Segunda-feira, 30 de junho de 2014 - 12h55
A identidade secreta do super-herói Hulk foi revelada. Ele é Marcelo Mourão, mora em Porto Velho, Rondônia, e dá aulas de história. Pelo menos durante a Copa do Mundo da FIFA 2014. Fanático por futebol, o professor brasileiro assumiu a identidade do gigante verde para rodar o Nordeste durante o Mundial.
“Peguei o avião de Porto Velho para Salvador e de lá fui de carro até Recife, Porto de Galinhas e Natal. Foram 19 dias longe de casa, nunca fiquei tanto tempo fora”, contou Marcelo em sua despedida da aventura, na Fan Fest de Salvador no dia do jogo entre Brasil e Chile, pelas oitavas de final.
Todo pintado de verde e com uma máscara do Hulk – o herói, não o jogador – no rosto, Marcelo virou atração por onde passou. Tirou fotos com diversos torcedores, brasileiros e estrangeiros, e contou de onde veio a ideia de viajar fantasiado na Copa.
“Eu dou aula fantasiado, é normal. Muçulmano, grego, bárbaro, romano, homem das cavernas... Só que essa máscara nunca teve utilidade. Como o Brasil tem um jogador com apelido de Hulk, pensei ‘é a minha chance’. Aí resolvi que ia me pintar todo de verde e tem sido assim todos os dias”, revelou o professor, que nem sempre teve tempo para voltar a ser Marcelo entre um jogo e outro.
“Tive que viajar de Natal para Recife pintado porque tinha um jogo com questão de horas de diferença. Foi a alternativa para dar tempo”, divertiu-se Marcelo, que levava 30 minutos para completar a transformação.
Nos estádios, o Hulk brasileiro carrega um cartaz com uma declaração de amor à esposa, que possibilitou a aventura. “Fiz um acordo com ela para assistir à Copa agora. Em troca, ela vai para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e eu fico com as crianças”, explicou. “O cartaz é pra mostrar pro mundo inteiro o quanto eu amo essa mulher. Sem ela eu não poderia fazer essas viagens.”
Ao longo da aventura, Marcelo Mourão conheceu a Arena Fonte Nova, a Arena Pernambuco e a Arena das Dunas. O professor disse que encontrou alguns problemas de estrutura e logística nos estádios, como na distribuição de comida e bebida. Mas para ele, a recepção do povo brasileiro tem superado todas as dificuldades na Copa.
“O relacionamento com os estrangeiros é muito legal. Já encontrei italianos, espanhóis, japoneses, chilenos, gregos... A receptividade do povo brasileiro é muito maior do que qualquer problema de estrutura. Os resultados em campo e a participação do povo estão maravilhosos, não dá para negar”, exaltou Marcelo.
O professor ainda relatou que a resposta dos turistas estrangeiros ao Mundial no Brasil deverá render para o turismo do país no futuro. “A questão do nosso nome lá fora será o maior legado da Copa. Ouvi um comentário de que quase um milhão de estrangeiros vieram e estão gostando muito. Isso vai fazer com que eles façam propaganda do Brasil em seus países de origem”, destacou ele, elogiando também os estádios. “Estão maravilhosos.”
Com o fim da viagem, o Hulk de Rondônia tinha volta marcada para casa neste domingo (29.06), onde pretende curtir o restante dos jogos em casa. “Fizemos uma obra para assistir a Copa, com telão e tudo. Só agora vou poder participar”, riu.
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