Domingo, 10 de novembro de 2013 - 17h22
Gazeta Esportiva
Bastava o São Paulo conseguir o 11º jogo seguido sem derrota para o Cruzeiro ser campeão brasileiro neste domingo. Mas o Atlético-PR mostrou sua força expondo, mais uma vez, as fragilidades defensivas do Tricolor. O estilo rápido do finalista da Copa do Brasil resultou em vitória por 3 a 0 que mantém os paranaenses sonhando com o título na liga nacional.
O Furacão construiu sua vitória aproveitando o espaço e a fraca marcação dos comandados de Muricy Ramalho. Assim, Marcelo, aos 12, e Luiz Alberto, aos 26, balançaram as redes no primeiro tempo, enquanto Ederson reforçou sua condição de artilheiro da competição ao marcar seu 17º gol, aos 12 minutos da etapa final.
Os curitibanos atingiram 58 pontos e, para continuar almejando ser mais do que vice-campeão brasileiro, precisa torcer para que o Cruzeiro não vença mais nenhum jogo. Às 21 horas (de Brasília) de quarta-feira, o time de Vagner Mancini visita o Criciúma. Já o São Paulo, firme no meio da tabela e pensando cada vez mais no bicampeonato da Sul-americana, volta a jogar pelo Brasileiro também na quarta-feira, recebendo o Flamengo às 21h50 em Itu, cumprindo punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O jogo – Para enfrentar o time de segunda melhor campanha no Brasileiro, Muricy Ramalho resolveu fazer o que os técnicos chamam de “espelho”: armou o São Paulo taticamente de forma bastante similar à do Atlético-PR, em um 4-4-2 com um meia pensador e outro que se movimenta e atacantes que se movimentam constantemente.
Na comparação dos times, a maior diferença estava na postura do lateral esquerdo. Enquanto Juninho se limitava a marcar, Reinaldo era uma das principais forças ofensivas paulistas, tanto que, nos primeiros minutos, deu bastante trabalho ao Furacão. Mas a cobertura em suas costas, sob responsabilidade de Denilson, era frágil, o que se tornou decisivo na partida.
As deficiências defensivas do clube do Morumbi ficaram ainda mais expostas pelo estilo de jogo rápido dos curitibanos. Paulo Miranda e Denilson não sabiam como parar a movimentação de Everton e Ederson, e Marcelo desfilava como queria na grande área, já que Antônio Carlos e Rodrigo Caio o procuravam à toa.
Aos cinco minutos, o panorama ficou claro quando Marcelo, na direita, ajeitou para Everton rolar e Ederson, desmarcado, isolar a bola. Aos 12, aconteceu o que era questão de tempo: o gol atleticano. Ederson cruzou da esquerda para Marcelo, sem ninguém próximo dele, dominar no peito e soltar a bomba. Rogério Ceni nem pulou, só mexendo o braço quando a bola já balançava as suas redes.
Como prova de sua utilidade ofensiva, Reinaldo criou a maior oportunidade de empate para o Tricolor no confronto, aos 17 minutos, quando foi à linha de fundo e rolou na pequena área para Aloisio. Agarrado por Luiz Alberto, o atacante girou e, com Ademilson livre e de frente para o gol, preferiu finalizar sem ângulo, para fora, deixando Ademilson em desespero pela opção do atacante.
Do outro lado, não faltava solidariedade ao Atlético-PR. Nem espaço para abusar de sua velocidade. Nas raras vezes em que tinha a bola, Denilson levava poucos segundos para ser desarmado, expondo ainda mais seus colegas. Marcelo fez das costas de Reinaldo uma avenida que ele aproveitou bem.
Em meio à pressão, Paulo Miranda conseguiu afastar de cabeça, aos 26 minutos. O escanteio do Furacão era, ao menos, uma oportunidade para o São Paulo se organizar defensivamente. Mas o posicionamento na bola parada que Muricy Ramalho sempre apontou como um trunfo seu não funcionou: Luiz Alberto subiu na primeira trave para testar com força, mais uma vez dificultando a reação de Rogério Ceni.
A dificuldade de parar a velocidade adversária era tanta que o terceiro gol só não saiu aos 28 do primeiro tempo porque Paulo Miranda conseguiu se antecipar a Ederson, alvo de passe após mais uma jogada de Marcelo desmarcado. Vítima da correria atleticana, o Tricolor fez o goleiro Weverton trabalhar apenas em chute de Maicon, poucos minutos antes do intervalo.
Para o segundo tempo, Muricy abriu mão de imitar a tática do Furacão e trocou o prejudicial Denilson pela velocidade de Osvaldo, e o atacante logo mostrou que era rápida e habilidoso ao deixar Léo no chão, mas também demonstrou sua inutilidade ao cruzar errado. A movimentação de Ganso em busca da bola era o único incômodo dos donos da casa.
Já o Furacão sabia bem como se aproveitar da defesa paulista, e tratou de anular qualquer chance de empate rapidamente. Aos 12 minutos, Marcelo voltou a aparecer em velocidade na grande área pela direita, com tempo e espaço para levantar a cabeça e tocar com precisão para a bola passar por Rogério Ceni e encontrar os pés de Ederson antes de balançar as redes.
A partir da definição da vitória por 3 a 0, Vagner Mancini resolveu dar descanso ao time vice-líder do Brasileiro e finalista da Copa do Brasil. O São Paulo, também de olho na Sul-americana, pouco pôde fazer. Foi mais de meia hora de toque de bola em vão do Tricolor e de respiração de alegria do Furacão, ainda aspirante ao título brasileiro.
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