Quinta-feira, 3 de julho de 2014 - 19h48
Uma história que pode ser calculada em quilômetros: 22.276, de Montreal, no Canadá, até São Borja (RS), e outros cerca de 4 mil km já rodados em solo brasileiro, do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. Um história que também pode ser contada em países: 15, do Canadá, passando por Estados Unidos, México, Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Argentina, até o Brasil. Uma história protagonizada por dois jovens franceses, Eric e Pierre, mas sobretudo por um Citroen 2cv, fabricado em 1988, todo estilizado, pintado de bola, e que chegou da França ao Canadá em um navio. Mas, sobretudo, uma história de amor pelo futebol e por tudo que o esporte é capaz de proporcionar.
“O futebol é aventura, é um momento de encontro, de celebração, de fazer amigos. Ele permite às pessoas se expressarem em campo da mesma forma, aqui ou em qualquer lugar do mundo. É uma linguagem universal e uma excelente oportunidade de intercâmbio, até entre desconhecidos”, disse Eric Carpentier, idealizador do projeto “Pan-american futbol” da associação francesa A Cup of World.
O objetivo foi descer o continente americano difundindo a proposta de um futebol positivo. Para a proposta, Eric procurou uma pessoa que pudesse registrar a viagem e ser uma boa companhia. Três meses antes da partida, Pierre Pitoiset viu o anúncio e se interessou. Os dois partiram de Montreal em 25 de fevereiro e, durante a viagem, jogaram futebol com quem encontravam no caminho e visitaram diversos projetos sociais que usam o esporte como ferramenta de desenvolvimento.
“Não tivemos um só problema com as pessoas com quem a gente encontrou em todos os países que atravessamos, só tivemos problemas mecânicos. Um carro que tem uma forma de bola, pessoas que levam o futebol no coração e gostam de jogar: isso é um passaporte para que tudo saia bem em todos os lugares”, acrescentou Eric.
Se é na dificuldade que se conhece os amigos, Eric e Pierre podem se considerar privilegiados. O Citroen 2cv, com seus 26 anos, ameaçou deixá-los na mão em algumas oportunidades, especialmente na passagem pelo México e pelo Peru. Mas a rede de admiradores do modelo espalhou a notícia da viagem e os fãs do carro se mobilizaram em todas os países por onde os franceses passaram. Convites de hospedagem, sugestões de caminhos e, principalmente, oferta de ajuda para problemas mecânicos surgiram o tempo todo.
“Chegamos a rodar quatro mil quilômetros com problema no chassi, saindo do Peru. Tivemos que manter os dedos cruzados e, quando passamos por Coquimbo (no litoral chileno), os integrantes do clube local de admiradores do Citroen 2cv estava na estrada nos esperando e acenaram pra gente. Fomos muito bem acolhidos e eles nos indicaram a melhor oficina para arrumar o carro. Terminamos na praia, jogando futebol e celebrando”, contou Pierre.
Outro momento incrível, segundo a dupla, ocorreu antes do episódio chileno, na cidade de Usulután, em El Salvador. As informações que chegaram aos franceses eram de um país extremamente violento e de que todo cuidado seria pouco. Quando souberam de uma partida de futebol entre a equipe local e o time da capital (San Salvador), eles ficaram em um cantinho, tentando assistir com discrição. Não deu certo.
“Nós temos cara de 'gringos' e todo mundo viu que não éramos de lá. Mas o time local perdeu e, mesmo assim, fizeram festa, celebraram, abraçaram a gente e, no final, acabamos conhecendo quase todo mundo da cidade”, acrescentou Pierre.
Mesmo sendo bem acolhidos em todos os locais, o país que mais marcou a viagem pela América foi a Colômbia. “São todos muito simpáticos, amam dançar, são muito acolhedores. E isso é sistemático. Foi uma parte muito especial da viagem”, disse Eric.
Foi por pouco: os franceses chegaram ao Brasil, pela cidade de São Borja (RS), a exatos 13 minutos do apito inicial da Copa, em 12 de junho. Eles assistiram à partida entre o anfitrião e a Croácia com os funcionários da alfândega e com os caminhoneiros que estavam na fronteira. Ali eles tiveram a primeira prova de que o futebol é, de fato, uma paixão espalhada por todos os cantos do país-sede da Copa de 2014. Também foi em São Borja que um certo receio começou a ser dissipado.
“Estávamos um pouco receosos antes da chegada porque vimos muitas notícias sobre problemas na preparação do Mundial, protestos, atrasos, e não sabíamos como os 'gringos' que viriam para a Copa seriam recebidos. E foi até um argentino que nos disse: não se preocupem, os brasileiros são adoráveis e hospitaleiros, não acreditem nessas coisas, vocês serão muito bem-vindos. E foi assim desde o começo”, contou Eric.
A dupla não tinha nenhum ingresso para os jogos, mas isso não significa que eles ficaram de fora dos estádios. Em Porto Alegre, um casal de franceses lhes passou dois ingressos a mais que tinham. Resultado: Eric e Pierre puderam ver França 3 x 0 Honduras no Beira-Rio, em 15 de junho.
“O ambiente, os acessos, as informações, tudo foi sensacional em Porto Alegre. A única coisa que faltou foi a Marselhesa”, brincou, em relação ao problema de som que impediu o hino francês de ser tocado.
De Porto Alegre, eles passara por Curitiba e chegaram a São Paulo. Quando começavam o trajeto entre a capital paulista e o Rio de Janeiro, após percorrer 100 km, o carro os deixou na mão mais uma vez. Um rapaz os levou até a rodoviária, onde eles puderam pegar um ônibus para o Rio. Lá, a rede de solidariedade em torno do Citroen 2cv se formou novamente: Jason, um dos apaixonados pelo carro, recebeu-os em casa, deu dois ingressos para Eric e Pierre e a próxima parada foi o Maracanã: França 0 x 0 Equador, em 25 de junho.
Enquanto isso, o carro foi removido e levado para São Paulo, e a reparação foi feita em uma oficina indicada por Jason. Com o serviço pronto, a dupla decidiu até fazer um bate-e-volta nesta segunda (30.06) até Ribeirão Preto, centro de treinamento da seleção francesa. Após alguns dias, algumas partidas de futebol e até um evento de imprensa promovido pela Citroen em São Paulo, esta quinta (03.07) foi dia de partir com o carro para o Rio. A final se aproxima e eles esperam viver na cidade maravilhosa alguns dos melhores capítulos desta viagem rumo ao país do futebol.
“É Copa. Todo mundo se encontra aqui, várias nacionalidades, muita interação. Se fizéssemos esse projeto em 2013 ou 2015, ele poderia passar despercebido. Na Copa, as pessoas falam dos grandes jogos, das estrelas, mas também tem espaço para este pequeno projeto, destes 'meninões' que simplesmente amam o futebol”, disse Eric.
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