Domingo, 9 de dezembro de 2018 - 09h56
Aos 61 anos, novo presidente
usou exemplo de vida empresarial, reuniu grupos políticos e, com as derrotas no
futebol, surfou na onda da mudança entre sócios e torcedores do Rubro-Negro
“Não
existe situação na vida em que eu vá me acovardar. Se passar a mão na minha
bunda, vai tomar uma porrada. Seja do tamanho que for”. As aspas estão logo no
início de um perfil famoso da revista “Piauí” sobre Luiz Rodolfo Landim
Machado, novo presidente do Flamengo.
Eleito por 1.879 sócios,
aos 61 anos, Landim chega ao poder após meses de campanha de um grupo dividido
desde a situação, ainda com Bandeira no primeiro mandato. Os apoios vieram de
correntes distintas, de ex-presidentes como Márcio Braga a Patricia Amorim.
Landim e o núcleo duro da diretoria - formado por Landim, Luiz Eduardo
Baptista, o BAP, Claudio Pracownik e Gustavo Oliveira - tem o desafio de
conduzir grupos heterogêneos dentro do clube - que vão querer espaço depois do
apoio na eleição.
A campanha cresceu proporcionalmente aos fracassos e
derrotas no futebol na reta final de 2018. Até a eliminação da Libertadores e
da Copa do Brasil, não era difícil encontrar correligionários de Landim
pessimistas, prevendo novamente a influência do grupo “SóFla”, numeroso e
determinante na política - e nas urnas.
O crescimento deu
confiança aos apoiadores de Landim, que não descansou e não desanimou em
momento algum da campanha. Discretamente, marcou encontros com o presidente
eleito da CBF, Rogério Caboclo, e com o presidente da Federação Paulista de
Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos. Também deve se reunir com Rubens Lopes,
presidente da Federação Carioca de Futebol, em breve. Passou a seguinte
mensagem: o fim das desavenças públicas, na imprensa, o
que Landim considerou erro estratégico de Bandeira. O
presidente eleito também vai ao sorteio dos grupos da Libertadores da América,
no Paraguai, em 17 de dezembro.
Frases de efeito como a que deu à “Piauí” nortearam a campanha. Inseparável do publicitário Gustavo Oliveira, diretor da agência Draft/FCB, Landim destacou no site que “em 2019 uma coisa vai mudar no Flamengo: cobrança”. Tratou do tema incansavelmente desde setembro, quando a campanha pegou fôlego.
Campanha rica e frustração com Renato. Abel é o
técnico escolhido
Landim costuma
abrir os braços, gesticula bastante e faz caretas para destacar expressões. Nos
eventos de campanha que acompanhamos e nas entrevistas que o GloboEsporte.com
fez com o candidato, o empresário destacava logo o lado executivo e de gestor
bem-sucedido.
Ao responder sobre
a citação na delação premiada de Renato Duque, ex-companheiro de Petrobras, na
Operação Lava Jato, lembrou a carreira de sucesso na estatal e a oportunidade
que tinha de ganhar dinheiro ilicitamente se assim desejasse - como tantos
outros fizeram até serem presos. Foi para o setor privado para ganhar sua
independência financeira. Com a qual, disse na campanha, ganhou direito de
“comprar sua liberdade” para se dedicar agora ao Flamengo.
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