Quarta-feira, 10 de maio de 2023 - 11h46
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) anunciou,
nesta terça-feira (9), que denunciou à Justiça 16 pessoas por fraudes para
manipular resultados de 13 partidas de futebol (8 do Campeonato Brasileiro da
Série A de 2022, 1 da Série B de 2022 e 4 de campeonatos estaduais de 2023)
para favorecer apostas esportivas.
Segundo nota da assessoria de imprensa do MP-GO, a
denúncia, assinada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado (Gaeco) e da Promotoria de Combate ao Crime Organizado, é
resultado da Operação Penalidade Máxima II.
“Trata-se de atuação especializada visando ao
aliciamento e cooptação de atletas profissionais para, mediante contraprestação
financeira, assegurar a prática de determinados eventos em partidas oficiais de
futebol e, com isso, garantir o êxito em elevadas apostas esportivas feitas
pelo grupo criminoso em casas do ramo, como www.bet365.com e www.betano.com. O
grupo se vale, ainda, de inúmeras contas de terceiros para aumentar seus
lucros, ocultar reais beneficiários e registra a atuação de intermediadores
para identificar, fornecer e realizar contatos com jogadores dispostos a
praticar as corrupções”, afirmam os promotores.
Entre os denunciados está o zagueiro Eduardo
Bauermann, afastado pelo Santos a partir desta terça, de forma preventiva,
“diante dos novos desdobramentos divulgados na Operação Penalidade Máxima II”.
Além do atleta do Peixe, foram denunciados os
seguintes jogadores: Gabriel Tota (Ypiranga-RS), Victor Ramos (Chapecoense),
Igor Cariús (Sport), Paulo Miranda (Náutico), Fernando Neto (São Bernardo) e
Matheus Gomes (Sergipe).
Mais nove pessoas (apostadores e membros da
organização criminosa) também são apontados na denúncia, que “esmiúça 23 fatos
criminosos ocorridos durante as partidas, nas quais jogadores se comprometeram
a cometer faltas para receber cartões e a cometer pênaltis. A organização
criminosa visava apostar nos resultados e eventos induzidos e, desta forma,
obter elevados ganhos”.
Penalidade Máxima II
No início de abril o MP-GO deflagrou uma operação
para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão em 16 municípios de seis
estados (Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina) para desbaratar uma associação criminosa especializada em
manipulação de resultados de jogos de futebol para favorecer apostas
esportivas.
“A investigação indica que as manipulações eram
diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por
cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de
assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de
derrota de determinado time no intervalo do jogo. Há indícios de que as
condutas previamente solicitadas aos jogadores buscavam possibilitar que os
investigados conseguissem grandes lucros em apostas realizadas em sites de
casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros
para aumentar os rendimentos”, afirmou a assessoria de imprensa do MP-GO na
ocasião.
Operação Penalidade Máxima
A Operação Penalidade Máxima II é um desdobramento
da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro de 2023 e que resultou
no oferecimento de denúncia, já recebida pelo Poder Judiciário, com imputação
dos crimes de integrar organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.
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