Domingo, 25 de abril de 2010 - 21h56
Se as últimas atuações pareciam ter arrumado a vida do Inter, nada como um Gre-Nal para desarrumar. O Grêmio interpretou muito bem o papel de visitante bagunceiro. Tirou tudo no lugar. Atuando no Beira-Rio, na primeira partida da final do Campeonato Gaúcho, o Tricolor derrotou o maior rival por 2 a 0, encerrando uma invencibilidade de 12 jogos do oponente em clássicos pelo Estadual.
Após um primeiro tempo parelho, o Grêmio foi superior na segunda etapa. Além das duas bolas na rede de Abbondanzieri, o time de Silas acertou três vezes a trave, simbolizando a superioridade gremista.
Se em 2006, na última vez que o Gauchão foi decidido pela dupla, o Tricolor foi campeão sem vencer o rival, desta vez a vitória chegou com gols de Rodrigo e Borges, ambos em lances de bola parada. Agora, o Grêmio pode perder por um gol de diferença que será campeão. Para erguer a taça, o Inter precisa fazer 3 a 0 ou vencer por dois gols a partir do 3 a 1.
Antes do segundo clássico, no domingo, os times atuam no meio da semana por outras competições. Na quarta, o Inter enfrenta o Banfield, pela Libertadores. No dia seguinte, o Grêmio encara o Fluminense, pela Copa do Brasil.
O jogo - A insistente chuva foi problema apenas para Jorge Fossati, técnico do Inter. A precipitação o obrigou a abandonar seu indefectível terno, trocando-o por uma singela capa de chuva. Em campo, a qualidade do jogo não foi afetada. Precisando repor a inesperada ausência de Fábio Santos, Silas precisou colocar o garoto Neuton na lateral esquerda gremista.
O Tricolor esteve melhor encaixado no começo do confronto. Com Ferdinando e Willian Magrão marcando bem a dupla Andrezinho e D'Alessandro, os dois não permitiam um instante de sossego aos colorado, fazendo-os acelerar o jogo, facilitando o trabalho do sistema defensivo do Grêmio.
Mesmo que Alecsandro tenha tido um gol bem anulado por impedimento de Walter no início, o time de Silas teve o domínio nos 15 minutos inicias. Borges recebeu livre na área, avançou, mas colocou para fora, desperdiçando chance inacreditável para a precisão de seu pé direito. Jonas teve chance semelhante, aos 20 minutos, ao chegar próximo de Abbondanzieri, o camisa 7 travou a bola, limpou dois zagueiros e bateu para defesa do argentino.
O símbolo da afobação colorada era Nei. O lateral passava com constância da linha da bola, sem recebê-la na maioria das vezes, dificultando o posicionamento defensivo quando o Grêmio voltava a avançar.
A primeira boa oportunidade vermelha saiu com Walter. Ele girou sobre Mário Fernandes, aos 18 minutos, bateu forte para bela defesa de Victor. Na cobrança de escanteio, o goleiro saiu errado, e Edílson afastou em cima da linha a batida de Walter.
O problema gremista estava no que era eficiente no início da partida. D'Alessandro e Andrezinho passaram a ter mais espaço. Conseguiam dominar e girar, ficando de frente para o campo adversário.
Quanto mais a chuva se intensificava, as divididas ficavam mais ríspidas, chegando a gerar princípio de confusão após dividida entre Alecsandro e Rodrigo. Mesmo com o predomínio do Inter nos 20 minutos finais, a equipe de Fossati teve somente uma chance, em cobrança de falta de Sandro, onde a bola passou sobre o gol.
Mesmo com o peso de estrear entre os profissionais em um clássico, Neuton estava leve em campo. Fechando bem o lado esquerdo da defesa azul, ele subia na boa. Assim, ele chegou ao fundo, aos 4 minutos do segundo tempo. Seu cruzamento rasteiro achou Leandro, na risca da pequena área, e o meia-atacante tocou sobre o gol.
Desta vez, a superioridade gremista durou mais. No meio do caminho de Jonas tinha uma trave. A trave direita de Abbondanzieri. Em dois lances, o atacante acertou o local. No primeiro, ele driblou Nei duas vezes antes de carimbar o poste. Depois, foi um leve desvio que parou ali. Entre um lance e outro, Walter levou perigo do mesmo modo como tinha feito no primeiro tempo. Em duas oportunidades, ele girou sobre Mário Fernandes e Victor salvou os dois arremates.
Se a vida de Jonas era complicada pela trave, Rodrigo teve caminho livre. Ninguém, o interrompeu na sua corrida rumo à bola, aos 22 minutos. Livre, o zagueiro testou para dentro do gol após cobrança de escanteio.
A desvantagem levou Fossati a empilhar atacantes. O uruguaio terminou o jogo com Edu, Walter, Alecsandro e Kleber Pereira em campo. Sem ter quem levar a bola até o ataque, o Inter passou a jogar na base da vontade. O Grêmio ainda acertou a trave mais uma vez, agora, com Willian Magrão. E na bola parada, Borges deixou sua marca: livre, ele escorou para o gol de Pato, aos 42 minutos.
Fonte: Valter Junior
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