguns heróis improváveis. No Mineirão, o goleiro Julio César, que ainda sofria com a eliminação na Copa de 2010, deu a volta por cima de vez ao defender duas cobranças de penâlti do Chile e ajudar o Brasil a passar de fase. Com isso, mais uma cena entrou para a coleção de momentos marcantes da Copa: o choro do goleiro e dos jogadores brasileiros, um misto de alegria, desabafo e alívio de pressão.
No caso da Holanda, o herói saiu do banco de reservas. O time europeu perdia por 1 x 0 para o México até o fim do jogo no Castelão, Fortaleza, quando o atacante Klaas-Jan Huntelaar entrou em campo no lugar de Robin Van Persie. Em alguns minutos, ele participou do gol de empate, marcado por Wesley Sneijder, e cobrou o pênalti sofrido por Arjen Robben, que deu a vitória e a classificação aos holandeses.
No Mané Garrincha, em Brasília, a França tomava um sufoco da Nigéria até que o volante Paul Pogba, de apenas 21 anos, acertou uma cabeçada para as redes, marcou o seu primeiro gol na Copa do Mundo e abriu o caminho para a vitória por 2 x 0 dos franceses. Depois, o nigeriano Yobo acabou desviando uma bola para o próprio gol e marcou contra o segundo tento dos franceses.
A Argentina, que havia contado com quatro gols de Lionel Messi para vencer seus três jogos na primeira fase, acabou vendo Ángel Di María balançar as redes contra a Suíça, na prorrogação, evitando a disputa por pênaltis e garantindo a passagem para às quartas de final. Até então apagado no Mundial, Di María teve boa atuação diante dos suíços e acabou premiado ao receber assistência de Messi e rolar a bola para o gol defendido pelos suíços na Arena Corinthians, em São Paulo. Foi o primeiro gol do atacante do Real Madrid na Copa do Mundo.
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